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Movimento Sociais

Por:   •  6/3/2018  •  1.599 Palavras (7 Páginas)  •  443 Visualizações

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A ocupação é uma forma de luta e acesso a terra, ação continua na história do campesinato brasileiro. Os tipos de ocupação estão relacionados à propriedade da terra, às formas de organização das famílias e aos tipos de experiências que constroem.

Destacam-se três tipos de ocupações: terras de trabalho reconquistadas, que estavam ocupadas, mas se encontram em litigio devido à territorialização do capital na expropriação das famílias. Terras devolutas, ocupação de terras pertencentes ao Estado, cujas terras passam a ser griladas por latifundiários. E por fim Ocupação de Latifúndios. No Brasil predominam as ocupações de terras devolutas e as ocupações de latifúndios.

Com referência à forma de organização dos grupos de famílias, existem dois tipos: movimentos isolados e movimentos territorializados. Os movimentos territorializados podem ter duas formas, sendo elas, movimento social ou movimento sindical. Esses movimentos recebem o apoio de diversas instituições, desde a alguma pastoral da Igreja, centrais sindicais, partidos e organizações não governamentais.

Movimento isolado é uma organização social que se realiza em uma base territorial determinada, nascem em diferentes pontos do espaço geográfico, em lutas de resistências. Brotam em terras de latifúndios através da espacialidade da luta. Enquanto que o Movimento territorializado está organizado e atua em diferentes lugares ao mesmo tempo, ação que permite espacializar a luta para conquistar novas frações do território.

Sem a superação de suas circunstâncias, os movimentos isolados se extinguem. Quando esses movimentos são resultados de interesses imediatos, a tendência é o esgotamento do movimento. Quando os movimentos buscam objetivos mais amplos, a tendência é o desenvolvimento da forma de organização, espacialização e territorialização, carregando a dimensão da luta pela terra. Todo movimento socioterritorial nasce de um ou mais movimentos isolados.

As ocupações realizadas podem ser desenvolvidas por meio dos seguintes tipos de experiências: espontâneas e isoladas, organizadas e isoladas, organizadas e espacializadas.

As ocupações isoladas e espontâneas ocorrem por pequenos grupos, numa ação singular de sobrevivência, quando algumas famílias ocupam uma área sem configurarem um forma de organização social, podendo resultar em movimento social isolado.

As ocupações isoladas e organizadas são realizadas por movimentos sociais isolados. As famílias formam o movimento antes de ocuparem a terra. As tendências desses movimentos são de transformarem em movimentos territorializados.

As ocupações organizadas e espacializadas são realizadas por movimentos socioterritoriais, tem como referência a participação de trabalhadores, que já viveram experiências de ocupação, e como militantes espacializam essas experiências, territorializando a luta e o movimento na conquista de novas terras.

Os movimentos socioterritoriais, em seus processos de formação, multiplicaram suas ações e passaram a fazer várias ocupações num pequeno espaço de tempo ou ao mesmo tempo. Desse modo, é possível intensificar os números de ocupações. Ocupação é um processo socioespacial, é uma ação coletiva, é um investimento sociopolítico dos trabalhadores na construção da consciência da resistência no processo de exclusão.

No curso das experiências, os sem-terra passaram a combinar várias formas de luta. São as marchas, as ocupações de prédios públicos, esses atos intensificam as lutas e aumentam o poder de pressão dos trabalhadores nas negociações com os diferentes órgãos do governo.

Pelo desenvolvimento dos procedimentos das práticas de lutas, é possível definir dois tipos de ocupação: ocupação de uma área determinada e ocupação massiva. No primeiro o tamanho da área é critério para a mobilização e organização das famílias. No segundo, a mobilização e organização têm como critério assentar todas as famílias sem-terra, ocupando quantas áreas forem necessárias. Uma ocupação de uma área determinada pode se transformar em uma ocupação massiva, não só pela quantidade de famílias que participam, mas por causa do desdobramento da luta.

Os processos de espacialização e territorialização diminuem e podem terminar quando as famílias sem-terra conquistam todos os latifúndios de um ou mais municípios.

Os acampamentos são espaços e tempos de transição na luta pela terra. São espaços de lutas e de resistência, podem estar localizados dentro de um latifúndio ou nas margens de uma estrada. O acampamento é um lugar de mobilização para pressionar o governo na desapropriação de terras. Os sem-terra compreenderam que acampar sem ocupar dificilmente leva à conquista da terra.

Os acampamentos possuem determinadas disposições conforme a topografia do terreno e as condições de enfrentamento com os jagunços. Ao organizar um acampamento, os sem-terra criam diversas comissões que dão forma a organização. Na politica de implantação de assentamentos rurais do governo federal a sustentação dos acampamentos é uma forma de pressão e contribuição dos sem-terra para a realização do cadastramento das famílias beneficiárias, bem como para intensificar a arrecadação das áreas.

Uma importante condição para o avanço da luta pela terra é a organicidade dos movimentos sociais. A organicidade é uma característica dos movimentos socioterritoriais. É representada na manifestação do poder politico e de pressão que os sem-terra possuem no desenvolvimento da luta.

Organicidade é a capacidade de fazer com que as ideias, discussões e orientações de um movimento percorram todo o corpo de uma organização e se articulem, de forma permanente, para garantir a unidade de pensamento e de ação.

Para ter organicidade, uma organização precisa realizar três tarefas importantes: 1) fazer a escolha criteriosa de

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