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RESUMO – “SOCIOLOGIA: INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DA SOCIEDADE”.

Por:   •  6/6/2018  •  10.668 Palavras (43 Páginas)  •  518 Visualizações

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Hoje a Sociologia ganha nova importância e se confronta com novos desafios. O mundo contemporâneo exige a retomada e a análise de conceitos consagrados. Enfim, é hora de repensar os padrões que ordenam a vida social.

Capítulo II – A Sociologia pré-científica.

(Neste capítulo a autora expõe o surgimento desse mundo cada vez mais laico e independente da tutela da religião que levou o homem a pensar e a analisar a realidade em toda sua objetividade, e não como resultado da vontade divina. O ponto de partida, portanto, é o Renascimento).

O Renascimento consistiu na ruptura com o mundo medieval.

Transformações: Maior contato com outros povos proporcionado pela expansão comercial e marítima; crescimento urbano; intensificação da produção artística e literária; retomada de princípios norteadores da cultura greco-romana; mentalidade renovadora e mais laica, a qual foi se desligando do sagrado e das questões transcendentais para se ocupar de preocupações mais imediatistas e materiais, centradas principalmente no homem.

Para alguns historiadores, foi também um período de grande turbulência social e política.

De qualquer forma, o Renascimento representa uma nova postura do homem diante da natureza e do conhecimento. O homem renascentista redescobre a importância da dúvida e do pensamento especulativo. O conhecimento deixa de ser encarado como uma revelação, resultante da contemplação e da fé, para voltar a ser, como o fora para os gregos e romanos, o resultado de uma bem conduzida atividade do pensamento. O homem assume seu papel na história como agente dos acontecimentos.

É nesse ambiente propício de curiosidade, dúvida e valorização humana que o pensamento científico adquire nova importância, e, com ele, o interesse pelo entendimento da vida social.

As utopias. Os filósofos renascentistas desenvolveram o modelo que seria, aos seus olhos, a sociedade perfeita. Thomas Morus concebeu “Utopia” – uma ilha imaginária na qual os habitantes haviam alcançado a paz, a concórdia e a justiça. Apresenta ideais de vida moderada, igualitária e laboriosa, assim como defende, em termos políticos, a monarquia absoluta (já propondo, no entanto, ideais modernos de representatividade social como única fonte de legitimidade do poder e a necessária sujeição do soberano às regras que o consagraram). Na medida em que Thomas Morus enfoca um estado de perfeição, ele realizou, por oposição, um exercício de análise, crítica e denúncia da sociedade vigente. Analisar as contradições sociais e procurar resolvê-las, acreditar que o bem-estar do homem depende das condições sociais, como fez Thomas Morus, é o germe do pensamento sociológico.

Maquiavel. Em O Príncipe, Maquiavel se propõe a analisar o poder e as condições pelas quais um monarca absoluto é capaz de conquistar, reinar e manter seu poder. Como Thomas Morus, Maquiavel acredita que a paz social depende das características pessoais do Príncipe, das circunstâncias históricas e das oportunidades. Acredita também que do bom exercício da vida política resulta a felicidade do homem e da sociedade. Mas, sendo mais realista que os utopistas, Maquiavel faz de O Príncipe um manual de ação política. O autor tinha por objetivo conhecer a realidade tal como se apresentava, ao invés de procurar imaginar apenas como ela deveria ser.

É pela obra de Thomas Morus e Maquiavel que percebemos como as relações sociais passam a constituir objeto de estudo dotado de atributos próprios e a paz social deixa de ser, como no passado, conseqüência do acaso, da vontade divina ou da obediência dos homens às escrituras.

Uma nova etapa do pensamento burguês. O Renascimento foi o momento de transição da sociedade medieval para o capitalismo moderno (sistema econômico focado na produção e na troca, na expansão comercial, na circulação crescente de mercadorias e de bens materiais).

Novos valores, sentimento e atitudes passaram a reger a vida e o comportamento social: O homem buscava cultivava a sua subjetividade feita de sentimentos de pontos de vista pessoais, os seus anseios eram direcionados para a sua existência terrena (ficando sem segundo plano as preocupações com a vida após a morte) e, no campo econômico, o lucro se torna o objetivo principal de qualquer atividade.

Cientificismo. Em busca do lucro, estimulou-se a produção. Racionalidade e planejamento começaram a ser exigidos dos produtores, bem como o desenvolvimento de tecnologia para a produção em larga escala. Nessas condições, incentiva-se a pesquisa científica. Essa curiosidade científica se dirige, de forma inusitada, para a compreensão da sociedade, que passa a ser vista como uma realidade diferente e própria, sobre a qual interferem os homens como agentes.

A Ilustração, movimento filosófico que sucedeu o Renascimento, baseava-se na firme convicção da razão como fonte de conhecimento. Em relação à vida social, os filósofos da Ilustração procuraram entender a sociedade como um organismo vivo, ou seja, composto de partes interdependentes, cada uma delas como características e necessidades. Desse exercício de discernimento resultou também a compreensão de diferentes instâncias da vida social – as relações políticas, jurídicas e sociais. Percebe-se o aprofundamento do estudo das relações sociais, o desenvolvimento de análises abstratas da realidade e a capacidade de criar modelos explicativos para o funcionamento da vida social.

Em busca da razão prática. Nos séculos XVII e XVIII o conhecimento se transformava não só numa exaltação da vida e dos feitos de seus heróis (como no Renascimento), mas também num processo que se revelava útil e aplicável a vida prática. A emergente sociedade burguesa apresentava necessidades urgentes que desafiavam os cientistas: melhores condições de vida, prolongamento da existência humana, o desenvolvimento tecnológico capaz de baratear os produtos, aumentar a produtividade e aprimorar a produção e a armazenagem de mercadorias, etc.

Filosofia social. A burguesia já se sentia suficientemente forte e confiante em seus propósitos para dispensar o absolutismo, regime que havia permitido a consolidação do capitalismo. Fortalecida, ela propunha agora formas de governo baseadas na legitimidade popular, dentre as quais surgia preponderantemente a idéia de República.

Racionalidade natural: Tendo por base a idéia de que a sociedade era regida por leis naturais, semelhantes em seu determinismo àquelas que regem a natureza, os filósofos da Ilustração

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