A Cultura Africana
Por: Hugo.bassi • 18/7/2018 • 2.317 Palavras (10 Páginas) • 453 Visualizações
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O povo brasileiro é resultado de um “caldeirão” de etnias, entre elas estão os negros africanos e indígenas que deram uma contribuição muito importante para o Brasil ser o que é hoje. Misturando-se aos povos que aqui encontraram, esses negros deram origem à mestiçagem que amorenou a nossa pele, alongou nossa silhueta, encrespou nossos cabelos e nos conferiu a originalidade de gestos macios e andar requebrado. Ao incorporarem elementos africanos ao seu dia-a-dia nas lavouras, nos engenhos de açúcar, nas minas e nas cidades, construíram uma nova identidade e nos legaram o que hoje chamamos de cultura afro-brasileira.
“Maior conhecimento das nossas raízes africanas e da participação do povo negro na construção da sociedade brasileira haverá de nos ajudar na superação de mitos que discursam sobre a suposta intolerância do africano escravizado e a visão desse como selvagem e incivilizado. Essa revisão histórica do nosso passado e o estudo da participação da população negra brasileira no presente poderá contribuir também na superação de preconceitos arraigados em nosso imaginário social e que tendem a tratar a cultura negra e africana como exóticas e/ou fadadas ao sofrimento e à miséria (GOMES, 2007, p.72).”
Para a abordagem de um conteúdo específico de Língua Portuguesa com o qual pode ser possível garantir o cumprimento do planejamento da professora-regente de uma escola de ensino médio, no que tange ao enfoque da Cultura Africana, optamos pelo seguinte tema: Contos e Lendas Africanas.
A cultura é histórica, pensar em cultura é pensar em conhecimento, significado e formas de interpretar o mundo e nosso cotidiano. A construção de uma cultura é baseada no que fomos agregando ao longo da história para transformar e transmitir nosso pensamento, nossas formas de ser e sentir. Conhecer, aprender, ver as diferenças, como somos e como nos relacionamos é se apropriar do conhecimento.
Para Silva (2010, p. 55), “reconhecer o passado histórico e a cultura dos diversos povos é um passo importante para o acolhimento das diferenças, no sentido de permitir uma participação ativa desses povos nos bens econômicos e de prestígios, na nação onde estão situados”
Com este projeto de ensino o aluno poderá além de ampliar seu vocabulário, conhecer palavras africanas, produzir textos com palavras africanas, ter contato com contos e lendas africanos, conhecer escritores importantes da cultura africana.
Após o conhecimento do tema pelos alunos, deverá ser solicitado individualmente a cada um sobre o conhecimento das palavras africanas e escritores africanos. Segundo Abreu-e-Lima (2002), acrescenta que os professores podem sugerir atividades, mas devem também aceitar as sugestões dos alunos, cabe ao professor organizar o material de pesquisa e orientar os alunos durante as atividades.
Em seguida essa reflexão sobre o tema abordado e o que foi retratado, a professora expõe aos alunos os 5 (cinco) principais escritores africanos e fala um pouco de suas obras, dentre eles podemos citar: Mia couto (realismo fantástico e a escrita alegórica ajuda ensinar conteúdos como figuras de linguagem e elementos da narrativa aos alunos), Pepetela (por meio da obra desse escritor tão envolvido com a independência do seu país, compare as variações angolana e brasileira da língua portuguesa), Ondjaki (mostra a diversidade da língua portuguesa com uma pesquisa sobre as palavras e expressões que aparecem na obra de ondjaki), Nadine Gordimir (debater segregação racial) e Naguib Mahfour (mostre a pluralidade cultural da áfrica com os romances de naguib mahfouz, que retratam a relação entre modernidade e tradição no egito contemporâneo). após a apresentação dos escritores dividir a turma em 5 (cinco) grupos, onde cada grupo irá representar um escitor mencionado.
Com a divisão dos grupos, deve solicitar que providenciem uma pesquisa sobre o referido autor e escolher uma obra, dentre elas: Antes de Nascer o mundo de Mia Couto; Parábola do cágado velho de Pepetela; Os da minha rua de Ondjaki; Apartheid de Nadine Gordimir e O beco do pilão de Naguid Mahfour, onde ocorrerá a apresentação para os demais colegas.
Para Freire (1982, p. 11): “A leitura de mundo precede a leitura da palavra”. Para os alunos obterem uma boa leitura, é necessário que eles desenvolvam a vontade e o desejo de estudar buscando aperfeiçoar a leitura, já que esta contribui para o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem dos educandos. Contudo, o progresso na aprendizagem da leitura deverá ocorrer com a mediação do professor.
Cagliari (1982, p. 312) ressalta que:
Quando lê, uma pessoa precisa, em primeiro lugar, arranjar as idéias na mente para montar a estrutura lingüística do que vai dizer em voz alta ou simplesmente passar para sua reflexão pessoal ou pensamento. Em ambos os casos, a passagem pela estrutura lingüística é essencial. Sem isso, não existe linguagem e, portanto, não pode existir fala nem leitura de nenhum tipo.
Em seguida as atividades supracitadas, solicitamos aos alunos que reescrevam trechos das obras apresentadas. Segundo Nanni (1995 p.29), "criar é dar forma a um fenômeno de modo novo e compreendido em termos novos".
Para Antunes (2003) o professor precisa oferecer aos alunos práticas pedagógicas de ensino que desenvolva as habilidades de planejar, escrever e reescrever textos, para cada tipologia. Cabe ao professor analisar sua própria prática em sala de aula, e utilizar o erro como uma estratégia de aprendizagem, assim o processo se qualificaria e a educação dos alunos melhoraria significativamente.
Conforme António Nóvoa, o desafio dos profissionais da área escolar é manterem-se atualizados sobre as novas metodologias de ensino e desenvolverem práticas pedagógicas eficientes. Para ele, nenhuma reforma educacional tem valor se a formação de docentes não for encarada como prioridade.
"O aprender se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente" (António Nóvoa)
Quando se lê textos e, se reescreve outro texto, baseado no texto lido, dar-se-á continuidade nas idéias de quem o escreveu, textos escritos demonstrando as idéias, representam uma experiência de vida, fatos que podem formar idéias e conceitos de outros sujeitos sociais que tenham diferentes valores e modo de agir.
Segundo Kramer (2003, p. 66):
O que faz de uma escrita uma experiência é o fato de que tanto quem escreve quanto quem lê enraízam-se numa corrente,
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