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GEOLOGIA: SAÍDA DE CAMPO

Por:   •  7/11/2017  •  5.486 Palavras (22 Páginas)  •  462 Visualizações

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2.PARADAS E PASSAGENS.

2.1Primeiro dia.

2.1.1 - 1ª Passagem – Mata Paludosa.

O início do trajeto da Rota do Sol tem a Mata Paludosa, do ponto de vista ecológico e geográfico esta área e muito rica, tendo uma grande diversidade de fauna e flora e, do ponto de vista da vegetação, se tem toda uma transição do que é Planície Costeira, na parte mais baixa da via, com uma vegetação de restinga que vem subindo a encosta, onde já se tem áreas de Mata Atlântica senso estrito, que é uma mata com espécies típicas e restritas desta área. E com várias modificações produzidas pelo homem, como reflorestamento de pinus, pastagens, plantações de monoculturas entre outras modificações.

Mas a Mata Paludosa senso estrito é uma mata de transição entre a mata típica de encosta com a mata da planície costeira, onde temos jerivás, figueiras entre outras nativas.

A própria construção da Rota do Sol foi cercada de polemica, nos finais dos anos 90 a construção dos túneis e dos viadutos, ligando os campos de cima da serra com o litoral, criando através de movimentos de ambientalistas e ecologistas a APA da reserva biológica da Mata Paludosa, para a proteção das espécies que são endêmicas do local, preservando do impacto gerado pela construção da Rota do Sol sobre a fauna e a flora local. Sendo criado também um mosaico de proteção, a estação de Aratinga, a qual compõe uma grande APA da Rota do Sol, reserva biológica da Serra Geral, estação ecológica de Tainhas, sendo criado desta maneira um corredor ecológico para as espécies.

2.1.1.1 - Um pouco de história da colonização do Rio Grande do Sul

O início da habitação por conta dos colonizadores que recebiam do governo uma colônia de 25 hectares, onde tinham que formar uma subsistência basicamente agrícola tinham que desmatar a mata em torno de suas colônias. Sendo considerados desta maneira os principais causadores do desmatamento desta região.

2.1.2 - 1ª Parada – Vale do Rio Três Forquilhas, Rota do Sol, Viaduto do Reverso.

[pic 1]

Nossa primeira parada foi na Rota do Sol, sobre o Viaduto do Reverso, no Vale do Rio Três Forquilhas, da onde já se pode observar claramente, parte da geologia que integra todo o panorama percorrido pela saída de campo.

No paredão, visto a frente do viaduto, é composto de uma rocha de tonalidade bem escura, já com algumas alterações, sendo composto principalmente de basalto, oriundo dos derrames de lava.

A célula tectônica, fazendo todo o esforço de separação do super continente de Gonduana, aconteceu uma série de derrames de lava, mas não sendo o vulcanismo daquela forma tradicional, com vulcões expelindo lava e cinza, montando edifícios de vulcões em série. Tivemos uma rachadura literalmente, entre o que hoje é o Continente Africano e o Continente Sul-Americano. Desta rachadura, a lava chegou até a superfície da fenda e, era uma lava de composição básica, com pouca viscosidade, sendo bem fluída, com maior capacidade de escorrer e se movimentar sobre a superfície, alcançando grandes distâncias territoriais, desde de o Rio grande do Norte até a área da escarpa da serra do Pinto, derrames estes ocorridos entre 8 a 10 milhões de anos. São mais de 20 derrames conhecidos e catalogados nesta região do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Identificamos na paisagem degraus na paisagem, marcando a diferença destes derrames de lava, em cada degrau temos uma vegetação mais clara, uma área com declínio menor, pouco acima deste degrau, tem outro derrame de lava, acima deste, a encosta fica mais íngreme novamente e temos outro derrame de lava. Então podemos notar estes degraus todos e às vezes até a mudança do tipo de vegetação que tem em cima de cada desnível, marcando justamente o tipo de que temos embaixo, associado diretamente aos diferentes tipos de derrames de lava, o que tínhamos neste exato momento, era uma imensa área de terra, sem vegetação, coberta por uma série de rochas vulcânicas.

Tínhamos o derrame de lava que, subsequentemente após o derrame, começava a esfriar, que sobre o qual, vinha outro derrame de lava por cima, e assim sucessivamente, constituindo todo este pacote de basalto. Desde a base do derrame, onde começa a estrada, conhecida como Rota do Sol, até o seu topo, é basicamente basalto, tem alguma outra rocha no meio, com uma composição um pouco mais ácida, tipo o Riolito, com um pouco mais de sílica.No meio teremos algum arenito, pelo fato de ser um deserto á época dos derrames, chamado de Deserto de Botucatu, sendo este da época da passagem do Jurássico para o Cretácio.

Acontecia da seguinte forma, parava um derrame de lava e como no entorno existiam dunas de areia do deserto, com a ação eólica do vento, era depositado sobre o derrame uma camada de areia e subsequente, vinha outro derrame de lava e cobria esta areia, formando no meio de cada derrame uma lente de areia preservada, formando posteriormente, com o calor e a pressão, um arenito chamado de Intertrapp, como o próprio nome sugere, ficava preso entre dois derrames como se fosse numa armadilha. Isto mostrava o que? Mostrava-nos que tivemos um intervalo de tempo entre um episódio de derrame de lava e outro, um período de grande atividade eólica deste deserto, trazendo areia para esta área. Logo em seguida, tínhamos outro episódio de derrame de lava enterrando esta areia de novo, soterrando e preservando ela ali no meio.

Então, foi deste modo que se foi construindo todo este pacote imenso de rochas, que vem desde o litoral de Santa Catarina ao litoral Gaucho, se estende pelo interior do Rio Grande do Sul, passando por toda a região dos vales conhecidos hoje, vai entra Uruguai adentro e vai se estender no Brasil, por São Paulo, Mato grosso, Goias, ou seja, por toda a bacia do Paraná. Toda esta área foi coberta por todo este derrame de lava e não existia o vale que vemos hoje, era um imenso bloco de rocha, ainda não tínhamos o Rio Três Forquilhas.Somente após os derrames de lava cessarem é que os rios começaram a escavar lentamente o vale que se tem hoje.

Estamos vendo desta forma, as atividades geológicas magmáticas que deram origem aos basaltos e depois se deu inicio ao episódio mais lento, muito mais demorado, decorrente dos últimos 65 milhões de anos, temos os Rios Máquiné, o Três Forquilhas e todos os outros que ficam na borda do planalto começam a escoar sobre todas estas rochas, todo este pacote de rocha, começando

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