“PINÓQUIO ÀS AVESSAS”: REFLEXÕES A PARTIR DAS ABORDAGENS TRADICIONAL, COMPORTAMENTAL E HUMANISTA DA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM

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Chegou o dia de ir à escola, sua primeira aula foi com a professora de português, Felipe lembrou que seu pai havia dito que na escola, suas dúvidas seriam respondidas; perguntou a respeito de um pássaro que havia visto e não sabia seu nome, a professora então, disse que não era hora para falar sobre pássaros, que havia um cronograma a ser seguido que vinha do governo e todos deviam aprender e encerrou o assunto. Ele entendeu que na escola há hora certa para pensar nas coisas e que cada professor sabe apenas sobre uma matéria, relacionou a escola como a TV que se aperta o botão e muda o assunto. Outro dia de aula se passara e aprendeu que, professores não gostam que faça perguntas que eles não sabem responder e os conhecimentos não valem pela utilidade e sim pela prova.

Em uma aula de história, olhava pela janela encantado com o pássaro azul, o professor ao perceber, encaminhou-o para a psicóloga que o diagnosticou com “distúrbio de atenção” a atenção dele estava onde o coração desejava. Seus pais ao conversarem com Felipe, disseram que seria como a história do Pinóquio. A noite pensou que não podia decepcionar seus pais, a partir de então, passou a olhar apenas para livros e professor, tirando as melhores notas. No vestibular, foi o primeiro colocado, já havia esquecido a muito tempo do pássaro azul. Agora seria um profissional especialista em linguiça de frango, orgulho para seus pais. Tornou-se um rico profissional de respeito, mas não se sentia feliz, procurou um psicanalista, analisando seus sonhos, ainda não lembrava o nome do pássaro azul, que lhe traria a felicidade. Após anos, em um sonho, uma fada lhe apareceu e num passe de mágica, lembrou o nome do pássaro azul e voltou a ser o menino que fora enchendo sua alma de felicidade.

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II – Articulação com as abordagens Tradicional, Comportamental e Humanista da relação ensino-aprendizagem

A abordagem tradicional limita as formas de ensino à uma transmissão de informações unicamente de professor para aluno, estabelecendo um conceito de aprendizagem vertical, onde o conteúdo programado é passado independente da vontade ou interesse dos alunos. Essa abordagem agrega em seus objetivos construir um ajustamento social, de modo que os indivíduos possam dar continuidade absoluta aos modelos sócios culturais regidos pela sociedade em que está inserido. É possível notar que as características da abordagem tradicional servem como base para a pedagogia diretiva, onde o educador sustenta a ideia de que o aluno se torna uma tábula rasa frente a cada novo aprendizado, ou seja, o mesmo é julgado como incapaz de possuir um histórico de conhecimento frente a qualquer assunto proposto como contado no livro “Pinóquio às avessas”, seu personagem principal Felipe, vai à escola pela primeira vez, uma escola de abordagem tradicional, onde ele não pode tirar outras dúvidas ou fazer outras perguntas, todos são obrigados a seguir o proposto pelo professor da matéria especifica, a partir de um cronograma pronto e imutável.

A abordagem humanista acredita que o aluno é movido pelo seu interesse, motivação e curiosidade, assim sendo, é uma abordagem de ideal libertário, pregando que o aluno se reconheça em algum projeto, que exista a sintonia do sujeito com suas emoções, uma preparação para a vida e que não só absorva informações que moldem as crianças de acordo com o que a sociedade espera. Nesse modelo, teria consideração ao interesse de Felipe por pássaros por exemplo e seu empenho ao fazer um livro catalogando todos que conhecia e os que possuía curiosidades como conta no livro. Existe um respeito pela infância como condição e pela autonomia do ser. Essa abordagem tem relação com a pedagogia não diretiva e a metodologia apriorista, onde existe um respeito pelo tempo e saber de cada um, o professor é um facilitador e não interventor e o aluno têm liberdade e autonomia para aprender- o sujeito opera sobre o objeto.

A abordagem comportamentalista se caracteriza pelo primado do objeto (empirismo), onde a experiência é a base do conhecimento. O conhecimento é uma “descoberta” e é nova para o indivíduo que a faz, mas o que foi descoberto já se encontrava presente na realidade exterior. O conhecimento é uma cópia de algo que simplesmente é dado no mundo externo.

Essa abordagem pode ser relacionada com a pedagogia relacional, pois ambas se baseiam no comportamento, considerando que o aluno não é a tabula rasa, ele tem uma bagagem que ajuda no aprendizado. Aluno e professor se auxiliam na formação do conhecimento, o aluno com os conhecimentos de se mundo externo e o professor com o direcionamento do conhecimento. O professor pode analisar e aprender os elementos específicos do comportamento do indivíduo e assim ganhar certo controle para poder modifica-los e direcioná-los no que for necessário, relacionando com a história contada no livro, podemos relacionar com o pensamento de Felipe, após ter um sonho sobre uma corrida de Dodô, acredita que a escola poderia ser como em seu sonho, todos participariam de uma corrida, todos trazem esse conhecimento do mundo externo, mas no fim todos ganhariam e não apenas os melhores, podendo entender e concluir com a pedagogia relacional, onde há uma troca mutua de conhecimento e aprendizado entre aluno e professor.

Na escola na qual Felipe está cursando, pode-se observar e perceber claramente a abordagem tradicional e sua pedagogia diretiva, pois toda a bagagem do mundo externo a escola não são levadas em consideração, ele ao entrar na classe é considerado como vazio, uma tábula rasa onde seus interesses e desejos não possui interesse, não há uma troca mutua de ensino-aprendizagem ou um aprendizado focado no aluno e em seus desejos, interesses, etc. apenas é focado no cronograma passado a escola vindo de um governo, no qual decidiu que seriam tais matérias apresentadas e aplicadas aos alunos daquela faixa etária, examinados enfim por uma prova/teste, no qual ficará explicito se o aluno “aprendeu” o conteúdo, sem considerar suas diferenças, principalmente, diferentes ritmos de aprendizado.

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- Três situações-problema...

Pedagogia diretiva:

Certa vez estava em sala de aula – de filosofia - e precisei ir ao banheiro. Como já de costume em escolas que assumem como método a pedagogia diretiva, avisei ao professor que iria ao banheiro, pois tinha em mim que precisava de sua permissão para atender