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O Que é a Esquizofrenia?

Por:   •  27/11/2017  •  5.840 Palavras (24 Páginas)  •  428 Visualizações

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Século IV a.c. Trasilus, acreditava que todos os navios do porto, chegando ou deixando o porto, lhe pertenciam. Anotava suas cargas e destinos, ficando feliz quando o navio voltava a salvo e com a riqueza que trazia. Após uma recuperação, recordava que nunca fora tão feliz como durante seu delírio.

Siracusa no Séc IV a.c. Menecrates, alegava ser divino, ser Zeus. “Curava” pacientes com problemas mentais, que se tornavam seus seguidores. Os vestia como deuses menores do Panteon, enquanto ele, se vestia com um manto púrpura, com coroa de ouro e cetro.

Esses casos, são casos que podem ser esquizofrenia, como não podemos avalia-los hoje, nem na época foram avaliados, são exemplos, do contexto social. Na Grécia antiga, pessoas vagavam pelas ruas, falando sozinhas, vestiam-se inapropriadamente ou até não se vestiam, as vezes uma violência diferente do normal. Os deuses e fúrias podem ser vistos como personificação dos problemas enfrentados com as pessoas com esses problemas, esclarecendo dessa forma o contexto em que a Grécia vivia, no qual contavam-se histórias, para a tentativa de entender a situação. O ideal da filosofia da Grécia antiga era a moderação em tudo, conhecer a si mesmo. A racionalidade é sadia.

Idade média

Na idade média houve uma administração central, o catolicismo quase totalmente infiltrado, a influência da igreja. Sem livros para a população geral, e a população, maioria analfabeta. Dificuldade em viagens, e a quase compulsão em ir à igreja. Com tudo isso intensificou a dominação da Igreja Católica, com ela um desenvolvimento em crenças relacionados à demônios, magia e bruxaria. Foi a igreja também que forneceu o tratamento da desordem mental, como pensavam ser influências externas, como demônios, a intervenção seria atribuída à graça divina. Cultos de cura foram instituídos em alguns templos.

Maior parte dos doentes mentais permaneciam em casa, as vezes perambulando pelas ruas. Passaram a existir hospitais para os doentes mentais. O primeiro manicômio, Stone House, perto de Charing Cross, a partir de 1377.

Histórias curtas, nesse período, relatam principalmente visões, mudanças de estado. Um caso com sintomas de esquizofrenia seria do rei Henry VI, aos 31 anos, caiu em enfermo, a partir dai, sua vida mudou, há relatos dele ficar profundamente retraído, inacessível a conversação, descrevem-no como estando em silêncio, fora de contato com o tempo e a memória deficiente, geralmente sentado em postura negligente. As vezes ficava imóvel, com olhar vago, abatido, não havia resposta ou sinal, num momento estava completamente recuperado, interando-se aos acontecimentos do passado. Ele tinha rituais religiosos até em suas horas de folga, mais tarde em sua vida teve visões de Cristo e ouvia vozes dos santos. Um dia o colocaram próximo a uma arvore onde ria e cantava.

Todos esses exemplos são hoje sintomas para diagnosticar um esquizofrênico, há em comum, ouvir vozes, de Deus, de demonios, fadas, por exemplo. As vozes interagindo entre elas, ou somente com a pessoa. Cada um com uma forte tendência social, por exemplo, na época em que a Igreja Católica estava no “comando” as pessoas ouviam principalmente, demônios, Deus, Santos, anjos, etc.

Já na Grécia Antiga ouviam os deuses da época, como exemplo, a deusa de Atenas.

Critérios Diagnósticos para Esquizofrenia

Muitos autores contribuíram para a identificação dos sintomas da esquizofrenia, a partir dos trabalhos do médico alemão Emil Kraepelin no final do século XIX.

São usados para um diagnostico mais precisos e internacionais, foram criados o CID que está na versão CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) e o DSM, em sua atual versão, DSM –IV (Manual de Estatística e Diagnóstico).

“A. Sintomas característicos: Dois (ou mais) dos seguintes, cada qual presente por uma porção significativa de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso):

(1) delírios

(2) alucinações

(3) discurso desorganizado (por ex., frequente descarrilamento ou incoerência)

(4) comportamento amplamente desorganizado ou catatônico

(5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia ou avolição

Nota: Apenas um sintoma do Critério A é necessário se os delírios são bizarros ou as alucinações consistem de vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si.

B. Disfunção social/ocupacional: Por uma porção significativa do tempo desde o início da perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento, tais como trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais, estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início dá-se na infância ou adolescência, fracasso em atingir o nível esperado de aquisição interpessoal, acadêmica ou ocupacional).

C. Duração: Sinais contínuos da perturbação persistem por pelo menos 6 meses. Este período de 6 meses deve incluir pelo menos 1 mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que satisfazem o critério A (isto é, sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas relacionados no Critério A presentes de uma forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns).

D. Exclusão de Transtorno Esquizoafetivo e Transtorno do Humor: O Transtorno Esquizoafetivo e o Transtorno do Humor com Aspectos Psicóticos foram descartados, porque (1) nenhum Episódio Depressivo Maior, Maníaco ou Misto ocorreu concomitantemente aos sintomas da fase ativa; ou (2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve relativamente à duração dos períodos ativo e residual.

E. Exclusão de substância/condição médica geral: A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., uma droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição médica geral.

F. Relação com um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: Se existe uma história de Transtorno Autista ou um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, o diagnóstico adicional de Esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes também

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