Resumo Capítulo 2 tese de doutorado Paula Chamy
Por: Rodrigo.Claudino • 11/2/2018 • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 441 Visualizações
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A poluição da Baía afeta diretamente as atividades de pesca. A lama e os resíduos sólidos que são encontrados na água da praia danifica as redes de pesca. Além disso, a dragagem realizada pelas empresas aterrou alguns pontos de pesca. Nos anos 1970, a praia de Itaipu chamava a atenção justamente por ser uma praia limpa, livre de poluição.
A lagoa de Itaipu também sofre com a degradação ambiental. As alterações constantes na fauna e na flora do local prejudica o ecossistema local e, logicamente, as atividades pesqueiras. As causas apontadas para esses problemas são o assoreamento das margens, o lançamento de dejetos na lagoa e excesso de exploração dos recursos naturais. Os pescadores afirmam que várias espécies que eram comuns no local já desapareceram. Com o lançamento de esgoto na lagoa, a população de gigogas cresceu muito. Essas gigogas são plantas aquáticas que se alimentam de matéria orgânica, e costumam se proriferar em águas poluídas.
Além do problema ambiental, também existe a questão dos indígenas. Desde março de 2008 alguns índios ocupam uma área na beira da lagoa de Itaipu, o que tem gerado vários conflitos. Os nativos alegam ter direito no local, já que o mesmo se trata de um antigo cemitério indígena. Já a SOPRECAM (Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas) considera a situação como invasão e recorreu ao Ministério Público Federal para a retirada da tribo do local. Na comunidade pesqueira há uma certa divisão de opiniões; parte da comunidade apoia os índios, alegando por exemplo que a mesma evita que a área seja usada para outros interesses, como construção de empreendimentos sob interesses privados. Por outro lado, para outros pescadores os índios são considerados concorrentes.
Todas essas alterações ocorridas nas últimas décadas em Itaipu mostram que os conflitos existentes entre interesses coletivos, públicos e privados acarretam muitos malefícios para a comunidade pesqueira, que depende dos recursos naturais de Itaipu para sobreviver. Enquanto o avanço do setor imobiliário e turístico resulta no deslocamento dos pescadores para áreas menos valorizadas e distantes da praia, a poluição das águas e a degradação do ecossistema causam deterioração de regiões marinhas e de vários recursos naturais. O poder público não ampara na manutenção dos espaços históricos dessa população e alguns investimentos públicos, como a construção de estradas e rodovias beneficiou mais a indústria do lazer e a especulação imobiliária que os pescadores locais.
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