Arte no pensamento de Aristóteles
Por: Evandro.2016 • 10/4/2018 • 1.229 Palavras (5 Páginas) • 324 Visualizações
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Cada arte para Aristóteles tem suas regras específicas e ele estima que precisasse da experiência (empeiria), o modelo (eidos) e o método (méthodos), e por isso o filosofo não considera o artista como um ser que pense que trabalhe o seu raciocínio, pois ele é apenas um executante daquilo que já foi estabelecido. [pic 5][pic 6]
Dissemos que Aristóteles se ocupa fundamentalmente da tragédia e que desenvolve a sua teoria da arte em relação a ela. Não podemos aqui entrar nos pormenores a questão; mas fica por esclarecer um ponto que, apresentado em estreita conexão com a definição da tragédia, se pode aplicar á arte em geral. (REALE, 2001, p. 112).
Na obra, Arte Poética, Aristóteles defende que tem que ter características trágicas, líricas, cômicas ou épicas, imitindo paixões e ações em toda arte poética. A tragédia trabalha com a promoção da catarse, ou seja, é o meio pelo qual o homem purifica a alma por intermédio da tragédia, provocando descargas de sentidos e emoções com um forte apelo emocional de quem assiste.
Na pintura, A morte de Marat, podemos de certa forma reconhecê-la como arte de acordo com os pensamentos aristotélicos. A arte neoclássica em que a obra de David se encaixa retoma o passado, imitando os modelos antigos gregos. A predominância do saber acadêmico nas técnicas, ou seja, os modelos e regras ensinadas nas escolas e academias de belas-artes. E talvez o mais importante, a arte como sendo uma imitação da natureza, assim como dizia Aristóteles e anteriormente Platão.
Platão censurara com severidade a arte justamente por ser mimese, isto é, imitação de coisas fenomênicas, as quais (como sabemos) são, por sua vez, imitação dos paradigmas eternos das ideias, convertendo-se assim a arte em imitação da imitação, aparências da aparência, que desvirtua o verdadeiro até o fazer desaparecer. (REALE, 2001, p. 108)
A mimesis sempre foi uma grande preocupação para Platão e Aristóteles na Antiguidade. A mimesis está estreitamente ligada ao naturalismo, pois a arte nesta época entre os anos de 335 a.C e 323 a.C tinha como princípio tornar suas obras um espelho da realidade. Platão desde o inicio se opôs a mimesis e chegou a até mesmo propor a exclusão dos mimetizadores em sua obra literária, A República. Por fim, decidisse que a mimesis é uma copia na natureza, uma segunda representação, presa ao que já era antes, e Platão teme que essas copias, futuramente, possam substituir e se passar pela original.
Aristóteles em certa medida tenta se afastar do pensamento platônico, ao contrário de seu mentor, o filosofo acreditava que o ser humano nasceu com a capacidade de imitar. Diferente de Platão, ele via a mimesis como algo amplo, deixando de ser um ato de copiar e passando para um conceito de produzir algo novo, com pequenas diferenças do modelo original. Aristóteles admite que a arte imita a natureza, mas que também a completa.
Aristóteles opõe-se abertamente a este modo de conceber a arte, e interpreta a mimese artística segundo uma perspectiva oposta, até a transformar numa actividade que, longe de reproduzir passivamente a aparência das coisas, as recria de certo modo segundo uma nova dimensão. (REALE, 2001, p.108).
Referências Bibliográficas
SANTORO, Fernando. Arte no pensamento de Aristóteles.
REALE, Giovanni. A filosofia da arte: análise poética. In: REALE, Giovanni. (Org.) Introdução a Aristóteles. Tradução de Eliana Aguiar. São Paulo: Editora 70, 2001. p. 107-114.
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