A Identidade do Espaço Rural Itabirano: Percursos Novos em Caminhos Antigos
Por: Sara • 15/11/2017 • 2.507 Palavras (11 Páginas) • 574 Visualizações
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A data de ocupação mais remota que se tem notícia é de 27 de Janeiro de 1746. Até o ano de 1901, criação do distrito de Alliança, os atuais distritos de Senhora do Carmo e Ipoema constituíam num só distrito. Até esta data, a história se refere ao distrito do Carmo. Daí em diante, os distritos passam a construir suas histórias próprias. Há uma forte ligação entre o universo privado da propriedade da terra, o universo religioso e o universo público. Como referência no estudo dessas regiões, pode-se destacar igrejas e cemitérios pela importância do sinal de fixação e pertencimento das pessoas a esses lugares. Os proprietários das fazendas tiveram também uma forte influência na formação do espaço rural itabirano, além de influenciar também a política local.
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Capítulo 4 – Do Cabo de Agosto a duas pontes: fazendas e ocupação no vale do Quebra-Ossos no distrito de Ipoema.
Neste capítulo o autor destaca o Rio Quebra-Ossos que hoje é denominado, por rebaixamento, de Ribeirão Aliança e sua localização, que é um caminho natural que se une ao Vale do Rio Tanque e que desde o século XVIII serviu de passagem entre o distrito diamantino e o Rio de Janeiro. Fazendo um levantamento, estabeleceu que os antigos proprietários são oriundos da região aurífera de Santa Bárbara e Catas Altas e que poucas famílias como os Figueiredo, os Afonso Guerra e os Pessoa de Faria dominavam grandes extensões de terra.
É neste vale que se edificaram as primeiras moradias que mais tarde viriam a se formar a sede do atual distrito de Ipoema. Destacou-se como testemunhas vivas do passado da região, as Fazendas Cabo de Agosto, Luiz Antônio e Ribeirão Domingos ou Fazenda da Dona. Como locais que deixaram de representar o passado, pode-se destacar as Fazendas Venda de Cima, Botica e Mariana. Destacou-se também a área “urbana” do distrito de Ipoema pelo papel político, histórico e arquitetônico e pela preservação da memória, apesar do que já se perdeu.
Os autores se referem a região das Duas Pontes, como sendo um somatório hidrográfico. Em todas as descrições feitas das fazendas em bom estado de conservação, foram destacados o lugar da construção, o assoalho, os objetos, portas, janelas, forro, enfim, detalhes que foram refeitos pelos atuais proprietários para a conservação destas fazendas. Foi destacado ainda partes das fazendas como moinhos, paióis, engenhos e sua importância econômica para a produção de alimentos para consumo e para vendo do que não era necessário.
Nas propriedades que não mais existem foi abordado questões variadas sobre elas, como terrenos ocupados pelas construções e a divisão feita hoje dessas terras, motivos da venda e derrubada dessas fazendas e mais abrangente, as perdas da história e do patrimônio gerados pela não preservação destas fazendas.
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Capítulo 5 – Do Macuco à Santa Rosa: fazendas e ocupação no Vale do Ribeirão do Macuco no Distrito de Ipoema.
Nesta parte o autor fala sobre o caminho que se estende do Macuco a Santa Rosa, sendo esta uma área rica em paisagens serranas, com vegetação variada em espécies, além de várias nascentes que juntas formam uma rica teia de drenagem. Nesta região formaram-se desde o século XVIII importantes propriedades rurais, restando poucas fazendas originais, devido a razões diversas. Das construções originais, muitas estão em péssimo estado de conservação e muitas foram completamente destruídas. O grande problema é que a história do povoado de Macuco está diretamente relacionada a estas construções.
Esta região foi ocupada entre a metade do século XVIII e o início do século XIX. Ocupação está relacionada a exploração e procura de minerais nas cabeceiras do Rio Tanque. Das casas, engenhos e fazendas em geral do Vale do Ribeirão do Macuco, em algumas só se encontram ruínas que servem de registro da sua existência.
Das construções hoje encontradas na região, pode destacar o bom estado de conservação de algumas fazendas que tem um grande valor histórico e arquitetônico para fins de preservação. Várias outras construções não tem registros, nem mesmo de ruínas, sendo uma grande perda para a história dessa região.
Além de todo o conjunto arquitetônico formado por essas fazendas ainda existentes e pela capela São José, o patrimônio natural do Vale do Ribeirão do Macuco é muito rico. Todas as riquezas ambientais as região tem grande importância, justificando a necessidade de projetos de proteção e conservação da região.
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Capítulo 6 – Do Cubango à Botica: Fazendas e ocupação nos Vales do Ribeirão Santo Antônio e do Ribeirão do Turvo, distrito de Ipoema.
O Córrego Santo Antônio desce pelos declives das serras em um vale estreito até chegar ao Rio Tanque. O córrego recebe vários afluentes que se juntam a ele. Este região começou sua ocupação por volta do século XVIII de acordo com informações ou indícios encontrados.
As construções encontradas no fundo do Vale seguem claramente o curso do Ribeirão Santo Antônio e seus afluentes. Como base de sobrevivência dos moradores locais, pode-se destacar a atividade agrícola de subsistência que era dominada por uma estrutura familiar. O povoado de São José do Turvo era o núcleo de congregação, ao se observar a presença da capela e do cemitério, sendo estes na época, formas de pertencimento e identidade deste lugar. Estas construções, na sua maioria demolidas, cederam lugar a outras formas de habitação.
As construções ainda existentes servem de documentos importantes e ricos para estudar e compreender o passado desta região. Nas incursões feitas pelo Vale, destacam-se na paisagem fazendas como: Cubango, Mundo-Vira, Barra do Turvo, Barra do Santo Antônio, Chapada de São Pedro e Tabatinga.
Sendo o povoado de São José do Turvo, núcleo e local das relações sociais deste Vale, as manifestações mais claras da vida religiosa e social e descrito como o lugar de mediação entre os homens e sua cultura.
A dedicação a vida religiosa no povoado de São José do Turvo reforça os laços familiares e do vínculo de parentesco desses habitantes.
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