Crise de eleitores
Por: Kleber.Oliveira • 29/8/2017 • 1.165 Palavras (5 Páginas) • 609 Visualizações
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Para seguir a análise da crise de representatividade brasileira é necessário destacar o papel da mídia no sistema eleitoral. O papel da mídia é levar ao eleitor todo tipo de informação referente aos projetos dos diferentes partidos que disputam cargos públicos. Além disso, ela tem a responsabilidade de disseminar toda e qualquer informação relevante sobre a forma de governar dos representantes. Infelizmente no Brasil muitos dos importantes veículos de comunicação em massa está contaminada por anseios políticos, o que compromete a informação. Sendo assim, a liberdade de opinião pública no Brasil está longe de ser ideal. As redes sociais possuem grande poder de disseminação de informação e opinião, mas seu caráter informal faz com que o debate seja feito em nível superficial e pouco técnico, abrindo espaço para fanatismo e absurdos.
Em resumo, ao aprofundarmo-nos nas questões propostas por Bernard Manin em seu texto “As Metamorfoses do Governo Representativo” podemos dizer que o Brasil, de fato, possui um governo pouco representativo uma vez que: muitas vezes encontramos situações em que os representantes não foram eleitos pelos governados; uma vez no governo, os representantes possuem independência limitada para, ainda que tenham sido eleitos pelo povo, tomar todas as decisões da maneira que gostariam; e não existe forte liberdade de opinião pública uma vez que os veículos de comunicação estão tomados por interesses políticos. Tal constatação é condizente com a sensação da maioria dos brasileiros de que o Governo não os representa.
Voltando a discussão para a atual configuração da sociedade brasileira, identificamos recentemente o retorno da classe C brasileira para a base da pirâmide social. Uma classe, que nos últimos 10 anos acostumou-se com a ascensão e com o enriquecimento, voltou a sofrer economicamente e, com isso, passou a questionar os partidos nos quais repousou seus ideais. Talvez esse movimento possa ser encarado como uma alteração de clivagem social capaz de desestabilizar a atual configuração partidária no Brasil.
Sendo a alteração muito recente, o que sabemos até então é que, cada vez mais, a população brasileira deixa de lado as emoções ao votar, analisando friamente as consequências. Tal fato compromete o atual sistema partidário em que os partidos, principalmente os dois mais influentes (PT e PSDB), por mais que se esforcem para destacar suas disparidades, são muito similares. A crise de credibilidade desses dois partidos abre espaço para a ascensão de um terceiro partido que estar por ser definido.
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