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RESENHA: Cap 1 O HOMEM E A TECNOLOGIA

Por:   •  11/9/2018  •  1.444 Palavras (6 Páginas)  •  476 Visualizações

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história de todas as produções humanas nos seus processos virtuais e atual de humanização.

O homem e a máquina

No Capítulo II “O homem e a máquina” o autor fundamenta a compreensão da máquina, no primeiro tópico de maneira crítica possibilitando entender que a máquina desde as mais simples ferramentas até as mais evoluídas máquinas automáticas, não tem início em si mesmas, mas sim naquelas que as antecederam através da criação dos homens. Desta forma, toda e qualquer máquina é o decorrência de um longo processo de acumulação de conhecimentos reflexivos e dos materiais e dos fenômenos encontrados na natureza. Sendo assim o ente humano o único ser vivo detentor de cultura e diferentes linguagens em estado social. Desta forma conclui esse tópico dizendo que:

[...] o papel decisivo da máquina, tanto nas eras mais remotas quanto agora, consiste em modificar o sistema de relações de produção do homem mediante a ampliação da rede de ligações com a natureza, dando-lhe a possibilidade de possuir formas de ação sobre os corpos e as forças naturais, formas que significam o aumento da capacidade de domínio do mundo circunstante (PINTO, 2005, p.80).

No tópico dois, o autor aborda sobre a “evolução das máquinas e a libertação das energias humanas” destacando que o aperfeiçoamento, cada vez maior, do maquinismo e, em geral, nas grandes transformações tecnológicas libertam as energias humanas e contribuem para a oferta de mais mercadorias e novos materiais até então inexistentes. O autor enfatiza que todos os passos de libertação das energias humanas promovidos pela inovação tecnológica das máquinas conduzem a entregar a máquina o serviço da sociedade como um todo. O homem e o significado das máquinas “criadoras” e “pensantes” é o tema do terceiro tópico onde o filósofo dá início à desconstrução dos conceitos do pensar eurocêntrico sobre “máquinas criadoras” e de “máquinas pensantes” a partir das idéias de Von Neumann de se arquitetar uma máquina apta de produzir qualquer outra inclusive ela própria. Outra consideração importante é sobre a inocência de se falar dos “cérebros eletrônicos” e esquecem que “o cérebro está em outro lugar, na cabeça dos inventores e construtores (p.93)” e não na máquina depositária. É um delírio atribuir às máquinas as capacidades de trabalhar, pensar e solucionar problemas, quando de fato o ente humano põe a máquina a funcionar quem realmente está trabalhando é ele.

No quarto tópico o autor debate sobre a base social da máquina e em todo o capítulo o filósofo para tornar seu pensamento compreensível procede na sua explicação a uma detalhada aplicação da dialética. Pois segundo ele, pela dialética as máquinas são objetos a que se pode impor significado ambivalente, ou seja, ora com operações voltadas para relações sociais totalmente humanizadas, ora desumanas. Portanto as máquinas devem ser incluídas nas bases sociais, históricas e materiais em que funcionam para a satisfação das necessidades humanas pelo desenvolvimento das forcas produtivas das quais fazem parte. O sexto tópico o homem e a regulação das máquinas aborda sobre como as máquinas não são capazes de se auto-regular, porque não tem consciência e interesse em fazê-lo, ou seja, não contem em si a finalidade de funcionar bem. Um robô e uns computadores não pensam, mas tem a função reguladora e, assim, executam essa tarefa pela vontade e pelo pensamento do ser humano. Eles não têm problemas e muito menos consciência do que fazem. A máquina é sempre um objeto e jamais será um sujeito na historicidade do ser humano.

A consideração das máquinas em concreto é o último tópico deste capítulo e Álvaro se aproxima muito do pensamento de Marx. Segundo o qual o processo da máquina-ferramenta incide em desatar a máquina da ferramenta manual, em que inicialmente se baseava, e tomar forma livre, dependente apenas à sua função mecânica. Tal procedimento evolutivo far-se-á à custa da disposição e resolução de contradições dialéticas e está em pleno curso na fase de automação onde agora se penetra. Toda máquina por um lado põe, isto é materializa uma possibilidade de ação produtiva explicada pelos conhecimentos que induziram a construção dela. A natureza não doa sentido nem tem problemas e estratégia, somente age por causa e efeito e é dotada de vários mistérios.

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