GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA
Por: eduardamaia17 • 24/1/2018 • 5.092 Palavras (21 Páginas) • 382 Visualizações
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Para Reverón (2007, p. 35), a palavra adolescente vem do latim adolescere, que significa “crescer.” É a soma de mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais que acontecem no indivíduo durante sua passagem da infância à vida adulta. Ainda segundo a autora, a “puberdade” é a descrição objetiva das transformações da maturidade sexual induzida pelo despertar hormonal e que termina com a aquisição da capacidade reprodutiva.
Segundo a autora, no meio social, a maturidade sexual sucede antes do amadurecimento emocional e a autonomia financeira do adolescente. Assim, um número significativo de jovens que se encontram nessa faixa etária está propenso a iniciar sua vida sexual sem a devida preocupação com o fator gravidez precoce, sendo que para o sexo feminino as consequências apresentam maior relevância do que para o sexo masculino.
- Resultantes da gravidez na adolescência
A gravidez precoce compromete a saúde física e psicológica da jovem, pois nesse período seu corpo encontra-se em pleno desenvolvimento e recebe uma carga hormonal maior para sua formação adulta. Na ordem biológica destaca-se o início da menarca, que tem evoluído em média quatro meses a cada dez anos.
Reverón (2007, p. 36) esclarece que o processo evolutivo do ser humano modificou seu relógio biológico e agora o despertar da puberdade - ativação de estrógenos nos ovários e de testosterona nos testículos - não é aos 13 ou 14 anos, mas aos oito anos nas meninas (sem que seja considerado antecipado) e aos 10 anos e meio nos meninos. Estudos sobre a população adolescente indicam que 75% das meninas têm ciclo ovulatório, a partir dos 14 anos e meio. Nesse sentido, a autora destaca que essa mudança cronológica é muito importante, já que o começo da puberdade dá início à adolescência, com tudo o que ela significa.
Estudos realizados por Takiuti[1] revelam que no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de bebês nascidos de mães entre 10 e 19 anos aumentou 11,06%, entre 1998 e 2006, tendo ocorrido um salto considerável entre meninas com menos de 15 anos (37,4%). Em números totais, isso representa o nascimento de 1.568 bebês por dia e 65 por hora, todos de mães adolescentes.
A comunidade médica alerta que uma gravidez na adolescência não se resume apenas aos fatores psicológicos ou sociais, mas também a biológicos, sociais, familiares e de fecundidade, resultante do não uso de contraceptivo. Alguns estudos têm demonstrado aumento na incidência de intercorrências pré-natais, intra-parto, pós-parto e perinatais entre gestantes adolescentes, notadamente a prematuridade e o baixo peso ao nascimento, aumento da incidência de restrição de crescimento intra-uterino, sofrimento fetal agudo intra-parto, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia (YAZILE et al, 2002).
Segundo Ilelis e Galdino (2003), no âmbito psicológico e contraceptivo, a adolescente não dá crédito a ideia de engravidar, comprometendo o uso de métodos anticoncepcionais, pois suas relações sexuais são periódicas, a baixa auto-estima, a ociosidade do tempo livre, o receio de assumir a sexualidade, a negação de afeto e a tolerância familiar relativo ao sexo. Os métodos contraceptivos são as formas que impedem que os espermatozóides fecundem o óvulo, não permitindo a ocorrência da gravidez. Esses métodos são divididos em cinco grupos, sendo eles: métodos naturais ou comportamentais: tabelinha, muco cervical, coito interrompido e temperatura; métodos de barreira: camisinha e diafragma; método mecânico: DIU; métodos hormonais: injeções e pílulas e método químico: espermicida. Quando existe a informação e a conscientização adequada desses métodos, além de evitar uma gravidez não planejada, evita também doenças sexualmente transmissíveis, através dos métodos de barreira.
- Adolescência, sexualidade e gravidez: a família e o meio social
Os autores acima esclarecem que a postura do indivíduo adolescente depende da condição familiar e social, no que se refere à aceitabilidade da sexualidade, do sexo antes do matrimônio e da gestação precoce. Ainda existe a possibilidade das adolescentes se espelharem na mãe que engravidou precocemente, ou nos irmãos mais velhos que têm vida sexual ativa.
Reverón, (2007) já citada anteriormente, evidencia que existe um consenso de que os jovens nessa fase da vida são considerados imaturos para lidarem com as responsabilidades que a vida sexual exige, gerando problemas como gravidez indesejada e na maioria das vezes o abandono escolar, acentuando as diferencas entre as classes nos países em desenvolvimento. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais/Pluralidade Culturais: Orientação Sexual,
“Se a escola que se deseja deve ter uma visão integrada das experiências vividas pelos alunos, buscando desenvolver o prazer pelo conhecimento, é necessário que ela reconheça que desempenha um papel importante na educação para uma sexualidade ligada à vida, à saúde, ao prazer e ao bem-estar, que integra as diversas dimensões do ser humano envolvidas nesse aspecto” (1997, p. 114).
É sabido que nesse período da vida do jovem o apoio da família é parte fundamental para que o mesmo possa se auto-estruturar dentro da sociedade futuramente. A adolescente pertencente à classe menos favorecida, sem condições para continuar os estudos ou enfrentar o mercado de trabalho, vê na vida conjugal e na maternidade a solução para se estabilizar, ficar longe da repressão familiar e da discriminação que existe no seu meio social.
TEMA
Análise da ocorrência de gravidez na adolescência na região de Ariquemes.
PROBLEMA
A gravidez na adolescência afeta de forma negativa os aspectos biológicos e sócio-econômicos na gestante?
HIPÓTESE
A gravidez na adolescência deteriora o perfil sócio-econômico e aspectos biológicos relacionados à saúde da mulher.
OBJETIVO GERAL
- Comparar os aspectos de natureza sócio-econômicos e biológicos de gestantes adolescentes (Grupo A) e não adolescentes (Grupo B) da região de Ariquemes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Confrontar os pontos biológicos entre os grupos A e B, (onde o grupo A são as mães com idade entre dez a dezenove anos e grupo B, mães
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