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PICASSO E A ARTE AFRICANA: Influências da cultura nas obras do artista

Por:   •  21/11/2018  •  2.277 Palavras (10 Páginas)  •  532 Visualizações

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não em sua aparência.

1.2 A cultura matéria Africana – Pintura

Para Giannattasio (2011), a arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.

Segundo a autora, as origens da história da arte africana está situada muito antes da história registrada. A arte africana em rocha no Saara, em Níger, conserva entalhes de 6000 anos.

As esculturas mais antigas conhecidas são dos Nok cultura da Nigéria, feitas por volta 500 d.C.. Junto com a África Subsariana, as artes culturais das tribos ocidentais, artefatos do Egito antigo, e artesanatos indígenas do sul também contribuíram grandemente para a arte africana. Muitas vezes, representando a abundância da natureza circundante, a arte foi muitas vezes interpretações abstratas de animais, vida vegetal, ou desenhos naturais e formas.

Giannattasio (2011), afirma que os métodos mais complexos de produção de arte foram desenvolvidos na África Subsariana, por volta do século X, alguns dos mais notáveis avanços incluem o trabalho de bronze do Igbo Ukwu e a terracota e trabalhos em metal de Ile Ife fundição em Bronze e latão , muitas vezes ornamentados com marfim e pedras preciosas, tornou-se altamente prestigiado, em grande parte da África Ocidental, às vezes sendo limitado ao trabalho dos artesãos e identificado com a realeza, como aconteceu com o Benin Bronzes.

Segundo a autora, no Brasil, o tráfico internacional de escravos da África subsaariana trazidas para cá foi um movimento migratório, embora forçado. Seu início ocorreu na segunda metade do século XVI, e desenvolveu-se no século XVIII, atingiu seu ápice por volta de 1845 até ser bruscamente extinto em 1850. Foi, certamente, a maior migração forçada da História Mundial.

Giannattasio (2011), expõe que a Cultura africana se confunde com a cultura brasileira em diversos aspectos, desde palavras já incorporadas à nossa língua há muito tempo, como na gastronômia do país inteiro. Também tem sua influência na moda, no artesanato, na dança, na religião, instrumentos musicais e em praticamente todos os nossos costumes, principalmente na música, em que o Samba e outros ritmos são ícones do Brasil.

A pintura na África, assim como em diversas localidades do mundo, se deu por influência de outros países. Retratar momentos do cotidiano com a utilização de cores fortes são umas das principais características da pintura africana, que se dá por meio da pintura em tela, corporal e também, pintura mural.

Segundo Giannattasio (2011), as pinturas se caracterizam pelo seu abstracionismo, com base em símbolos e sinais. Tons amarelos, vermelhos e verdes predominam nas pinturas deste tipo, correlacionando às formas geométricas aplicadas principalmente, nas paredes em cerâmicas. Vale lembrar, que tanto esse tipo de pintura, como as outras, são feitas manualmente.

As pinturas corporais, juntamente com acessórios naturais, como flores ou trevos, tornam este tipo de pintura, uma arte tipicamente africana. As cores para tal meio, são extraídas de pedras, plantas, barros e frutos. Se sobressai em tribos, como Surma e Mursi, localizadas na parte leste do continente. Na maioria das vezes, as pinturas corporais são realizadas em alguns rituais, que por ventura são mais comuns nas tribos existentes no continente africano.

Não tão diferente das pinturas em telas, as pinturas murais são caracterizadas, a princípio, por seus desenhos geométricos e cores fortes, bem como, os outros tipos de pintura. Porém, o grande diferencial, está no fato de ser vista como uma prática ancestral, passada de mães para filhas, pois nesse caso, a mulher é responsável por esse tipo de atividade, bem comum entre as tribos do continente.

Com tanta diversidade a respeito das pinturas na África, é comum estar relacionada as pinturas dos continentes americanos e europeus, visto que, foi através de movimentos artísticos no continente africano, que se originaram outros diferentes movimentos, como o Cubismo, a princípio na Europa.

2 Picasso e a arte Africana

2.1 Arte Africana e o Cubismo

De acordo com Werner (2006), Picasso é o paradigma do artista moderno. Inventivo, desafiador, engajado em lutas sociais.

Todas as características que apontamos na arte de vanguarda do início do século XX, Picasso vai encarná-las com tal amplitude e intensidade como nenhum outro artista contemporâneo a ele o fez.

Espírito irrequieto, não hesitou em abandonar uma fase extremamente candente e poética, como a denominada fase azul para lançar-se no experimentalismo geométrico do Cubismo.

Quando todos já haviam se inteirado das novas descobertas plásticas, retoma um estilo classicista totalmente incompreensível para quem não entende seu gênio libertário.

O autor afirma que por diversas vezes tomou partido em situações sociais que o afligiam. Usou dos pincéis como instrumento de denúncia, tanto durante a Guerra Civil espanhola, quando denunciou o bombardeio nazista sobre a cidade de Guernica, como quando pintou um protesto contra a guerra insana do ocidente contra a Coréia.

A primeira tela cubista é Demoiselles d’Avignon. A metamorfose das culturas, da cultura européia em cultura africana, vai concretizar-se de forma virulenta na Demoiselles. Retratando uma cena de meretrício, Picasso converte as personagens em verdadeiros ícones primitivos, anímicos. Como deusas da fertilidade tribais, as personagens tornam-se míticas pela mistura de aspectos antropomórficos com geometrismos típicos da arte primitiva.

Esta é considerada não apenas uma das obras-primas de Picasso como, também, a pintura que inicia o movimento Cubista (e, por que não, o modernismo também) nas artes. Representa uma cena de bordel na rua de Avignon, em Barcelona. O estilo agressivo da pintura é uma mescla da fase rosa de Picasso com a arte africana e oceânica, especialmente máscaras rituais.

O que se observa na pintura é uma progressiva transformação do rosto das moças em máscaras. Enquanto as duas figuras do centro da composição mantém o caráter naturalista da representação, as duas que estão à direita já são autênticas deusas da fertilidade primitivas. Os detalhes da anatomia são eliminados em proveito da planificação das formas. é uma obra selvagem, rude, parece que talhada a machado. Contribui para este efeito a falta de modelagem entre as cores, que são aplicadas sem

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