A ARTE DA QUÍMICA PRODUÇÃO DE CORANTE INORGÂNICO

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- INTRODUÇÃO

Corantes possuem vasta utilização industrial como plásticos, cosméticos, vernizes, tinta de impressão para papel e tecido, decoração, materiais de construção, seja na indústria alimentícia, química, farmacêutica, têxtil, dentre outras inúmeras utilizações, basta olharmos para o lado e desta forma observamos as cores, sejam naturais ou sintéticas, sendo as naturais provenientes da natureza, e sintéticas obtidas de forma não natural, como os pigmentos inorgânicos, sendo os corantes solúveis no meio e os pigmentos insolúveis (MANFREDINI e OLIVEIRA, 1998).

Pigmentos são sólidos inorgânicos insolúveis, divididos de modo fino, podem suspender-se em um meio tornando-se viscosos podendo aderir-se a superfícies. São substâncias que funcionam a dimensões da ordem dos bilionésimos do metro (nm) como filtros para determinados comprimentos de onda, a principal utilização é na conferência de cor, opacidade ou ainda consistência a pinturas. Possuem origem mineral, adquiridos por processos de calcinação ou ainda obtenção química sintética. Os principais materiais são óxidos, carbonatos ou sulfuretos de elementos de transição, como cobre, ferro, crômio e cobalto, ou ainda de outros metais como chumbo e cálcio (FERREIRA et. al., 2003).

Os primeiros pigmentos utilizados pelo homem foram os ocres (amarelo em grego), sendo o óxido férrico monohidratado (Fe2O3.H2O) o responsável por essa coloração. A primeira síntese química de pigmento foi realizada por Heinrich Diesbach (1704), ele manufaturava pigmentos vermelhos usando potássio e outros álcalis, veio a contaminar acidentalmente a mistura com óleo animal assim obteve cor púrpura, dando origem ao azul da Prússia. A vantagem dos pigmentos inorgânicos em não descolorir por serem insolúveis foram logo descobertas por pesquisadores, tanto que, hoje em dia a produção de pigmentos é de enorme variedade de cores, tudo deve-se ao desenvolvimento de vários métodos de síntese química (CASQUEIRA e SANTOS,2008).

A estrutura cristalina determinada é uma característica dos pigmentos inorgânicos, pois são formados por uma rede hospedeira que integra um componente cromóforo, um cátion de metal de transição e os possíveis componentes modificadores, que estabilizam, conferem ou reafirmam as propriedades pigmentantes. As cores dos pigmentos derivam essencialmente de três fenômenos diferentes: transições eletrônicas S-S (ex. malaquite, violeta de cobalto), transições por transferência de carga entre um ligante e o metal central (vermelhão, massicote) ou entre dois metais (ex. azul da Prússia) (CASALI et. al.,2002).

Frente a importância histórica do assunto tratado, bem como a necessidade de inseri-lo junto aos conteúdos programáticos da rede de ensino básico, visto não se tratar diretamente de um conteúdo presente no currículo programático da secretaria de educação estadual e também sanar a dificuldade encontrada pelos alunos do primeiro ano do ensino médio nos conteúdos de Química, especificamente reações químicas, tudo isso trouxe a ideia da realização de uma oficina pedagógica interdisciplinar.

No ensino de Ciências, especificamente no ensino de Química é visível a dificuldade de ensino-aprendizagem à cerca dos conteúdos da disciplina. Muitas vezes os professores estão inteiramente ligados às metodologias tradicionais de ensino, enquanto os alunos possuem o costume de demonstrarem desinteresse, por considerarem a disciplina e os conteúdos difíceis de serem compreendidos. De tal forma que muitos pesquisadores estão em busca de alternativas que revertam ou ao menos melhore essa realidade, tudo em busca de facilitar o ensino de química (WANDERLEY et. al.,2005 apud, FERREIRA et. al., 2010).

Como cita SOARES, 2003 que desenvolver estratégias, sejam elas modernas, simples, de baixo custo, laboratorial ou não, multimídia e ainda quaisquer que sejam os materiais didáticos, são recomendados para que haja dinamização do processo de aprendizagem.

Uma forma de assegurar que os alunos tenham interesse pelo conteúdo são oficinas pedagógicas, essas permitem construir planejamentos atrativos, pois envolvem inúmeros processos metodológicos para contextualização de conteúdos, gerando determinadas problematizações que podem ser discutidas e sanadas em grupo, visto que a problematização quando surge na educação deve ser vista como um objetivo à ser sanado. Autores como Freire (1987), Bacherlard (1996), Ricardo (2008) e Delizoicov (2002), afirmam que é uma prática imprescindível na construção do conhecimento científico. De acordo com Bacherlard (1996), a problematização é imprescindível na construção do conhecimento científico.

Segundo Freire (1987) é necessário que haja um desafio, ou seja o sujeito precisa ser desafiado, para assim procurar entender o problema e desta forma formular questões que irão construir o conhecimento.

Problematizar é formular certo fato, matéria, conceito, etc., analisar e discutir os aspectos mais complicados ou mais difíceis; elaborar conjunto de questões articuladas; questionar; inventariar questões provisórias (FREIRE, 1987).

Como dito, atualmente a dificuldade para ensinar os conteúdos da disciplina de Química tem sido um desafio, tanto que é um tema muito discutido entre os docentes, de varias formas tem-se buscado alternativas que facilitem esse processo de ensino-aprendizagem. Uma dessas alternativas, que será desenvolvida nesse trabalho, é a integralização interdisciplinar de diferentes disciplinas, de forma lúdica, experimental e criativa, facilitando o entendimento dos conteúdos.

Segundo Fialho:

A exploração do aspecto lúdico, pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação, tornando esse processo transparente, ao ponto que o domínio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado (FIALHO, 2007).

Diante do exposto, apresenta-se nesse projeto uma proposta de ferramenta didática para auxiliar principalmente nos conteúdos de Química na formação Básica/Ensino Médio, visando facilitar o processo de ensino-aprendizagem, logo contribuir na formação dos professores envolvidos, visto tratar-se não somente de conteúdos relacionados ao ensino de Química, mas também de Arte, Física e servindo também para discussões na disciplina de História, pois o assunto tratado possui um desenvolvimento histórico desde a pré-história até os dias atuais.

- REVISÃO