Grupos Operativos
Por: Salezio.Francisco • 27/3/2018 • 1.636 Palavras (7 Páginas) • 396 Visualizações
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A implicação não é uma questão de vontade de decisão consciente, vem da relação de transferência e contra transferência. Inclui uma análise dos sistemas de lugares, o assinalamento do lugar que ocupa, que busca ocupar e do que lhe é designado ocupar com os riscos que isso implica. A análise de implicação é colocar em análise a relação que temos com o outro. O analista começa a colocar em análise a sua relação com as coisas, problematizar o lugar que o próprio que o saber dita.
Na intervenção deve-se analisar as contradições e conflitos, e na análise as áreas do saber. O pesquisador problematiza os objetivos e suas respostas e é o sujeito da construção a partir do referencial de que o objeto é o efeito do ato pesquisa. O trabalho da análise institucional seria o de olhar para o que não é dito oficialmente, mas que é importante no dia a dia das instituições em que estamos.
A institucionalização engloba e defende todos os saberes da arte, religiões e culturais, não tendo limites para o conhecimento. Rene Lourau é um dos principais teóricos análise institucional e juntamente com Lapassade estudou a noção de implicação e começou a chamar as situações de intervenções de socioanálise. A análise de implicação vem da psicanálise, com conceito de transferência e contra transferência e coloca em análise a relação que cada um tem com o outro.
As instituições, por sua vez, são composições lógicas, um conjunto de leis e princípios que prescrevem ou proscrevem comportamentos e valores, ou seja, dizem o que deve ser, o que não deve e o que é indiferente. As instituições são entidades abstratas. A instituição não está restrita a um estabelecimento, seria no caso por exemplo, o saber do professor, e o estabelecimento, a faculdade. O saber é algo abstrato e a instituição é o saber que produzimos, é um pensamento, algo mais sutil.
A Psicologia de grupo vai tentar de certa forma resolver o dilema, problematizar a relação de indivíduo e sociedade, individualismo e mentalismo, singular e coletivo. A psicanálise francesa vai inovar a partir dessa relação de dicotomia, que vai dizer que a saída da dicotomia vai se dá de que a tese de que o fantasma é individual, mas se projeta no coletivo, a manifestação dele se dá no grupo. Cada pessoa do grupo tem seus próprios fantasma inconscientes, mas vai ser projetado no grupo, projeções afetivas inconscientes.
A Psicologia Social sempre vai problematizar o indivíduo e sociedade, não tem como pensar em um indivíduo fora da sociedade e fora de um grupo, as coisas estão interligadas, inclusive, o indivíduo vem de um grupo que é o grupo familiar e mora numa sociedade que é determinantes de algumas condutas.
A comunicação é um processo que leva em conta as redes de comunicação no grupo, contendo possibilidades e limitações. Envolve também o conflito e a necessidade de trabalhar sobre ele. É preciso elaborar o que se chama de “mal-entendido”, que está associado a conflitos diversos, tanto aqueles relacionados à organização do grupo quanto os respectivos a conflitos psíquicos. Com o enfraquecimento da ansiedade básica, o grupo pode operar melhor seus afetos e sua tarefa. A aprendizagem está inter-relacionada à comunicação, e o grupo precisa compreender seus obstáculos à comunicação para analisar os obstáculos à aprendizagem.
Lewin vem falar da pesquisa-ação que tem como foco a dinâmica de grupo e é feito para resolver problemas reais e surgiu da necessidade de superar a lacuna entre teoria e prática. Uma das características deste tipo de pesquisa é que através dela se procura intervir na prática de modo inovador já no decorrer do próprio processo de pesquisa e não apenas como possível consequência de uma recomendação na etapa final do projeto. O processo de pesquisa tem como característica o processo de aprendizagem para todos os participantes e a separação entre sujeito e objeto de pesquisa deve ser superada.
Kurt Lewin traz a ideia de resolver problemas reais, ele pensa no grupo pra resolver problemas reais levantados pelo próprio grupo. A dinâmica de grupo é pensar juntos como grupo, não apenas o coordenados, mas sim, o grupo. Para Lewin, o grupo é uma máquina teórica, onde ele vai fazer os experimentos, mas o grupo vai pensar junto com ele, tirando a ideia de um grupo passivo e passando para ativo.
O conceito de transversalidade, formulado na mesma época (1964), chama a atenção para a natureza da constituição da subjetividade como política e social. Merleau-Ponty embora tenha sido filiado e participante do partido comunista francês por um certo período, foi um crítico dos totalitarismos, do nazismo, do fascismo, do estalinismo, e centrou-se na sua análise e crítica do marxismo.
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