Charles Alexander Jencks
Por: YdecRupolo • 1/2/2018 • 1.548 Palavras (7 Páginas) • 401 Visualizações
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telecomunicação de Barcelona, Norman Foster
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Jencks abre seu livro Arquitetura simbólica; logo no primeiro capítulo ele nos propõe duas fábulas. A primeira conta a lenda de um ditador que tinha abolido todas as manifestações culturais, religiosas, científicas e políticas. O povo desse reino infeliz perdeu a herança de uma língua em comum e só podia viver no fechamento de sua privacidade. Para compensar essas atribulações, o ditador decidiu incentivar algo para além dessa incomunicabilidade. Ele ordenou a edificação de vários estabelecimentos, belos e admiráveis, mas cuja intenção se reduzia à confirmação do poder, de sua eficiência. Mesmo sem maiores esclarecimentos, o leitor já pode perceber que a descrição se aplica ao modernismo, no qual a dominância da forma esvazia o conteúdo dos significados. A segunda fábula é mais generosa. Jenks nos convida a imaginar um mundo no qual o sentido conferido às coisas é partilhado
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por todos, integrando o público e o privado. Diz ele: "Os líderes e os habitantes desse mundo levavam uma vida simpática porque tudo o que faziam, por mais insignificante que fosse, era parte de uma história mais ampla". Ligadas umas às outras, as
pessoas dessa terra imaginária
(Significatus), como as crianças, acordavam todos os dias descobrindo novas relações entre os objetos, desvendando os segredos dos símbolos incrustrados na espacialidade do mundo.
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Jencks dirá que a arquitetura moderna é univalente, utilizando poucos recursos materiais e abusando da geometria do ângulo reto: "Caracteristicamente, este estilo reduzido era justificado como sendo racional e universal; a caixa de metal e vidro tornou-se a forma mais simples e usada na arquitetura e significa em todos os lugares do mundo "edifício de escritórios". A padronização do "estilo internacional" representaria assim uma adequação das formas arquitetônicas ao industrialismo das sociedades de massa, possuindo a arquitetura uma dimensão integradora do homem a uma sociedade desumanizada.
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Albert Kahn, Edifício General Motors, Ludwig Mies van der Rohe, Philip Johnson,
Detroit, Michigan. Edifício Seagram, Nova York, NY.
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CHARLES JENCKS- 1973
O livro, Movimentos Modernos em Arquitetira, foi resultado da tese defendida por Charles Jencks, na London University (1970), defendida sob a orientação de Reyner Banham. Na primeira edição, Jencks inclui um posfácio intitulado "Arquitetura e Revolução", em que analisa as possibilidades de atuação da arquitetura
nos anos 1970, destacando a
importância dos ativismos e da
recuperação de momentos históricos, desenvolvendo uma leitura consistente da esfera pública. Na segunda edição do livro (1985), com o desenvolvimento acentuado dos debates sobre o pós-modernismo em arquitetura, o posfácio anterior foi subtraído e em seu lugar foi acrescentado o capítulo "Modernismo Recente e Pós-Modernismo.
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“Historiadores e o público em geral pensam normalmente que existem uma teoria e uma prática unificadas, com a designação de ‘Arquitetura Moderna'. Talvez, de tempos em tempos, este conceito escrito com maiúsculas tenha obtido um vasto entendimento e um consenso de especialistas, o que justificaria que se chamasse a uma tal área de acordo Arquitetura Moderna. Porém, na maior parte das vezes, o seu uso é geralmente informado pela ignorância. [...]"
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"Como já me referi, a multivalência é apenas um dos critérios para selecionar obras discutidas neste livro; o outro critério é a relevância histórica dentro de uma tradição. De facto, o conceito de multivalência estará sempre presente em pano de fundo e será inteiramente assumido, mas só emergirá explicitamente em casos extremos. Na maior parte da obra, discutiremos problemas arquitectónicos explícitos. [...]
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"Uma das conclusões que se tira de um estudo da arquitetura recente é a natureza problemática da própria arquitetura. Ela não é posta em dúvida apenas por aqueles que querem substituí-la por um ‘serviço social' ou pela engenharia, mas é questionada até mesmo por arquitetos praticantes de sucesso. Não é difícil de descobrir a razão disto. Trata-se das sociedades de consumo para as quais a arquitetura é construída e da banalidade inegável de suas atividades de construções e comissões. [...]"
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"[...] Le Corbusier finalizou sua polêmica com a frase ‘Arquitetura ou Revolução. A revolução pode ser evitada', mas hoje, se quisermos ter uma arquitetura credível, ela deve ser apoiada por uma revolução popular que termina em um domínio público credível, o sistema de conselhos. ‘Arquitetura e revolução'."
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CHARLES JENCKS -1985
"Desde que escrevi este livro como tese de doutoramento, sobre [sic] a orientação de Reyner Banham, o mundo da arquitetura e a visão que tinha dele alteraram-se consideravelmente. Na RIBA
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