ARQUITETURA INCLUSIVA
Por: Evandro.2016 • 16/4/2018 • 3.496 Palavras (14 Páginas) • 312 Visualizações
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As pirâmides destinavam-se a abrigar os corpos mumificados dos faraós e seus tesouros. [...] as pessoas comuns vivam em povoados efêmeros espalhados na margem do rio, com casas caiadas, feitas de tijolos [...]. Em contraste, os mortos iniciavam a longa estrada para a vida eterna em alguns dos maiores e mais impressionante monumentos já construídos, situados em cidades bem ordenadas. (GLANCEY, 2007, p. 18)
2.1 PRIMEIROS CURSOS DE ARQUITETURA E URBANISMO NO BRASIL
O primeiro curso de Arquitetura e Urbanismo que se tem notícia foi criado na Universidade de Minas Gerais, uma das primeiras do país. A ideia proveu de um grupo de profissionais na área que viu a necessidade ter um conhecimento comum da mesma passada para todos aqueles que queriam fazer carreira na arquitetura.
Belo Horizonte contava até então com três cursos de nível superior – medicina, direito e engenharia. Estes cursos foram reunidos em 1927, naquela que foi uma das primeiras universidades do país: a Universidade de Minas Gerais. Diante da carência de outros cursos, um grupo liderado por Luiz Signorelli, um dos arquitetos mais atuantes no cenário belo-horizontino da época, se reuniu com o objetivo de “organizar uma escola de formação de técnicos da arquitetura e profissionais das artes auxiliares, como decoradores, escultores e pintores”.
Assim, em 05 de agosto de 1930, foi fundada a Escola de Arquitetura de Belo Horizonte, sendo a primeira escola da América do Sul desvinculada das Escolas Politécnicas e de Belas Artes. (OLIVEIRA E PERPÉTUO, 2005)
Como esse curso era inédito no país, foi preciso ajuda de diferentes profissionais para lecionar as matérias. Então era engenheiros, artistas e até advogados lecionando para o curso conquistar seu objetivo: criar arquitetos de valor.
A Escola de Arquitetura foi formada por profissionais de diferentes áreas – arquitetos, engenheiros, artistas, advogados e médicos – cada qual contribuindo com seu conhecimento específico para a formação do arquiteto generalista.
A maioria dos profissionais que fundaram a Escola de Arquitetura constituía-se por engenheiros que se encarregaram de lecionar as disciplinas técnicas e de cálculo. Porém, alguns deles, como Luiz Signorelli, arquiteto, e Aníbal Mattos, pintor, cursaram a Escola Nacional de Belas Artes, instituição tradicional e certamente a mais prestigiada do país em termos de formação artística. (OLIVEIRA E PERPÉTUO, 2005)
2.1.1 A preocupação com deficientes físicos da época
Ao avaliar as informações até agora obtidas podemos perceber que não nenhum relato em relação a preocupação com deficientes físicos, tanto no surgimento da arquitetura, como no surgimento do primeiro curso de arquitetura no país.
No primeiro caso vemos o contrário. Um povo obcecado pela beleza, amedrontados por deuses inexistentes, e idolatras da morte. Isso dá uma idéia de que pessoas que tinham algum deficiência, além de não criar nenhuma preocupação, poderiam ter sidos “descartadas” pela sociedade. Enquanto no segundo caso, embora não apresentem relatos com essa preocupação sabe-se que pessoas com deficiência faziam parte da sociedade, mas, com certeza não recebiam a devida atenção.
3 ARQUITETURA E URBANISMO ATUALMENTE
Em vista daquilo que arquitetura era na sua concepção, ela evoluiu muito. Temos ferramentas modernas, profissionais com conhecimento na área, centenas de materiais diferentes para serem usada, preocupação com o meio ambiente, com estética, etc. A arquitetura evoluiu com o ser humano e se tornou parte tanto da vida funcional do ser humano, como de sua personalidade.
Novos materiais, computadores e um senso de liberdade perante filosofias abrangentes e movimentos dominantes dão aos arquitetos um campo de ação maior do que nunca. Há novas responsabilidades a assumir, preocupações com a ecologia, o uso e o abuso de combustíveis fósseis e o envolvimento dos moradores nos projetos dos edifícios. Uma população urbana explosiva foi parcialmente acomodada com o acréscimo de novos edifícios ao tecido das velhas cidades. O computador mostrou ser um verdadeiro aliados, permitindo aos arquitetos saltos extraordinários de imaginação visual. (GLANCEY, 2007, p. 215)
O que era antes um abrigo das chuvas, hoje é uma descrição da personalidade e caráter de quem vive naquele ambiente. A arquitetura evoluiu de algo simples e sem vida, para chegar nos dias de hoje vista não só como uma arte, mas como uma forma de vida, cheia de cores, acessórios e atitude. Além do mais, a arquitetura passou a ser de todos, sem exceção.
A arquitetura de hoje pode ser traduzida como uma arquitetura acessível. Não somente aquela direcionada a pessoas com mobilidade reduzida, mas no sentido de estar disponível a todas as pessoas que desejam mais organização e conforto em suas vidas. [...] O cliente está mais informado, por isso mais exigente e faz da arquitetura uma representação da sua maturidade.
Podemos colocar também que a arquitetura de hoje é flexível. Comparando com o ambiente hospitalar, onde a flexibilidade é o carro chefe da boa arquitetura, e a vida moderna das pessoas, que sofre diversas mudanças em pouco espaço de tempo, a proposta arquitetônica atual deve conceder ao seu usuário a possibilidade de usos mistos e mudanças rápidas e práticas. (ARTCHTALL, 2012)
3.1 A PREOCUPAÇÃO COM DEFICIENTES FÍSICOS HOJE EM DIA
Deficiência física é algo muito discutido hoje em dia, principalmente quando falamos de pessoas usuárias de cadeiras de rodas. Além de possuir uma necessidade maior de atenção, o “cadeirante” exige um local maior para se movimentar adequadamente. É por isso que hoje em dia se fala tanto de acessibilidade.
De acordo com o dicionário, o termo Acessibilidade refere-se a tudo o que se possa alcançar conseguir ou possuir. De uma forma mais ampla, podemos definir acessibilidade como o direito de ir e vir de todas as pessoas, com autonomia e independência, isto é, o direito básico garantindo pela Constituição Brasileira, e que somente agora passa a ganhar a merecida atenção dos envolvidos. (ALCÂNTARA, 2012)
A acessibilidade é um assunto tão sério que a arquitetura começou a distinguir uma de suas áreas de atuação como “Arquitetura Inclusiva” aquela que é destinada exclusivamente não só para portadores de necessidades físicas, como para outras pessoas que precisam de algum tipo de personalização de espaço, como os idosos, por exemplo. A acessibilidade
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