O Canal do Panama
Por: Rodrigo.Claudino • 26/7/2018 • 2.571 Palavras (11 Páginas) • 406 Visualizações
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Pode-se notar assim a importância estratégica e econômica do canal, que contribui com o comércio mundial e com a economia dos países envolvidos. Os Estados Unidos e a China são os principais usuários do canal.
O canal e a Zona do Canal em torno, foram administrados pelos Estados Unidos até 1999, quando o controle foi passado ao Panamá, como previsto pelos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977, nos quais o presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter cede aos pedidos de controle dos panamenhos. Os tratados previam uma passagem gradual do controle aos panamenhos, que se terminou pelo controle total do canal pelo Panamá em 31 de Dezembro de 1999.
O Panamá tem, desde então, melhorado o Canal, quebrando recordes de tráfego, financeiros e de segurança ano após ano. O Canal do Panamá foi declarado uma das sete maravilhas do Mundo Moderno pela Sociedade estadunidense de engenheiros civis.
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Imagem do Canal do Panamá (10/08/2006).
Etapas construtivas
A tentativa francesa
Em 1878, o francêsFerdinand de Lesseps, construtor do canal de Suez, obteve uma concessão do governo da Colômbia, a quem a região pertencia à época, autorizando a sua companhia a iniciar as obras de abertura do canal. projeto de Lesseps constituía-se na abertura de um canal ao nível do mar. Entretanto, na prática, os seus engenheiros nunca conseguiram uma solução prática para o problema do curso do rio Chagres, que atravessava em diversos pontos o traçado projetado para o canal. Além disso, a abertura deste ao nível do mar, implicava na completa drenagem daquele rio, um desafio para a engenharia da época.
As obras iniciaram-se em 1880, com base na experiência de Suez. Entretanto, as diferenças de tipo de terreno, relevo e clima constituíram-se em desafios inconsideráveis. Chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e altíssimas taxas de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais, nomeadamente a malária e a febre amarela, causaram demoras imprevistas no projeto original. Em 1885, o plano inicial de um canal ao nível do mar foi alterado, passando a incluir uma comporta. Entretanto, após quatro anos de investimentos e trabalho, a companhia veio a falir.
A tentativa estadunidense
O presidente estado-unidenseTheodore Roosevelt estava convencido de que os Estados Unidos podiam terminar o projeto, e reconheceu que o controle estado-unidense da passagem do Atlântico ao Pacífico seria de uma importância militar e econômica considerável. O Panamá fazia então parte da Colômbia, de modo que Roosevelt começou as negociações com os colombianos para obter a permissão necessária. No início de 1903, o Tratado Hay-Herran foi assinado pelos dois países, mas o Senado colombiano não o ratificou. No que foi então, e ainda hoje é, um movimento polêmico, Roosevelt deu a entender aos rebeldes panamenhos que, se eles se revoltassem contra a Colômbia, a marinha estado-unidense apoiaria a causa de independência panamenha. O Panamá acabou por proclamar sua independência em 3 de Novembro de 1903, e a canhoneira U.S.S. Nashville, em águas panamenhas, impediu toda e qualquer interferência colombiana.
Quando as lutas começaram, Roosevelt ordenou à Marinha estado-unidense estacionar navios de guerra perto da costa panamenha para "exercícios de treinamento". Muitos argumentam que o medo de uma guerra contra os Estados Unidos obrigou os colombianos a evitarem uma oposição séria ao movimento de independência. Os panamenhos vitoriosos devolveram o favor a Roosevelt permitindo aos Estados Unidos o controle da Zona do canal do Panamá em 23 de Fevereiro de 1904 por US$ 10 milhões e de uma renda anual de 250 mil dólares a partir de 1913.
O primeiro engenheiro-chefe do projeto foi John Findlay Wallace. Prejudicado pelas doenças e pela escassa organização, sem condições de trabalho, acabou por se demitir após um ano.O segundo engenheiro-chefe, John Stevens, optou pela construção de um canal com eclusas, propondo-se a controlar o curso do rio Chagres por meio de um aterro de grandes dimensões, formando uma barragem em Gatún. O lago artificial assim formado não apenas forneceria a água e a energia elétrica necessários à operação das eclusas, como também constituiria uma via líquida, que cobriria um terço da distância no istmo. Stevens conseguiu construir a maior parte da infraestrutura necessária para as obras, incluindo a construção de casas para os trabalhadores, a reconstrução da ferrovia do Panamá destinada ao transporte de carga pesada e o projeto de um método eficiente de remoção de entulho decorrente do desmonte de rochas pela ferrovia. Viria a demitir-se, por sua vez, em 1907.
Nesta etapa, o grande sucesso dos EUA foi a erradicação do mosquito transmissor da febre amarela, que havia vitimado cerca de vinte mil trabalhadores franceses. Com base nos trabalhos do médico cubano Juan Carlos Finlay, Walter Reed havia descoberto em Cuba, durante a Guerra Hispano-Americana, que a doença era transmitida por mosquitos. Desse modo, as novas medidas sanitárias introduzidas pelo Dr. William C. Gorgas eliminaram a febre amarela em 1905 e melhoraram as condições de higiene e trabalho.
O terceiro e último engenheiro-chefe foi o coronel George Washington Goethals. Sob a sua direção, os trabalhos de engenharia foram divididos entre a construção de represas, de eclusas e de lagos em ambos os lados, e o grande trabalho de escavação através da falha continental em Culebra.
Operação - Um caminho entre o Atlântico e o Pacífico
O Canal mede 81 km de comprimento, com uma largura que varia entre 90 metros, no estreito de Culebra, e 350 metros no lago de Gatún. A profundidade vai de 12 a 30 metros. Para resolver o problema do desnível das marés - a variação é de apenas 30 centímetros no Atlântico e de 3,75 metros no Pacífico - construíram três sistemas de comportas: Gatún, Pedro Miguel e Miraflores.
O lago de Gatún tem superfície de 167,5 km² e uma vez ultrapassado, chega-se aos estreitos de Obispo e Culebra, ao fim dos quais se ergue outro sistema de comportas, o de Pedro Miguel. Essas comportas colocam as embarcações ao nível do pequeno lago de Miraflores, localizado a 8,40 metros abaixo das águas de Gatún.Depois de Miraflores, estão as derradeiras comportas, que colocam os navios ao nível do Pacífico. A viagem pelo Canal continua até que se chegue às águas profundas do oceano. Dos 81 km de comprimento total, 67 km estão situados no istmo. A travessia demora entre
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