Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Matrises do pensamento em psicanálise

Por:   •  30/4/2018  •  2.872 Palavras (12 Páginas)  •  378 Visualizações

Página 1 de 12

...

4. Lacan utilizou um conceito do antropólogo estruturalista Lévi-Strauss para explicar o Édipo e a passagem do Imaginário ao Simbólico. Que conceito é esse? Explique:

R: De acordo Roudinesco e Plon (1998), termo imaginário, derivado do latim imago (imagem) e empregado como substantivo na filosofia e na psicologia para designar aquilo que se relaciona com a imaginação, isto é, com a faculdade de representar coisas em pensamento, independentemente da realidade. Utilizado por Jacques Lacan a partir de 1936, o termo é correlato da expressão estádio do espelho e designa uma relação dual com a imagem do semelhante. Associado ao real e ao simbólico no âmbito de uma tópica, a partir de 1953, o imaginário se define, no sentido lacaniano, como o lugar do eu por excelência, com seus fenômenos de ilusão, captação e engodo.

5. Lacan assinala que o Édipo é um processo que acontece em 3 tempos: quais são eles? Explique cada uma desses tempos.

R: Frustação: Ser ou não ser o falo. A frustação é o âmbito por excelência da reinvindicação, com a ressalva de que neste caso nenhuma possibilidade de satisfação pode ser encontrada, a falta é um dano imaginário, em contrapartida, o objeto da frustração é totalmente real.

Privação: Ter ou não ter o dom. Na privação, é a falta que é real, Lacan designa esta falta de objeto como um buraco no real. O objeto da privação é um objeto simbólico.

Castração: Ter ou não ter o falo. Na castração, a falta que ela interpela é uma falta simbólica. A falta é, antes de mais nada, uma dívida simbólica. O objeto faltante é radicalmente imaginário e em nenhum caso, pode ser um objeto real (DOR, 1989).

Em qual momento do Édipo acontece a Lei do Pai (Nome do Pai)? O que é essa lei e o que ela representa?

No momento de castração. O pai imaginário impõe a castração, sendo o privador da mãe. A identificação da criança com este pai é fálica e estritamente imaginária. Dessa forma, pela mediação do pai imaginário, é possível o pai real ser investido como pai simbólico.

É a função paterna que permite que a criança se coloque em um lugar ativo de sujeito desejante, é o encontro com a falta que possibilita ao sujeito constitui-se como desejante, em razão de me faltar algo que desejo que vou constantemente a procura de algo.

Sobre Carl Jung e a Psicologia Analítica:

6. Assim como Freud, Jung reconhecia a existência de elementos conscientes e inconscientes. No entanto, sua teoria do aparelho psíquico se difere em vários elementos. Com base nessa afirmação, responda as seguintes questões:

- O que é inconsciente para Jung? Conceitue inconsciente pessoal e inconsciente coletivo:

R: Jung define o inconsciente como sendo “um conceito-limite psicológico que abrange todos os conteúdos ou processos psíquicos que não são conscientes, isto é, que não estão relacionados com o eu de modo perceptível” (JUNG, 2008a, p.424). Pela experiência em psicoterapia, Jung (2008a) acreditava que os conteúdos do inconsciente podem ser originários do Inconsciente pessoal e do Inconsciente Coletivo.

INCONSCIENTE PESSOAL “engloba as aquisições da existência pessoal: o esquecido, o reprimido, o subliminarmente percebido, pensado e sentido” (JUNG, 2008, p.426). Seu conteúdo é determinado pela experiência da pessoa no mundo. Também fazem parte do inconsciente pessoal o conteúdo da sombra, da anima ou do animus, com seus respectivos conflitos ou complexos emocionais.

INCONSCIENTE COLETIVO, Jung (2008) explica que é uma camada mais profunda do inconsciente, cujos produtos seriam constituídos de conteúdos que vão além da experiência pessoal de vida do indivíduo. É formado por arquétipos e imagens arquetípicas.

- O que são arquétipos? Dê exemplos:

R: Arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo. “Os arquétipos são percebidos em comportamentos externos, especialmente aqueles que se aglomeram em torno de experiências básicas e universais da vida, tais como nascimento, casamento, maternidade, morte e separação” (CHAGAS et al., 2003 p. 16).

Exemplos de arquétipos: a grande-mãe, o arquétipo do velho sábio pode ser representando em sonhos por imagens de feiticeiros, padres, mágicos e etc. Também o herói que conquista grandes inimigos e vence imensas batalhas.

- Jung acreditava que todo indivíduo possui uma tendência para o autodesenvolvimento ou individuação, mas para isso precisa fazer confrontações com seu animus/anima, sombra e persona. Explique o que é individuação, animus/anima, sombra e persona:

INDIVIDUAÇÃO: a individuação, conforme descrita por Jung, é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. Através desse processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do Self, a totalidade.

ANIMA/ANIMUS: Jung fala que a anima seria “a imagem do sujeito, tal como se comporta em face dos conteúdos do inconsciente coletivo ou então é uma expressão dos materiais inconscientes coletivos, que são constelados inconscientemente pelo sujeito ” (2008b, p. 156). Ou ainda que ela é “uma imagem coletiva de mulher no inconsciente do homem, com o auxílio da qual ele pode compreender a natureza da mulher” (2008b, p.66). Antes de tudo, é importante salientar que o autor chama a atenção para o fato de que este é um conceito empírico, e não simplesmente intelectual (2008d). Neste sentido, para se estudar a anima ou alma, e seu correspondente na psique feminina, o animus, Jung se valeu principalmente dos efeitos destes sobre a consciência, experimentados em várias décadas em que atuou como analista. Assim como os outros conteúdos do inconsciente, não seria possível apreender exatamente a natureza da anima.

SOMBRA: para Jung, sombra “é a parte negativa da personalidade, isto é, a soma das propriedades ocultas e desfavoráveis, das funções mal desenvolvidas e dos conteúdos do inconsciente pessoal” (2007, p. 58). A sombra é a parte dissociada da identidade do ego durante o seu desenvolvimento, aquela parte que é inaceitável, o contraste com os valores da consciência, são

...

Baixar como  txt (18.9 Kb)   pdf (64.3 Kb)   docx (20 Kb)  
Continuar por mais 11 páginas »
Disponível apenas no Essays.club