GRAMSCI – AMERICANISMO E FORDISMO

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AMERICANISMO E FORDISMO

Pode se dizer genericamente o americanismo e o fordismo resultam da necessidade imanente de compor a organização de um economia programática' e que os vários problemas examinados deverão ser os elos da corrente que assinala justamente a passagem do velho invisualíssimo econômico à economia programática. Estes problemas nascem das várias formas de resistência.

O proibicionismo que nos Estados Unidos era uma condição necessária para desenvolver o novo tipo de trabalhador.

A América não tem grandes tradições históricas e culturais, mas também não está marcada por essa capa de chumbo (nobreza ). Essa é uma das principais razões certamente mais importante do que a assim chamada riqueza natural que explicam sua formidável acumulação de capitais, não obstante o nível de vida das classes populares ser superior ao europeu. A não -existência destas sedimentações viscosamente parasitárias, deixadas pela fases históricas, permitiu uma base sã à indústria e especialmente ao comércio, e sempre reduziu a função econômica representada pelos transportes e pelo comércio a uma atividade subalterna a da produção, ou melhor, a uma possível absorção dessas atividades pela produção.

Visto que existiam estas condições preliminares, garantidas pelo desenvolvimento histórico, foi relativamente fácil racionalizar a produção e o trabalho, combinando habilmente a força a destruição do sindicalismo operário de alcance nacional — com a persuasão — altos salários, benefícios sociais diversos, propaganda ideológica e política muito hábil, conseguindo-se, assim, basear toda a vida do país sobre a produção.

A luta que se desenrola na América se dá pela propriedade do oficio contra a liberdade industrial, similar à desenvolvida na Europa no século XVIII, mas em outras condições. O sindicato operário americano é sobretudo a expressão corporativa da propriedade dos ofícios qualificados e por isso a critica feroz dos industriais tem um aspecto progressista. A ausência da fase histórica europeia, que a Revolução Francesa também representou no campo econômico, deixou as massas populares americanas em estado bruto, e a isto se acrescenta a ausência de homogeneidade nacional, a mistura heterogênea das culturas e raças, a questão dos negros.

A função econômica da reprodução Esse não é apenas um fato geral que interessa toda a sociedade, que exige uma certa proporção entre as diversas idades, tendo como fim a produção e a manutenção da parte passiva da população, mas é também um fato molecular, inerente aos menores agregados econômicos como a família. A expressão arrimo da velhice mostra a consciência instintiva da necessidade econômica da relação entre jovens e velhos em todo campo social. O espetáculo dos maus-tratos, nas vilas, de velhos e velhas sem filhos provoca o desejo de ter filhos com casais. Os velhos das classes populares que não têm filhos são tratados como bastardos.

A questão ética e civil mais importante relacio

nada ao problema sexual é a formação de uma nova

. sexualidade feminina. Enquanto a mulher não tiver

alcançado não só uma independência do homem e

um novo modo de conceber a si mesma e também