Os sete saberes necessários à educação do futuro

...

que não mais se reproduz ou persiste em linha reta, tendo em vista que esta é um complexo de ordem, desordem e organização. Segundo o autor, o homem é posto frente a frente a todo instante às incertezas, pois o real e o conhecimento tem caráter incerto. Dessa forma, a educação do futuro deve atrelar ao ensino, o princípio da incerteza do conhecimento, levando em conta o acaso, o inesperado, o imprevisto e prováveis transformações que podem modificar o seu curso.

No sexto capítulo, “Ensinar a compreensão”, o autor nos mostra que embora os progressos ocorridos na área de comunicação, não existe compreensão entre as diversas culturas e origens, nem mesmo entre as pessoas mais próximas. Para Morin compreender é aprender e reaprender constantemente e o desafio da educação futura é educar para que haja a compreensão entre as pessoas, de todos os níveis educativos.

Sobre o último capitulo, “A ética do gênero humano”, Morin propõe que a educação deve ensinar a ética do futuro tendo como base a antropo-ética, religando a tríade indivíduo-sociedade-espécie. Dessa forma, o ensino deve estar voltado para a conscientização do homem enquanto parte da sociedade e pertencente a espécie humana, desenvolvendo sua responsabilidade social, autonomia e solidariedade.

A leitura deste livro nos permite um amplo conhecimento em diversas áreas e uma reflexão sobre o quanto ainda precisamos percorrer nesse processo de reestruturação do sistema educacional. A intenção do autor não foi nos mostrar uma receita milagrosa, mas nos levar a refletir a respeito do nosso papel como cidadão diante de todas as questões emergentes do século XXI. O autor nos permite repensar em um novo paradigma de educação que possibilite uma mudança de pensamento a fim de que se transforme a concepção fragmentada do mundo que impede a visão do todo da realidade e que desenvolva no ser humano a responsabilidade pela vida e pelo planeta.