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Regionalização das Eólicas de Santa Catarina

Por:   •  17/3/2018  •  1.273 Palavras (6 Páginas)  •  313 Visualizações

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No caso da proposta de regionalização através potencial eólico, vemos que são as características físicas que determinam uma região como potencial eólico, como vimos na 3ª noção de região detectada por GOMES, com a contribuição de LaBlache e com o próprio Altas do Potencial Eólico Brasileiro. Entretanto, ambas as conceituações se prendem apenas na Geografia Descritiva, ou seja, aquela que se preocupa apenas da descrição da paisagem das regiões e não compreendia as relações sociais que nela estão contidas, perdendo assim a capacidade de análise. Temos que ver a região também como um meio das relações sociais, não apenas se prendendo aos seus aspectos físicos.

Apesar das regiões da Grande Florianópolis possuírem grande potencial eólico com base na sua característica física, sua regionalização dentro destes marcos não é possível por conta de outros fatores que vão além dos aspectos físicos. A densidade populacional é determinante aqui, já que a construção de parques e usinas eólicas demandam também um espaço físico grande para a instalação dos aerogeradores e das subestações que farão a captação e a transmissão da energia. Podemos ver também, na análise da figura 2, como a Mesorregião Serrana seria muito mais propicia para esse tipo de construção, não levando em conta apenas suas características físicas, mas também a densidade populacional e suas relações sociais.

[pic 2]

Figura 2 - Densidade Populacional de SC Fonte: http://i.imgur.com/HMd3kLB.png

Portanto, apesar do ato de regionalizar estar ligado mais aos objetivos do cientista que está regionalizando, muitas vezes este ato é carregado de intenções e objetivos que, muitas vezes, excluem aqueles que realmente pertencem à determinada região. Ao regionalizar, tomar como critério apenas uma característica de um determinado espaço pode ocorrer em erros de estudo e conclusões precipitadas. Segundo JUILLARD: “Existem pois duas abordagens diferentes da realidade geográfica, uma que se aproxima da ecologia e, consequentemente, incorpora antes de mais nada os dados das ciências naturais e da sociologia; a outra está ligada sobretudo ao funcionamento do espaço territorial e dá destaque aos dados da economia política (...) Longe de excluírem uma a outra, estas duas abordagens se esclarecem mutuamente, mas somente a segunda permitirá talvez ultrapassar a enfermidade congênita da geografia: sua inaptidão para a generalização.”

Sendo assim, ao observar apenas os dados do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, podemos concluir que a região da grande Florianópolis poderia ser uma região com parques eólicos e também estar inclusa em uma “região eólica”, como estão contidas as cidades de Bom Jardim da Serra e Água Doce. Entretanto, as relações sociais complexas e a grande densidade populacional da área da Grande Florianópolis impedem que façamos parte desta região eólica, e para caso haja pretensões por parte do Estado em implementar esta política energética para a Grande Florianópolis, será necessário um esforço entre sociedade civil e governo para a implementação deste tipo de empreendimento.

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