OBSERVAÇÃO DE UMA CRIANÇA E RELAÇÃO DO ESTÁDIO SENSÓRIO MOTOR DE PIAGET
Por: eduardamaia17 • 9/1/2018 • 1.306 Palavras (6 Páginas) • 389 Visualizações
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Durante todo o período de observação a criança permaneceu somente sentada, nas tentativas de se movimentar, além disso, inclinando-se não se sentia confiante e voltava ao lugar onde estavam. Ao fim da observação, a criança foi colocada para dormir, adormecendo sem demora.
2.2 – Relação da Observação com o Estádio Sensório Motor de Piaget
Para entendermos as relações de ações de V. com o estádio sensório motor, devemos entender primeiramente os subestádios pertencentes a este. Estão divididos em seis subestádios.
O primeiro refere-se ao primeiro mês de vida, onde as atividades são puramente reflexas. O segundo às relações circulares primárias, geralmente de um a quatro meses de idade, onde a criança começa a criar hábitos, isso depende apenas dela, por isso difere do anterior. No terceiro subestádio, geralmente iniciado aos quatro meses de idade, encontram-se o desenvolvimento da coordenação da visão e preensão e começo das reações circulares secundárias, a fase em que o bebê segura qualquer objeto e repetir e é capaz de repetir algum comportamento, demonstrando que entende diferenciação entre finalidade e meio, porém sem finalidade, apenas uma antecipação limitada.
Daremos foco ao quarto subestádio, pois abrange a faixa etária de V. (criança utilizada para o estudo). Neste subestádio, que geralmente vai dos oito aos onze meses de idade, há a coordenação de esquemas secundários, em alguns casos pode utilizar a vista a obtenção de um novo objeto. Nesta fase a criança utilizara esquemas conhecidos como meios para uma finalidade.
No quinto subestádio, que será por volta do décimo primeiro ao décimo oitavo mês, há a diferenciação dos esquemas de ação reação circular terciária. A criança tentará novos meios para atingir suas metas. Já no sexto e último subestádio, geralmente iniviado aos dezoito meses de idade, no qual há o inicio da solução de algum problema após interrupção da ação e compreensão súbita.
No primeiro momento da observação, quando definimos que a criança “estranhou a presença dos observadores”, ficando quieta, estática, observando tudo e todos ao redor, fazendo cara de choro algumas vezes, há uma relação com o fim do terceiro subestádio determinado por Piaget (coordenação de visão e começo das reações circulares secundárias), condizente com a idade de V. (nove meses), pois o fim deste estádio é aos oito meses. Para determinar isso usamos as caras de choro que a criança fazia ao estranhar os novos observadores, isso mostra que ela era capaz de identificar quem era parte de sua família e que não era, demonstrando a fase que Piaget chamou de fase reações intermediárias. V. não chegou a chorar, ela ficou quieta, demonstrando controle da excitação, característica presente nesta fase do estádio sensório motor. Outro momento em que podemos observar este padrão é na tentativa de V. se comunicar, emitir sons ao longo de toda a observação, principalmente quando sua mãe se aproximava.
Quando começou a tatear o colchão, tentando alcançar os objetos a sua volta e em seguida alcançou seu chocalho, balançando repetidamente, com os dois braços e o resto do corpo ao mesmo tempo em que em que sorria e olhava ao redor, relacionamos a casualidade como fator determinante, pois V. se utiliza da própria ação (deslocar, balançar, bater, etc.). Observa-se a casualidade mágico-fenomenista onde a ação dela poderá produzir qualquer efeito. Isso pôde ser constatado também no momento em que ela agarrou os ursos de pelúcia ao redor e balançou, porém percebemos que V. utilizou seus próprios esquemas de assimilação, pois tentou balançar os ursos, igualmente como fazia com o chocalho, mas ao perceber que não produzia o mesmo som, abandonou-os. Da mesma forma fez com a garrafa pet, tentando interagir com o objeto de várias formas.
No momento em que a mãe envolve a garrafa nota-se uma característica importante do quarto subestádio, na qual a criança começa a procurar o objeto que foi escondido, isso fica claro quando V. fica chorosa ao não ver mais a garrafa pet a qual ela brincava, porém nos momentos em que ficava concentrada e retirava o pano revelando a garrafa novamente, possivelmente estava assimilando que o objeto ainda existia.
O fato de V. ficar apenas observando o ambiente em vários momentos de nossa observação condiz com a ideia de organização da realidade, V. está estruturando seu universo, construindo sua organização espácio-temporal.
5 – CONCLUSÃO
O grupo pôde concluir que a criança observada passava pelo estádio sensório motor, mais precisamente revelando características do quarto subestádio, condizente com a idade dela. Devido à variedade de comportamentos de V. podemos dizer que todos os subestádios estão relacionados, pois para que ela chegasse no qual ela estava foi preciso passar por outros, e como num esquema evolutivo a tendência é que ao passar do tempo alcance o
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