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Resumo de SUNG. J. M.; SILVA, J. C. Conversando sobre ética e sociedade. Vozes Petrópolis. 1997.

Por:   •  1/1/2018  •  1.618 Palavras (7 Páginas)  •  373 Visualizações

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mas também contribuiu para o excesso de racionalização do Estado, o que acarretou na atribuição de um poder cada vez maior à burocracia. Uma das maiores contradições do sistema político moderno é que a formalização do poder político, que tinha como intuito a passagem do poder para toda a população, acabou afastando essa mesma população das decisões políticas. Essa foi uma das causas da crise do sistema político moderno.

Principalmente a partir da segunda metade do século XIX, os trabalhadores na tentativa de corrigir os excessos de racionalização do poder e também para distribuí-lo às camadas mais pobres e não só aos capitalistas, organizaram uma imensa luta pela democratização do Estado por meio de sindicatos. O que resultou foi justamente o contrário: uma burocratização estatal ainda maior. Em países capitalistas, o Estado acabou tendo de tentar compensar os efeitos avassaladores da economia de mercado provocado pelo sistema capitalista. Com isso, o Estado se via cada vez mais comprometido com questões econômicas ao invés de políticas, e essa tecnificação acarretou na desestimulação das pessoas a participarem da vida política, o que facilita o controle do Estado por grupos de interesse, como banqueiros e empresários, que direcionam a ação do Estado a interesses privados.

Em resumo, o que a crítica ética tenta mostrar à política é não só o quanto ela se afastou dos princípios morais, mas também de seus próprios princípios. O discurso da imparcialidade na política serve apenas para esconder o fato de que não existem instituições que sejam realmente neutras.

No entanto a ética na política não significa abolir o sistema político existente, mas sim corrigi-lo através da estimulação da participação da sociedade civil e retirando o excesso de formalização do sistema. O Estado existe para atender à sociedade civil, e não o contrário. Mas para todas essas mudanças acontecerem, é preciso haver também uma mudança em nível individual, uma conscientização da população de que ela é não só uma vítima do sistema político, mas também responsável por sua falência.

Capítulo 6: Ética e Ecologia

O tema da ecologia tem tido grande destaque nos meios de comunicação, pois é uma das questões mundiais mais graves. Vale lembrar que ecologia não é só sobre a preservação do meio ambiente. Ecologia é o estudo da casa, de como os seres vivos se relacionam entre si e com sua casa, o planeta Terra.

Faz sentido a crise ecológica ter se instalado primeiro em países como os da Europa e os EUA para depois chegar ao Brasil, pois foram esses países os primeiros a se industrializarem e a sentirem o efeito do capitalismo. Hoje em dia há inúmeros sinais de destruição ambiental no planeta: a poluição das grandes cidades, as chuvas ácidas, o aquecimento global. Uma coisa é certa entre as autoridades governamentais do planeta: é preciso reverter essa situação.

O ser humano, por ser mal adaptado ao meio em que vive, não consegue sobreviver na natureza sem transformá-la a partir de seu trabalho. No entanto, por causa do capitalismo predominante hoje na sociedade, essa “transformação” da natureza é extremamente excessiva, incentivando cada vez mais o consumismo e a destruição e não respeitando o tempo que a natureza leva para se recuperar os danos a si causados, pois o principal para a sociedade capitalista é uma geração de lucros cada vez maior e com o menor custo possível, sem se preocupar com o futuro.

Existem várias propostas para solucionar a crise ecológica. Uma delas é a do conservacionismo ou ambientalismo, que diz que devemos conservar ao máximo as espécies animais e vegetais ainda existentes (e que predominam nos países pobres no hemisfério sul) por meio de um rigoroso controle de natalidade nesses países, pois mais bocas para alimentar significa mais florestas sendo destruídas. Essa proposta é egoísta e interesseira por parte dos países ricos, pois apesar de toda a população mundial ser a responsável pela crise, os que mais contribuíram para a agravação dessa não ajudariam em nada, passando esse problema para os países pobres, tentando transformá-los em paraísos tropicais enquanto continuam aumentando seus padrões de consumo incrivelmente altos, ao invés de reduzi-los para que toda a humanidade tenha igual acesso aos recursos naturais. Essa proposta é uma tentativa impossível de conservar os recursos naturais sem eliminar as causas de sua destruição.

Outra proposta para solucionar a crise ecológica é a do ecodesenvolvimento, que propõe utilizar-se de novas tecnologias como a energia solar e a reciclagem do lixo. Essa proposta, apesar de não questionar as causas dessa crise, poderia solucioná-la se utilizada juntamente com outras medidas, mas sozinha não resolveria nada. No entanto demos lembrar que novas tecnologias mal utilizadas também causam efeitos avassaladores, então a questão não é a falta de tecnologia e sim a direção em que caminha a sociedade capitalista de hoje, que só pensa na geração de lucros.

Portanto, as propostas apresentadas mostram-se ineficazes justamente por não serem capazes de romper os limites da ética individualista que conduz a sociedade de consumo.

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