Manual Prático sobre condutas éticas do psicólogo
Por: Hugo.bassi • 6/2/2018 • 1.923 Palavras (8 Páginas) • 408 Visualizações
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Os problemas relativos à área, nos descritos mais variados estudos, referem-se à precária formação dos profissionais fica evidente uma deficiência geral, e consequentemente, na avaliação psicológica. O tempo de graduação mostra-se insuficiente, levando à necessidade de cursos e atualizações posteriores. Além disso, algumas vezes, os professores têm demonstrado despreparo e acabam por contribuir para a má informação dos futuros psicólogos, transmitindo conteúdos relacionados à avaliação psicológica de forma superficial, focando apenas aplicações e correções de testes, deixando de lado o fato de eles possuírem limitações e ainda de serem parte de um processo em que outros conhecimentos e procedimentos se fazem necessários.
A fim de ilustrar o cenário dos testes no Brasil e com o intuito de avaliar a presença ou ausência de estudos de validade e precisão, Noronha, Freitas e Ottati (2002) investigaram 26 testes psicológicos de inteligência, comercializados no Brasil. Além disso, as autoras verificaram se havia padronização, sendo que, para os testes estrangeiros, avaliou-se a existência de padronização brasileira. Os dados demonstraram que quanto à validade e precisão, 75% dos testes nacionais têm esse tipo de estudo, enquanto que nos testes estrangeiros, 90% detêm algum estudo. Nesse sentido, os primeiros sinais de recuperação da área no Brasil foram reforçados pela intervenção do Conselho Federal de Psicologia, que publicou em novembro de 2001 a primeira edição da Resolução CFP nº 25/01 (CFP, 2001). Depois de algumas reformulações, a partir de 2003, passou a vigorar a Resolução CFP nº 02/2003 (CFP, 2003). Porém, ainda no que se refere aos problemas apontados, vale destacar que alguns não se nos localizam próprios testes psicológicos, mas sim no uso deles, como já mencionado. Desse modo, convêm reconhecer a importância de uma formação sólida em avaliação psicológica, sustentada pelo ensino que privilegie o aprofundamento teórico, as atividades práticas e investigativas.
Método
Nesse estudo foi utilizada uma amostra por conveniência, constituída por 85 psicólogos inscritos no Conselho Regional de Psicologia representando 66% do universo de profissionais da região, mulheres (92,9%, F = 79), sendo que a idade dos participantes variou entre 23 a 42 anos, média de 30 anos e o desvio padrão de 4,92. A maior parte se formou há menos de 5 anos e aproximadamente metade fez algum tipo de pós-graduação. Dentre as mais frequentes, encontram-se a clínica e a organizacional.
Instrumento
O instrumento utilizado constituiu-se de um questionário composto por três partes. A primeira contemplou informações relativas à caracterização do sujeito. Os questionamentos acerca da utilização de testes psicológicos na prática profissional, os testes utilizados, motivos pelos quais não os utiliza e opinião acerca do processo de avaliação dos instrumentos conduzidos pelo Conselho, se reuniram na segunda parte e na terceira correspondeu às informações à formação profissional.
Procedimentos
Os questionários foram aplicados com a prévia autorização dos participantes por meio da assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A aplicação foi realizada de maneira coletiva.
Resultados
Pode-se observar que o contexto de atuação clínica concentra a maioria dos participantes da pesquisa (50,6%), seguido da área organizacional (28,2%) e dos participantes que atuam em ambos os contextos (14,1%).
Observou-se que 40% dos participantes da pesquisa utilizam instrumentos psicológicos em sua pratica profissional, enquanto 60% dos participantes não utilizam por motivos variados.
Formação Profissional: Reúne as respostas que dizem respeito ao não uso do instrumento devido à falta de domínio, principalmente por deficiência no processo de formação profissional.
Ideológico: Foram incluídas nessa categoria respostas de caráter ideológico, concepções acerca da avaliação psicológica que dispensam o uso do instrumento na pratica profissional.
Uso do instrumento: reúne respostas relativas a problemas específicos dos instrumentos quanto a suas características psicrométricas, bem como variáveis externas que impedem o uso do instrumento.
Exigência do empregador: As instituições não aderem ao processo por não considerarem um recurso útil para contribuir nos processos de gestão organizacional.
Os argumentos apontaram para a falta de conhecimento, principalmente, decorrente de deficiências no processo de formação profissional, tanto no que se refere às características psicrométricas quanto a dificuldades de aplicação do mesmo.
Observou-se que entre os dez testes mais utilizados pelos participantes, seis deles avaliam características de personalidade, os demais são instrumentos de avaliação da inteligência e/ou aptidões, a grande maioria tem como objetivo avaliar a personalidade, enquanto a menor parte objetiva avaliar a inteligência.
Os parâmetros psicrométricos dos testes comercializados no Brasil indicou que os testes de personalidade são os que mais carecem de evidencias de validade e precisão e os testes de inteligência e aptidões são os que mais frequentemente relatam esses estudos.
Observou-se que a maior parte dos psicólogos a considera insatisfatória. Sugerem, então, algumas medidas para o aprimoramento do ensino e do uso dos instrumentos psicológicos.
A continua atualização do profissional que utiliza os recursos da avaliação psicológica, realizações de pesquisas a área e continuação do processo de avaliação dos instrumentos psicológicos, com o aprimoramento da área reforçam os apontamentos já descritos por Hutz e Bandeira (2003), estabelecimento de conteúdos básicos que devem ser trabalhados na graduação; reconhecimento da legitimidade da área de avaliação psicológica, desenvolvimento de programas para a qualificação de professores.
Constatou-se que a maioria dos participantes da pesquisa não utiliza instrumentos em sua pratica profissional devido à falta de domínio e conhecimento nos instrumentos, principalmente por falhas no processo de formação profissional, revela a problemática da formação profissional já evidenciada no estudo de Alchieri e Bandeira (2002).
O ensino da avaliação psicológica tem sido insuficiente para o domínio nesta atividade, assim como para o diagnostico psicológico. Dentre as sugestões descritas nessas pesquisas,
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