Análise do livro Pinóquio às Avessas
Por: Evandro.2016 • 6/12/2018 • 2.109 Palavras (9 Páginas) • 381 Visualizações
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- Humanista
Nesta abordagem, o mais importante são as características herdadas do aluno, ou seja, ele é inato, já traz sua bagagem pré-concebida, e na escola, irá desenvolver-se. Neste caso, como o aluno já traz a sua bagagem ele é o arquiteto de si, acaba sendo um aluno ativo, que explora o seu meio, vai a escola para desenvolver suas emoções, suas capacidades, sua auto estima, e deve ter interesse por si só.
O professor deve respeitar sua capacidade de curiosidade, do descobrir-se e ser apenas um facilitador, ou seja, ele não tem um papel ativo em sala de aula, não deve centralizar a transmissão do conteúdo. Nesta abordagem ninguém de forma geral manda e sim funcionam de forma equiparada. Ele apenas irá desenvolver os temas ou dúvidas que o aluno trouxer, se o aluno requisitar sua ajuda.
A relação entre o professor e aluno é afetiva, ligada as emoções, existe uma preocupação com o psicológico do aluno. Em sala deve-se desenvolver a empatia, ou seja a condição de nos colocarmos no lugar do outro, assim como o respeito, a capacidade de aceitar e considerar positivamente o outro. O professor compreende a si e aos alunos. A educação nesta escola é tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal por meio da autodescoberta e da liberdade. Há um crescimento do aluno e do professor.
A ênfase desta abordagem concentra-se no processo, ou seja, o processo de aprendizagem, descoberta e interação entre o conhecimento e o aluno é o foco desta abordagem.
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- ANALISE DO LIVRO
Observando a estória do menino Felipe desde o principio, antes mesmo que ele entrasse na escola, o pai contava a estória de Pinóquio e sempre ao final da estória, enfatizava “é preciso ir à escola, para não ficar burro”, dizia também que ele deveria prestar atenção as aulas para ir bem nas provas e tirar boas notas. O menino adormecia repetindo o que o pai lhe falara, tinha pesadelos onde era um burrinho e puxava carroça. O pai também implantava a ideia de que o professor poderia responder a todas as perguntas que ele fizesse. Esta é claramente, uma ideia da abordagem tradicional, onde o ensino é vertical, o professor ensina e o aluno aprende, o professor é o dono do saber. O aluno é somente uma tabula rasa não importa o que ele saiba ou sinta, o aluno só tem uma função aprender.
Porém Felipe idealizava uma escola totalmente diferente. Seria um lugar onde ele pudesse fazer as suas escolhas, imaginava uma forma de aprender muito mais simples e de acordo com a sua própria vontade, sonhava ser uma escola acolhedora aberta as suas ideias, nas quais ele poderia falar e pensar o que quisesse. “Há tanta coisa para ver, tanta coisa para aprender!", era uma criança muito ativa e inteligente, cheio de ideias que faziam-lhe total sentido. "Por vezes não se contentava em perguntar - mesmo porque na maioria das vezes, os grandes não tinham respostas para suas perguntas".
Aos 6 anos ficou muito curioso com o relógio da sua mãe, "O que faz os ponteiros andarem cada um com uma velocidade diferente?" desmontou o relógio pensando que conseguiria monta-lo novamente, não conseguiu, sua mãe ficou brava só um pouquinho. Quando seus pais não sabiam as respostas, diziam “Na escola você aprenderá”. Felipe mesmo sem saber, idealizava a forma de aprendizado de uma escola que utilizasse a Abordagem Humanista, onde ele teria uma relação interpessoal com seus professores, onde seria formada a sua personalidade, valorizado o que já era inato, o que ele já sabia.
De todas a coisas do mundo, o que Felipe mais gostava mesmo era de pássaros, imaginava como seria maravilhoso voar, ficava maravilhado quando pássaros faziam ninho em seu quintal, sua mãe e seu pai, mostravam pinturas, obras de artes de pintores famosos, inclusive do famoso Chagall que gostava de pássaros, havia um quadro seu em que tudo voava, gostava da história de São Francisco de Assis o santo que conversava com pássaros, a alma de Felipe estava cheia de pássaros. Um dia seu pai lhe perguntou “O que você quer ser quando crescer?” o menino estranhou a pergunta e respondeu ao pai que quando crescesse, queria continuar a ser o que era naquele momento, o Felipe. Não queria mudar de nome e tão pouco ser outra pessoa. O pai sorrindo lhe disse que ele continuaria sendo o mesmo Felipe, mas que diante da vida adulta, teria que trabalhar para se sustentar, tendo assim uma profissão. Era para isso que serviam as escolas de acordo com o pai, “transformar crianças que brincam em adultos que trabalham”.
Em outro trecho do livro o pai explica que ao entrar para a escola, ele estaria no primeiro ano, onde aprenderia muitas coisas e se tirasse as notas boas, poderia ir para o segundo ano, onde o ciclo se repetiria até o momento em que ele se formasse na faculdade e recebesse o diploma. Segundo o mais velho, os adultos eram aquilo que seus diplomas diziam. Esta pequena parte mostra claramente, um pouco sobre como funciona a Abordagem Comportamentalista, onde recompensa, controle e planejamento são comumente utilizados para que o aluno desempenhe o comportamento desejado pelo professor.
Finalmente chegou o dia em que Felipe iria para escola. Ele estava feliz, na escola havia muitas crianças. Mas de repente soou uma campainha, as crianças pararam de brincar. Os professores e as professoras as separaram em pequenos grupos e organizavam as filas. Havia a fila dos pequenos na qual ele foi colocado, a fila dos um pouco maiores, a fila dos maiores ainda e a fila dos grandes. Os professores então conduziram as filas para dentro da escola. Felipe nunca havia visto uma casa como aquela, ao longo do corredor com salas dos dois lados. Cada fila entrou em uma sala e as portas se fechavam. Esse primeiro dia foi uma festa.
No início, Felipe demonstrava sua curiosidade elaborando perguntas diversas, porém gostava mais de aprender sobre um assunto em particular, os pássaros. Felipe possuía interesse genuíno por estes animais, e estava intrigado quanto a um em particular, que era azul e comia mamão, cujo nome lhe era desconhecido. Com o passar do tempo, as pessoas a quem ele recorria para responder tais questionamentos, passaram a se preocupar com ele, pois acreditavam que ele estava focado nos pensamentos errados. Seu pai e sua professora acreditavam que ele deveria focar nos estudos da escola, para ter notas boas nas provas, passar de ano e posteriormente ser aprovado no vestibular e “ser” uma profissão. Esse trecho se identifica como a abordagem tradicional se atém
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