QUILOMBOLAS NA REGIÃO DOS LAGOS
Por: Kleber.Oliveira • 25/10/2018 • 1.882 Palavras (8 Páginas) • 425 Visualizações
...
Após muitos anos de luta, no século do ouro (XVIII), os escravos poderiam comprar uma carta de alforria para terem sua liberdade, porém não era uma lieberdade concreta, pois sofriam muita descriminação e as oportunidades de trabalho seram precárias.
Mas os negros sempre buscaram uma vida digna e quando não conseguiam comprá-la fugiam para florestas e com isso deram início a formação dos quilombos.
- DIAS, Heloisa; BARALDI, Glaucimara.História: Projeto Descobrir. 2ª edição, São Paulo,2011. Ed. saraiva.
- http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm
As comunidades remanescentes quilombolas e seus enfrentamentos
Sabemos que tudo aquilo que cerca a sociedade, as influências e atitudes faz parte de uma determinada cultura, ou seja, os conjuntos de hábitos sociais, manifestações que caracterizam um grupo social. E é de grande relevância não só conhecer as diversidades culturais que temos em nosso país, como também respeitar cada uma delas, como por exemplo: reconhecer que as relações raciais marcaram a história brasileira e influenciaram em todo contexto, se fazendo presente até os dias atuais, como o caso das comunidades remanescentes quilombolas.
Segundo Mello (2012), historicamente aprendemos que quilombolas eram aqueles que habitavam em quilombos, ex- escravos de origem africanas que conseguiam fugir das fazendas e engenhos e buscavam moradias nos quilombos. Uma organização que parecia com aldeias africanas, havendo divisão de trabalho e que viviam da agricultura e da pesca. Viviam de acordo com seus hábitos culturais, porém, eram comum os fazendeiros e donos de engenhos contratarem homens armados para desfazerem os quilombos e capturar os escravos fugitivos, por isso muitos combates ocorreram, mas, os quilombolas que resistiam protegiam seus quilombos mantendo sua existência. Como o caso de Zumbi, um líder do quilombo de Palmares.
Até hoje, principalmente em regiões do interior do Brasil, existem quilombos, chamados de quilombos remanescentes, que são habitados por descendentes de ex - escravos.
Um professor licenciado em geografia pela UERJ, Thyago Faria de Araújo ( 2011), realizou uma pesquisa na região Litorânea do Rio de Janeiro, no Município de Armação dos Búzios, no Bairro da Rasa, por nela estar situada uma comunidade Remanescente de Quilombo. O qual ouviu diversos relatos que levaram a compreender a atual realidade sócia espacial do Bairro da Rasa e como isso foi um reflexo para o processo histórico da ocupação do Bairro.
Segundo Farias ( 2011), o bairro da Rasa, local onde a pesquisa foi realizada, tem uma realidade marcada pelo descaso e por uma menor importância dada pela administração Municipal. É uma população que é predominantemente negra e descendente de escravos. Segundo relatos pelo professor, devido a esse isolamento não houve a miscigenação, daí os negros da Rasa apresentarem a pele bem escura.
“Tal concepção se instaura como um senso comum dentro do município de ver a situação periférica do bairro da Rasa como um ato de segregação da comunidade quilombola.” ( FARIA, Thyago. 2011)
O inicio das transformações socioeconômicas no bairro, se originou a decadência da agricultura e o crescimento imobiliário, quando as grandes fazendas foram vendidas para proprietários que passaram a empregar grande parte em pastos. Sendo assim, a mão de obra dos negros passou a não ser mas absorvidas e estes foram aos poucos expulsos das terras por eles arredadas após a abolição da escravatura, através do trabalho das terras dos antigos fazendeiros.
Como outros fatores dessa transformação, Faria ( 2011) relata, que segundo moradores podem ser citado: a construção de estradas que deram inicio ao trafego das linhas de ônibus ligando Rasa à Cabo Frio e à Búzios, o incremento do turismo e o reconhecimento de Búzios nacional e internacionalmente, modificando o ritmo e as formas de vida dessas pessoas. Exemplo disso era agricultura e a pesca artesanal, sua principal fonte de vida. Mas, com o forte crescimento populacional, o solo começa a se tornar escasso, forçando grande parte dos moradores do bairro a ocupação de trabalhos temporários, sujeitos ao turismo.
ESTUDO AFRO NO CURRÍCULO ESCOLAR
Para Assunção (2010), a luta organizada da comunidade negra no Brasil, gerou um combate ao racismo, que se caracterizava como um processo de produção de desigualdades sociais entre as etnias, o reconhecimento da especificidade da cultura de Matriz Africana e uma ampla crítica à situação social no qual se inclui a educação.
A lei de número 10.639 de 2003 relata:
“Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre história e cultura Afro Brasileira.”
Amparado no discurso universal se construiu uma cultura escolar, uma dificuldade de compreensão da importância de valorizar a diversidade. Tornando se presente a debate da Educação a serviço da diversidade, tendo como grande desafio a afirmação e a revitalização da autoimagem do povo negro.
Farias em sua pesquisa,, entrevistou um professor e coordenador da disciplina de história, questionando se havia alguma Matriz Curricular da disciplina de Afro, o entrevistado respondeu que havia sim, porém, como informado nas escolas, esta Matriz Curricular nunca chegou nas mãos dos professores. E por isso cada um trabalhou e ainda trabalha a sua maneira como: relevo, clima e vegetação da África, a colonização, a estrutura da população, a África e seu subdesenvolvimento, etc.
“E por fim, os quilombos são retratados de maneira simplória como lugar isolado, onde os negros se refugiavam da escravidão, não sendo mencionada a história local do quilombo.” ( FARIAS, Thyago. 2011)
Sendo assim, os professores não realizam nenhum trabalho colocado pela lei 10.639, a construção de conceito em relação ao povo negro e seus espaços.
Como consequência disso, Faria ao entrevistar os alunos negros, foi possível perceber que os próprios não conseguem se identificar como tal, porém, ao perguntar se alguém tinha algum parentesco que eles classificariam
...