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Análise do Filme Doze Homens e Uma Sentença

Por:   •  19/4/2018  •  1.278 Palavras (6 Páginas)  •  703 Visualizações

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Outro momento que atraiu a minha atenção foram as demonstrações de agressividade do jurado L, o último a decidir votar na inocência do acusado. Este expressa claramente o quanto os problemas que ele tinha com o seu único filho estava afetando o julgamento do réu. Sua “sede de justiça” desenfreada o levou a um desequilíbrio tão exacerbado que os demais jurados passaram a ignorá-lo.

Mas, no final do filme, ele consegue reconhecer que não lhe restava argumentos que justifica-se sua conduta, tanto que ele rasga a foto dele com o filho e chora. Naquele momento, creio que ele se libertou de todo o rancor que estava sendo depositado arbitrariamente no acusado. De acordo com a teoria psicanalítica de Freud, o jurado L estava transferindo suas emoções negativas em relação ao filho para a pessoa do réu.

De acordo com a escola da Gestalt – movimento que desenvolveu-se na Alemanha a partir de 1912 em resposta ao Behaviorismo – o todo é mais do que a soma de suas partes, ou seja a nossa percepção não deve está focada apenas em um aspecto do que estamos visualizando, e sim de forma totalitária. Mesmo que em determinados momentos nossa percepção modifique de acordo com o que elegemos por figura (imagem que se sobressai) e fundo (mais vago e difuso, é nele que a figura emerge). Nesse sentido, para que pudessem alcançar a boa-forma – percepção mais adequada da realidade, é alcançada a partir da relação figura-fundo – os jurados deveriam tentar observar o caso de forma mais apurada a fim de que chegassem a uma conclusão que mais se aproxima-se da realidade. Assim, a maneira a qual o jurado A conduziu seus argumentos são coerentes com os conceitos do gestaltismo.

É válido ressaltar também o momento em que é questionada a veracidade do depoimento do acusado no tocante ao que foi considerado um álibi impreciso, propenso a ser falso. Ao ser indagado o jurado A passa a argumentar e interrogar um dos indivíduos pertencentes ao júri. Por fim, ele consegue disseminar ainda mais dúvidas, pois argumenta que se o jurado M não conseguiu recordar precisamente do filme que havia assistido há alguns dias atrás, como é que poderiam afirmar com convicção que o álibi do réu era falso apenas pelo fato do rapaz não lembrar o nome do filme o qual declara ter assistido na noite do crime?

Nesse sentido, é aceitável e compreensível que o acusado não tenha recordado do nome do filme e, se for o caso, de alguns outros detalhes. Considerando-se que os indivíduos que estão sobre forte pressão psicológica pode apresentar dificuldades cognitivas.

Portanto, o filme Doze Homens e uma Sentença é uma obra rica em fatores que podem ajudar tanto estudantes de Direito quanto de Psicologia a analisarem o comportamento humano a partir dos conceitos adquiridos em cada ramo de conhecimento. No meu caso, como estudante das ciências psicológicas, fico feliz pela oportunidade de refinar meus conhecimentos e conseguir identificar os conceitos que tenho aprendido teoricamente a partir dos personagens do filme. Sendo assim, ter bons argumentos e saber estruturá-los de forma coerente também é relevante para os profissionais da psicologia.

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