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O PROJETO PROFISSIONAL DE RUPTURA

Por:   •  9/1/2018  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  386 Visualizações

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É no cenário do movimento de Reconceituação que se definem e se confrontam várias tendências voltadas para a fundamentação do exercício e dos posicionamentos do Serviço Social. A partir da década 70 há um posicionamento crítico dos profissionais, pois o período da ditadura tinha como característica a concretização do capitalismo monopolista no Brasil. Já a década de 80 foi um momento histórico em que há uma luta contra o Estado autoritário, e dos seus reflexos na sociedade com o aumento da pobreza e miséria, e o aparecimento das lutas pela democratização do Estado e da sociedade, num debate intenso sobre as políticas.

Tendo em vista a direção teórico-metodológica da tradição marxista e seu entendimento com a visão crítico-dialética, o Serviço Social rompe com o conservadorismo. O Código de Ética Profissional de 1993 foi um grande avanço na visão de uma prática transformadora das relações sociais alienadas do sistema capitalista e passa a ser entendida como a solução fundamental para caracterizar a nova posição no Serviço Social. No mesmo período, a reforma das políticas sociais no Brasil, resultado de lutas políticas travadas em busca da efetivação de direitos sociais junto ao Estado, torna-se um ponto de referência importante para consecução de uma nova etapa do projeto marxista no Serviço Social.

A vertente de intenção de ruptura, baseado no referencial marxista que remete a profissão à consciência de sua inclusão na sociedade de classes e que no Brasil vai configurar-se, como uma aproximação ao marxismo.

No amadurecimento da tradição marxista recorre-se à ontologia social. Recupera o pensamento de Marx e demonstra como e em que medida ele é uma ontologia do ser social, uma investigação do que o Ser social é. Marx inaugura uma nova concepção de mundo ao colocar o homem como o único e grande protagonista da história.[,,] A partir da apropriação desses referenciais teóricos que o Serviço Social passa a levantar questionamentos relativos às esferas: estrutural e superestrutural, problematizando questões de âmbito: econômico, político, ideológico e cultural.(BASÍLIO, Miriam sd )

Desse modo o Serviço Social começa a problematizar temas relacionados ao Estado, às classes sociais e a função da ideologia na análise e compreensão da realidade, que possibilita o desenvolvimento de um posicionamento crítico e investigativo.

A formulação inicial do projeto de intenção de ruptura no âmbito de formação profissional se baseia na experiência realizada e desenvolvida pela escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte conhecido como método de BH nos anos de 1972 e 1975 que tem como base o legado o Movimento de Reconceituação. O processo de ruptura profissional contou com uma categoria fortemente organizada o que possibilitou a ruptura com o conservadorismo e o neotomismo, a definição de uma direção politica e social comprometida com as lutas sociais o ponto de vista da classe trabalhadora. De acordo com Maria Beatriz Costa Abramides (2006, pág. 58/117)

O projeto profissional de ruptura com o conservadorismo tem no legado marxiano e na tradição marxista sua fundamentação teórica de analise, interpretação e possibilidade superadora da sociedade capitalista de exploração, discriminação e opressão de classe, e estabelece sua direção sociopolítica estratégica. [..] O projeto de ruptura do Serviço Social brasileiro se constitui por estabelecer as bases teórico-politicas do PEP projeto ético-politico profissional, explicitado como terceira tendência da Renovação do Serviço Social, apresentando-se de forma distinta nos diversos momentos de seu desenvolvimento: gênese, evolução e consolidação.

É precisamente na perspectiva da intenção de ruptura que se plasmam as conotações inerentes a um exercício profissional (e suas representações) compatível com a modernidade: o reconhecimento dos projetos societários diferenciados das classes e dos parceiros sociais, a compreensão da dinâmica entre as classes/ sociedade civil/ Estado, a laicização do desempenho profissional, a assunção da condição mercantilizada dos serviços prestados pelo profissional. (NETTO, 2010)

CONCLUSÃO

A partir destas análises verificamos que a relação entre o Serviço Social e o contexto sustentado em Marx e em sua tradição é uma ação decisiva para a construção de uma análise crítica sobre as relações estabelecidas entre o pensamento conservador e o exercício profissional dos assistentes sociais, normalmente marcado por ações que reiteram a ordem burguesa, hoje hegemônica.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMIDES, Maria Beatriz Costa. O Projeto ético-politico profissional do Serviço Social Brasileiro. São Paulo, 2006.

SILVA, Maria Ozanira da Silva e. O Serviço Social e o Popular: Resgate teórico-metodológico do Projeto Profissional de ruptura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BASÍLIO, Mirian Cátia Vieira. A aproximação do Serviço Social com o Marxismo: desdobramentos para a profissão. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sem

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