Fichamento do texto ascensão e queda de uma elite endogena extraido do livro historia concisa de cabo verde
Por: Hugo.bassi • 18/1/2018 • 1.898 Palavras (8 Páginas) • 574 Visualizações
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Com a descoberta do ouro no Brasil, a relação da Coroa com os outros territórios atlânticas, passaram a ser dependentes dos interesses da economia Brasileira. È nessa nova conjuntura que a autora afirma que as ilhas de cabo verde, a importância que tinha antes na política comercial portuguesa, isto é, o arquipélago foi profundamente esquecido pelo poder político reinol. A partir de então, deu a origem a sociedade Cabo verdiana, isto é, uma sociedade autónoma e de autogestão.
Nos novos espaços: Santo Antão, S. Nicolau, Boa Vista, Maio e Brava
Na ilha de S. Antão, S. Nicolau, as instituições só tiveram o terreno por causa de um factor muito importante, que é a densidade populacional. Pois ali havia uma população suficiente que permitia a instalação de» poder legalizado». Apesar de não existir nessas ilhas nenhum homem branco mesmo assim foi possível a criação de duas vilas, com os juízes e oficiais da câmara.
Ainda nessas duas ilhas, a autora afirmou que deveria ser proposto pelos oficiais da câmara e confirmado pelo rei, um «capitão-mor», cuja principal tarefa, é fazer uma lista de pessoas capazes de usar as armas, de fazer a distribuição das guardas e vigiar nos portos, cobrança das multas e aplicação de castigos aos soldados.
Já para as ilhas de Boa Vista, Maio e Brava o ouvidor geral aconselhava em cada uma delas a eleição anual de um juiz «pelos homens principais do povo» e com aprovação do ouvidor. No mesmo ano, começaram a criar nessas ilhas «as justiças e tropas». Primeiro foi em S.Antão, depois para S. Nicolau e por fim Boa Vista e Maio.
Ainda nessas ilhas, o facto delas possuíam muito menos densidade populacional, dever-se-ia nomear dois capitães para cada uma delas e o mais velho com o título de «capitão cabo».
Desta forma, conforme é da autoria da autora, já em meados do sec.XIII, em todas as ilhas, mas sim ilhas habitadas já estavam instaladas essas duas instituições de poder local, isto é, a Câmara e a Milícia.
O jogo dos poderes: afirmação dos «brancos da terra»
Nesta parte, a autora realça que com o declínio do comércio externo, deu-se a internalização e a ruralização da sociedade cabo-verdiana, bem como o empobrecimento e «crioulização» dos homens dos homens poderosos. Pois então, foi nessa nova conjuntura que nasceu a terceira elite cabo-verdiana «elite endógena mestiça». Já não é urbana como as duas primeiras. Os seus interesses económicos, está profundamente enraizado nas terras. Os seus membros foram muitas vezes nomeados para altos cargos militares e da administração. A partir daí, a sociedade cabo-verdiana, já não pode ser considerada como escravocrata, isto é, porque os números dos escravos é cada vez mais escassos. «Foi nesses anos de secas, de restrição do comercio, de desmonetarização, de retraimento da produção agrícola, de escassez da mão- de- obra, de ruina e abandona da Ribeira Grande de Santiago e consequentemente a desvitalização da vida urbana e cosmopolita, que a elite endógena cabo-verdiana.
Os «homens da governança»
Segundo a autora, na segunda metade do sec.XVII, a Câmara da Ribeira Grande se Santiago, exerceu o cargo de governador pelo ou menos catorze anos e durante o sec.XVIII, pelo ou menos vinte e quatro anos, somando trinta e oito anos. Isto significa que esses homens eram governantes por bastante tempo.
Para ela o monopólio das instituições locais e o encargo de governos interinos, conferiu a esses homens governantes oportunidades de instalar nos sítios de poder, formando assim um grupo composto por poucas famílias, que durante a época trespassou toda a vida política e militar.
«As Famílias»
Segundo Iva Cabral, a pirâmide social de Santiago era composto por um grupo restrito de homens, membros de um número reduzido de famílias. O poder local era administrado pelos filhos da terra. Dessas poderosas famílias, André Alvares de Almada foi um dos patriarcas, que casou-se com as duas mulheres, primeira Ana de Lemos e a segunda Francisca de Queirós. Esta família segundo a autora, cresceu-se até formar a sétima geração. No entanto, através dessa política matrimonial, os dois descendentes desse senhor dominaram a sociedade cabo-verdiana durante dois séculos-XVII e XVIII.
A hierarquização pela via militar
Nesta parte, a autora vai dizer que, de acordo com o censo estatístico feito pelo Bispo de cabo verde, em 1727, viviam na ilha de Santiago cerca de 5541 homens que prestavam serviços nas milícias. De entre esses homens, 169 eram brancos, 693, eram mulatos, 4679 erram os forros. Através destes números, pode-se constatar que cerca de metade da população masculina, fazia parte das forças Milicianas. De acordo com o oficial régio, indicado pela autora, distinguiria a qualidade dos homens da seguinte forma: Brancos do Reino com as letras B. e R; Brancos da Terra- B. e T; Brancos da Terra como do Reino— B. e T. e R; Brancos Mulatos— B.T e M; «Brancos bem procedidos e homens principais, ou seja naturais da terra ou do Reino---B.R.M; homens pretos.
-- O coronel João Pereira Carvalho (branco mulato e preto), comandava o regimento da Ribeira Grande de Santiago.
-- O segundo Regimento, foi comandada por um «branco bem-sucedido» mulato e preto, Manuel Francisco da Silva. Foi também administrador das capelas.
--O regimento na vila de praia era comandado, por um «branco bem-sucedida, homem principal, ou seja, natural da terra ou do reino ou preto» o Coronel João de Barros de Sousa Bezerra. Já a fortaleza real e os quatro baluartes eram comandados por capitães-mores, que faziam parte dos grupos dos moradores que eram chamados os brancos da terra.
Da autogestão ao impacto colonial: O crescendo dos «Coronéis»: casos paradigmáticos
Para a autora, pode-se constatar que durante todo esse período, havia uma confrontação permanente entre entre os governadores e os ouvidores. Isto nos leva a perceber que até o poder da metrópole estava enfraquecido. O responsável por tudo, eram os chamados ouvidores, pois eles incomodavam os interesses económicos dos poderosos. Os moradores tinham mais respeito pelos ouvidores, do que pelos governadores, isto porque, quando eles cometiam algum crime, os governadores os acusavam e puniam enquanto o ouvidor os poupavam.
Para ela, a história de cabo verde dos sec.XVII-XVII,
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