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Role-Playing Obesidade Mórbida

Por:   •  1/9/2017  •  1.381 Palavras (6 Páginas)  •  424 Visualizações

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que não devia refugiar-me na comida, mas não consigo encontrar outra solução…

6. Tp: Vejo que se sente só… que a maneira que arranjou para lidar com com os seus sentimentos (solidão/carências) foi refugiar-se na comida… que esta lhe da algum conforto e alento… é isso?

Sente que o seu marido está do seu lado que a ama, protege/ compreende?

Pc: Sim a comida, foi sempre como um refúgio para mim, uma maneira de me compensar pela tristeza que sentia em relação a mim e aos outros. Compensei a falta de afecto com a ingestão de alimentos. De maneira a poder me satisfazer de alguma forma, fazer feliz de algum jeito. Com isso, hoje tenho 152 quilos e já tentei todas as dietas possíveis e imaginárias, aliás, ainda ganhei mais peso após essas dietas.

Sim o meu marido esteve sempre do meu lado. Contudo não trabalho, porque não consigo arranjar emprego, nem vale a pena ir a entrevistas de trabalho, porque sei que não sou selecionada, porque irão sempre escolher aquelas pessoas que têm melhor aparência que eu.

As pessoas são cruéis, as pessoas dizem nitidamente na cara que não pretendem uma pessoa com a minha imagem.

7. TP: Compreende que por vezes poderá estar a desistir de si mesma ao não continuar a procurar trabalho, e a isolar-se… autolimitando?

Tem pessoas que a amam… como o seu marido tem que lutar por si, e podem lutar juntos e chegar a uma solução mais viável os dois…

PC: Talvez… Penso…Terei culpa de tudo isto? O que aconteceu comigo? Agora sei que perdi o controlo de tudo. Não sei mais a quem recorrer.

Não consigo perder peso, não tenho dinheiro para nada e estou a descarregar a minha frustração no meu marido, que é ainda o único que está do meu lado. Mas ele já me alertou que qualquer dia fartava-se definitivamente dos meus “filmes” e que já não tem paciência para ouvir tanto queixume.

Arrisco-me a perder a única pessoa da minha vida e eu não quero.

8. TP: Noto que isto lhe causa alguma dor, sofrimento, até frustração. Sente-se mal por desabafar/sobrecarregar com o seu marido… Receia que ele um dia se canse, e que a rejeite e abandone… tem medo que mais uma vez lhe virem as costas.

Como relatou o seu marido sempre esteve ao seu lado, e talvez a dois poderão chegar a alguma solução… Já pensou num futuro na cirurgia bariatria…?

Havia pensado nisso no passado… mas nunca mais poderei fazê-lo… talvez fosse uma boa solução, pois vejo que tenho que usar um método drástico de mudança, porque de outra forma, jamais irei encontrar a felicidade.

Pretendo que a Sra. Drª. dê-me alguns conselhos, alguma ajuda para encontrar o meu caminho, porque o meu objetivo acima de tudo é ser feliz.

9. TP: Como há-de compreender não lhe posso dar respostas nem directrizes do que fazer, posso apenas estar aqui apoiando-a incondicionalmente, e auxiliando-a para que encontro por si as suas próprias respostas e os seus próprios caminhos.

PC: Eu sei agradeço-lhe por isso, sinto-me mais calma, e consegui compreender algumas coisas que antes não estavam tão claras para mim. Vejo que tenho dado mais importância à opinião dos outros, do que à minha. Contudo vejo que por uma questão de saúde e melhor locomoção, deveria por outros meios tentar emagrecer, como já referi assim a cirurgia barátrica. Não é pelos outros, é pelo meu próprio bem-estar… Nunca tive filhos, e gostava de os ter um dia… e penso como seria acompanhar uma criança no seu crescimento e desenvolvimento, sem me conseguir mexer convenientemente… seria muito difícil. Por outro lado isolo-me com toda esta situação. E se não tomo uma atitude poderei perder o meu marido. Pela tristeza e frustrações que sinto.

Obrigada doutora pela ajuda, e por me ter ouvido e auxiliado.

TP: Obrigada Iolanda por ter vindo. Ficarei a aguardá-la para uma próxima consulta onde possamos desenvolver mais aspectos da sua vida relacionados com o assunto que a trouxe cá hoje.

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