Pinoquio as avessas abordagem humanista, tradicional e comportamental

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3- ABORDAGENS EDUCACIONAIS

3.1 ABORDAGEM TRADICIONAL

Nessa história podemos analisar as diferentes metodologias de ensino, deixando claro a crítica do autor Rubem Alves ao ensino tradicional onde a atenção está totalmente voltada ao professor e não ao aluno, e que não leva em conta a subjetividade de cada um e impõe de forma mecânica que o aluno aprenda somente o que está no programa de aula, aquilo que é pré-estabelecido pelo ministério da educação, não levando em consideração o que o aluno quer aprender. Porém apesar da crítica, Rubem não nega que é necessário a disciplina e organização para o desenvolvimento humano, mas que os educadores devem levar em conta também a capacidade e interesse do aluno.

Quando finalmente vai à escola, acaba se decepcionando, pois, ao perguntar sobre o nome de um pássaro, sua professora diz que isso não está no programa de aula que é elaborado por pessoas inteligentes e pelo governo, e ele só deve pensar aquilo que está no programa, e então fica claro que naquela escola a abordagem era tradicional, era um ensino mecanizado, em que o aluno só aprenderia o que deve aprender. Sendo assim, Felipe então percebe que, diferente do que ele pensava os professores não respondem a todas as suas perguntas, e todas as crianças são moldadas a pensarem igual sobre um mesmo assunto.

3.2 ABORDAGEM HUMANISTA

Felipe buscava respostas para todas as suas curiosidades e duvidas do mundo, imaginava que na escola encontraria todas elas, por isso ele idealizava de uma forma inconsciente o ensino humanista, onde ao contrário do tradicional a atenção é voltada inteiramente ao aluno, e não ao professor. Se na escola em que Felipe estudava utilizasse o método humanista, os professores iriam respeitar a individualidade de cada um, colocando o aluno no centro do saber e deixando o mesmo se posicionar diante do que foi dito a ele, o conteúdo da aula não seria baseado em um programa de aula, mas sim nas próprias experiências do aluno onde o objetivo final seria a auto realização ou uso pleno de todas suas capacidades e potencialidades. Felipe, com toda sua curiosidade era um garoto com potencial, na abordagem humanista essa potencialidade poderia ser explorada, e assim o seu processo de aprendizagem não seria tão “torturante”, e ele poderia ter se tornado um profissional realizado.

3.3 ABORDAGEM COMPORTAMENTAL

Mesmo antes de entrar na escola Felipe já possuía um certo conhecimento, mas para a escola, cujo ensino era tradicional, esse conhecimento era que algo que estava fora do plano de aula, por isso não era considerado, na abordagem comportamentalista, esse pequeno conhecimento de Felipe seria levado em consideração e o professor seria um controlador dos conhecimentos dele, fazendo um planejamento, mostrando a ele como a sociedade espera que ele se comporte, mas nunca ensinando coisas sem utilidades, como no momento em que ele pergunta a professora para que serve o dígrafo, e nem ela mesma não sabia responder. Felipe não possuía todo o conhecimento necessário para o sucesso profissional, mas o pouco que tinha poderia ajuda-lo, porem isso não foi considerado.

Ao lermos o livro de Rubem Alves vimos que de formas diferentes cada abordagem pode agregar conhecimento a educação do indivíduo, e que predomina no livro de Pinóquio às avessas o ensino tradicional, onde por ser curioso Felipe foi visto como um problema, e foi encaminhado ao psicólogo e diagnosticado com distúrbio de atenção. O que devemos entender é que, o que deve ser levado em consideração é a capacidade e a potencialidade do aluno, não deixando de lado suas características e que cada um tem uma forma diferente de ver o mundo, com sua forma subjetiva, e não os tratando como se tivesse algum problema psicológico. A ideia de Rubem Alves foi mostrar a história do Pinóquio exatamente às avessas, onde alunos entravam de um jeito, e saiam moldados para o mercado de trabalho, como “bonecos” ou “robôs mecanizados” assim como vimos em um sonho que Felipe teve.

Com o passar dos anos, Felipe conseguiu alcançar o sucesso profissional e deixar seus pais orgulhosos, mas não se sentia feliz pois havia deixado suas vontades de lado, apenas seguiu o que lhe foi imposto, chegou a procurar um psicanalista, e sua maior tristeza era não se lembrar do nome de um pássaro que aparecia em seu sonho. Certa noite em um sonho diferente conseguiu descobrir o nome do pássaro, e encontrou novamente sua felicidade, voltando a ser criança.

4- CONCLUSÃO

Ao lermos o livro de Rubem Alves, percebemos o quanto que reprimir uma criança de ter suas curiosidades e suas vontades pode fazer mal a ela. Apesar da abordagem tradicional não ser totalmente falha, fica evidente a necessidade de mudanças, de educadores que não sejam dogmáticos, mas que saibam usar um pouco de cada metodologia alternando sempre que necessário.

O que não deve acontecer, é deixar de lado os interesses, capacidades, e potencialidades do aluno, pois o foco é o seu desenvolvimento profissional e pessoal, fazendo com que o mesmo passe por um processo de aprendizagem menos “doloroso”, aprendendo coisas que realmente serão úteis em sua vida, e que não se sinta obrigado, mas que aprenda simplesmente porque quer aprender.

Portanto, deve haver uma discussão geral, com todos os setores da sociedade, sobre problemas educacionais, tais como, medicalização da educação, mercantilização do ensino, inclusão de crianças com deficiências em escolas que não tem condições de inseri-las, falta de psicólogos em escolas e dificuldades que educadores viram a ter em decorrências dessa crise educacional que se estende do ensino fundamental à graduação.

Assim futuramente, poderemos ter mais cidadãos pensantes e críticos, e profissionais realizados com seu trabalho, que não sejam pessoas “moldadas”, e que não trabalhem como “robôs mecanizados” para sustentar um sistema falido que fada milhões a infelicidade.

5- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Abordagem comportamentalista. Disponível em: >. Acesso em: 20/09/2016