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AS LEIS DE PLATÃO: RELAÇÃO DE CONCEITOS FUNDAMENTAIS COM OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DE UMA CIVILIZAÇÃO

Por:   •  26/3/2018  •  3.739 Palavras (15 Páginas)  •  448 Visualizações

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Podemos dizer que a busca pela Sabedoria, propósito da Filosofia, também se aplica às faces dessa pirâmide quando iluminadas por ela; porém, de onde virá a sabedoria? Podemos dizer que ela vem dos sábios e é transmitida por estes àqueles verdadeiros buscadores que, ao reconhecerem que não a têm, buscam-na movidos por uma forma de amor que se expressa como devoção. Somente conseguirá viver uma trilha filosófica aquele que se decidir a buscar os que sabem e conseguir, por sua vez, aplicar o que lhe foi ensinado. Enquanto não reúne condições de legislar, o homem deveria ser capaz de compreender que pode e, mais do que isso, deve buscar aqueles que podem conduzi-lo nesta trilha. Uma real Civilização deve ser capaz de oferecer isso aos seres humanos através das 4 faces que a compõe, assim como através das Escolas de Filosofia.

Hoje nos encontramos em uma Escola de Filosofia à Maneira Clássica que, por sua vez, nos instiga a resgatar uma verdadeira Cultura a fim de lançar as bases para uma nova Civilização. Esta aventura filosófica não é uma novidade, visto que o próprio Platão, no Livro III de “As Leis”, ao buscar a origem das constituições, se remete às antigas tradições para afirmar, através da Lei dos Ciclos, que muitas civilizações já existiram e pereceram. Platão descreve como ocorrem as mudanças na forma de viver dos homens e como isso interfere nas formas de governo. Assim, dependendo das características de uma cidade e mesmo dos homens que a habitam, certos elementos começam a ser necessários – e um elemento fundamental para garantir um processo civilizatório é que possa se instalar na cidade o máximo possível de sabedoria e o mínimo de ignorância, visto que essa é a grande causa por trás da ruína das Civilizações.

Para a construção de um Mundo Novo e Melhor, será necessário uma nova Cultura, uma nova Arte, Ciência, Religião e Política. Contudo, todas elas precisarão de uma base, a Tradição – e esta, quem pode resgatar é a Filosofia. O filósofo, assim, tem o compromisso de ser um elo entre o que hoje vivemos e o que sonhamos para os tempos vindouros.

- AS LEIS NA CIÊNCIA

JAL afirma que a ciência, nos moldes como tem sido considerada, é o resumo dos conhecimentos aceitos num determinando momento histórico, contudo, a Verdade, o arquétipo que se almeja chegar através da Ciência, pouco tem a ver com isso. A ciência hoje tem sido muito mais uma soma de conhecimentos, porém, também tem sofrido mudanças e variações em seu enfoque a partir de novos descobrimentos e aportes. No decorrer do tempo muitos paradigmas tem se sucedido; um deles se sustenta num sistema inconsciente de crenças e valores de uma cultura. Esse conjunto de crenças e valores tem mais a ver com o que aceitamos e acreditamos em determinada época; assim, como esta ciência é incompleta e não verdadeira, devemos recorrer à Sabedoria ou Ciência Certa ou o Real Conhecimento onde o que varia não é a ciência e sim o conhecimento que dela tem os cientistas. Um cientista deve ser um buscador da Verdade, e para tal, há que reeducar o cientista que se refere à moralidade.

Nas Leis, Platão, ao propor um modelo de educação, contempla isto há que deve almejar um cientista: chegar ao verdadeiro conhecimento através de uma vida moral ou harmônica. O modelo materialista de hoje, divide a totalidade da vida humana em mente e corpo, separa os homens da natureza e declara não ter valor os sentimentos, paixões, intuição e imaginação. Nesse modelo somos máquinas e não temos espaço para experiências conscientes, não há lugar para consciência ou espírito, para liberdade de escolhas. É uma ciência mecânica e determinística.

Porém, no que diz respeito à Ciência, vamos observar a atuação das Leis Naturais até chegar à atuação dos homens na Ciência e sua obediência ou não à retidão essencial das Leis dependendo da consciência dos homens, de onde ela se encontra e do quanto se eleva na busca da Unidade com Deus e o todo.

Atualmente surge um novo paradigma, o Idealismo Monístico da Física Quântica, para o qual é a Consciência e não a matéria o que se observa. A consciência é a realidade única e final da matéria, dos pensamentos, a noção do imanente e do transcendente, dos arquétipos, das ideias, do mundo manifesto, enfim tudo é a consciência. A filosofia do idealismo Monista é unitária, as subdivisões são realizadas pela e na consciência.

A proposta do idealismo Monista que na atualidade é defendida pelo físico teórico Amit Goswami, (2008), para o qual esta filosofia é monística, em oposição à dualística (materialismo), e é idealismo porque ideias e a consciência das mesmas é considerada como o elemento básico da realidade; a matéria é julgada secundária. Em outras palavras, em vez de postular que tudo (incluindo a consciência) é constituído de matéria, esta filosofia postula que tudo (incluindo a matéria) existe na consciência e por ela é manipulado. A filosofia do Idealismo Monístico não diz que a matéria não é real, mas que a realidade da matéria é secundária à consciência, que é em si o fundamento de todo ser – incluindo a matéria.

“No idealismo Monista a Consciência é como a luz na Caverna de Platão” (GOSWAMI 2008, p.70). A física quântica sugere que o mundo é mais do que esse aspecto mecânico. Duane Elgin (ANO, p. 29) afirma:

Está brotando uma visão compartilhada do universo. Deixamos de pensar nele como morto para experimentá-lo como coisa viva. Quando consideramos o universo como algo que vive e vemos a nós mesmos sustentados dentro dessa vida, percebemos que estamos intimamente relacionados a tudo o que existe.” Esta percepção supera a profunda separação que marcou nossas vidas.

Dean Radin, cientista sênior no Instituto de Noética em São Francisco, Califórnia, afirma: “O mundo tem mais semelhança a um grande organismo. É algo orgânico altamente conectado com o que se entende pelo espaço e pelo tempo. De um ponto de vista muito básico está relacionado com a moralidade e a ética e de tal forma, que o que eu penso pode afetar o mundo”. (ANO, p. 27).

A partir destas considerações, podemos afirmar que o Conhecimento verdadeiro na Ciência é atemporal, não egoísta, sem orgulhos e ambições, sem deformações temporais; ele exige de quem queira praticá-la uma capacidade moral e espiritual e uma independência dos “poderes do momento” que só as virtudes, através da educação, podem conceder. A verdadeira educação desperta as Virtudes Latentes em nós que são: a justiça, a temperança e o valor, elementos necessários àquele que deseja se

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