Crítica sobre o Filme: 12 Homens e 1 sentença
Por: Sara • 12/9/2018 • 1.584 Palavras (7 Páginas) • 632 Visualizações
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Kurt Lewin ilustra o conceito de dinâmica de grupo, como um agrupamento de forças sociais, intelectuais e morais que resultam no conjunto de interações no interior de um espaço psico-social. Segundo ele o objetivo de um grupo é determinar papeis e a história ponderada é a da aprendizagem.
Para Minicucci (2011), na tentativa de compreender o comportamento grupal, ou transformá-lo, Lewin reconheceu ser necessário analisar alguns aspectos. Como:
- natureza dos grupos;
- seu funcionamento;
- relação individuo-grupo;
- relação grupo-sociedade.
Para Lane (2001), Lewin observou os pequenos grupos em termos de espaço topológico e de sistema de forças, procurando captar à dinâmica que ocorre quando as pessoas estabelecem uma interdependência seja em relação a uma tarefa proposta, seja em relação aos próprios membros em termos de atração, afeição etc.
Assim cria-se a noção de socio-grupo que é mais objetivo, um grupo de tarefa e psico-grupo, onde os afetos se desenvolvem.
Lewin deu ênfase a conceitos que estão presentes nos grupos como a coesão do grupo que são condições necessárias, as regras para sua manutenção, as pressões e padrão do grupo que são os argumentos que seus membros utilizam para garantir a fidelidade aos objetivos do grupo, a liderança que é a força de convencimento, o carisma, exercido por um ou mais indivíduos sobre os outros, as propriedades estruturais dos grupos que são os padrões de comunicação, desempenho de papeis e as relações de poder, dentre outros.
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo retratar e analisar o filme “Doze homens e uma sentença” e estabelecer uma correlação entre o filme e as teorias de Kurt Lewin sobre os processos grupais, entendendo assim, a maneira como se estabelecem as relações interpessoais dentro de um grupo.
DISCUSSÃO
O filme trata sobre a história de doze homens desconhecidos e diferentes entre si, com histórias de vida diferentes, personalidades diferentes e subjetividades diferentes, que são jurados em um tribunal e tem a função de julgar uma caso de assassinato onde um jovem de 18 anos que esfaqueia o próprio pai após uma discussão, e que se condenado o jovem seria sentenciado a morte pela cadeira elétrica.
De início, convictos da verdade, onze deles votam a favor da condenação do rapaz, exceto o jurado número 8 que vota como inocente. Este ato gerou uma revolta no grupo que não entendia o motivo do homem dizer que o assassino era inocente, mesmo tendo diversas “provas” do contrário. O homem neste primeiro momento ao ser questionado sobre o motivo de dizer que o rapaz era inocente não deu nenhuma prova de sua inocência, apenas disse que também não tinha certeza de que ele era realmente culpado, portanto deveria haver uma reflexão sobre isso antes de mandar o jovem para a morte.
Após essa cena discussões se iniciaram colocando cada uma das provas do assassinato em dúvida e mostrando um pouco de cada personagem, suas convicções pessoais, seus preconceitos, pensamentos estereotipados, e suas motivações por cada voto. Com isso novas votações eram realizadas e os jurados iam repensando, recontextualizando e refletindo sobre os fatos e um a um iam mudando seu modo de pensar e consequentemente mudando seu voto, baseados no argumento de não haver uma verdade absoluta que não devesse ser refletida. Dessa maneira, mesmo havendo alguns dos jurados mais rígidos e intransigentes, que demoraram mais a aceitar os fatos que estavam sendo contestados, todos no fim acabaram vendo que a dúvida realmente existia e unanimemente votaram pela absolvição do réu.
Portanto, podemos refletir acerca da teoria de campo de Kurt Lewin que estabelece a definição do grupo com características fundamentais como a existência, interdependência e contemporaneidade. A existência é definida pelo espaço onde cria-se uma unidade da integração da pessoas com seu campo psicológico e sua percepção, permitindo um sentimento de grupo. A interdependência se define no momento em que os indivíduos estão em uma situação de decisão e precisam estabelecer relações para chegar a um consenso. E a contemporaneidade seria o momento em que o indivíduo percebe seu espaço-tempo e precisa agir para resolver uma demanda.
Desta maneira se estabelece o grupo no filme, com o objetivo comum de julgar um indivíduo por seus supostos atos. Os homens passam por essa dinâmica onde alguns dos indivíduos são mais autoritários e impõem esse autoritarismo ao restante do grupo que de certa maneira são influenciados por eles e assim buscavam atacar e agredir o único membro que se comportava diferente e discordava da ideia do grupo.
Kurt Lewin em seus estudos que em uma liderança autoritária os membros tem dificuldade em aceitar um líder mais liberal e assim o atacam. Contudo esse líder mais democrático, através de suas reflexões e argumentos, consegue modificar essas atitudes e comportamentos autoritários tornando-os mais reflexivos e abertos ao diálogo, proporcionando assim uma quebra de paradigmas ao grupo.
Em um contexto geral, o filme mostra claramente a interdependência do grupo, assim como propõe Kurt Lewin em suas obras. De modo que os 12 homens, são diferentes, desde a aparência até ao modo de pensar, principalmente ao que se refere ao julgamento do rapaz de 18 anos. O grupo em si é estabelecido por tais diferenças. Ainda como Lewin propõe, o grupo em questão estabelece relações tanto de liderança, carisma e coesão.
REFERÊNCIAS
BARRETO,
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