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ANÁLISE DO FILME: DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA” COM ÊNFASE NA TEORIA DE PIAGET

Por:   •  14/12/2018  •  1.865 Palavras (8 Páginas)  •  1.072 Visualizações

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No inicio havia muito calor e ansiedade de ir embora, pois tinham compromissos. Entraram com a certeza de que o réu era culpado, mesmo sabendo que a sentença era a morte. O jurado que duvida que o réu seja culpado começa argumentando que o garoto tem apenas 18 anos e teve uma infância ruim entre maus tratos e abandono. Em um dado momento os jurados que acham o garoto culpado, dizem que seria bom que os onze, mostrassem ao jurado contrário os motivos que os levaram a esse veredicto, mas quando começam a argumentar, não possuem muitas explicações, simplesmente o consideram culpado pelo que a promotoria informou no julgamento, mas na verdade, não pensaram a respeito, alguns se pegam em fatos apresentados, sem questioná-los e outros se isentam de falar a respeito. Então o jurado que questiona a culpa do réu começa a por em dúvida todas as provas apresentadas dando outro ponto de vista de cada uma.

O júri é, então, obrigado a discutir novamente todas as evidências do caso, até que a unanimidade seja alcançada, todos são levados a concordar que as provas obtidas não eram conclusivas, e os jurados são convencidos, um a um, por meio do debate, que as provas apresentadas no tribunal não são suficientes para que o jovem réu seja considerado culpado e penalizá-lo a morte.

Não se trata de julgá-lo inocente, trata-se de não se poder dizer, com absoluta certeza, que ele é culpado. Pode ser, e pode não ser – e essa dúvida, de acordo com a letra da lei, é suficiente para que ele continue vivo – já que a condenação implicaria sua sentença de morte

Desta maneira, somos convidados a embarcar num ambiente intenso e influenciador, e desafiados a formular nossas próprias teorias com base nos fatos, e indagar-nos sobre o desfecho que se segue.

O fato de o jovem ter condições precárias, morar no cortiço e não ter recebido oportunidades para o seu desenvolvimento intelectual e profissional é apontado a principio como fator acusador e justificador da primeira sentença deferida.

Todos os jurados estavam convictos de que o garoto era culpado, baseando-se em testemunhos de vizinhos que aparentemente presenciaram o crime, porém, através de argumentações, testes e uso da lógica, um único jurado consegue primeiramente colocar dúvida na cabeça dos demais para aos poucos convencê-los de que a certeza inicial baseava-se apenas na falta de contra argumentação pelo advogado de defesa, e que as tais testemunhas também eram passiveis de mentiras assim como o réu foi inicialmente acusado.

- O autor Piaget

Para Piaget o individuo raciocina com mais lógica quando discute com os outros, pois a primeira coisa que se procura é evitar a contradição nesse tipo de situação. A aquisição de conhecimentos acontece por meio da relação sujeito/objeto e a construção do conhecimento não é uma tarefa individual, mas social. Esta relação é dialética e se dá por processos de assimilação, acomodação e equilibração, num desenvolvimento sintético mútuo e progressivo. O dinamismo da equilibração acontece por meio de sucessivas situações de equilíbrio - desequilíbrio - reequilíbrio que visam, por assim dizer, "dominar" o objeto do conhecimento que vai se constituindo nesse processo. A assimilação, relativa ao organismo, que conserva sua forma; a acomodação, relativa à situação exterior, em função da qual o organismo se modifica. Quando há modificação, ocorre o que Piaget chama de "acomodação". É através das acomodações (que, por sua vez, levam à construção de novos esquemas de assimilação) que se dá o desenvolvimento cognitivo. “Se o meio não apresenta problemas, dificuldades, a atividade da mente é, apenas, de assimilação, porém, diante deles, ela se reestrutura (acomodação) e se desenvolve.” A acomodação por ser uma reestruturação da assimilação, não se configura sem assimilação. O equilíbrio entre assimilação e acomodação é a adaptação à situação.

Pode-se falar de adaptação quando o objeto não resiste demais em ser assimilado, mas, apenas o bastante para que haja acomodação. A adaptação é, pois sempre um equilíbrio entre acomodação e assimilação.

A capacidade de adaptar-se para Piaget é o processo de funcionamento do organismo a uma nova situação, e como tal, implica a construção contínua do modo como as partes ou elementos se relacionam, e que determina as características ou o funcionamento do todo. Essa adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. De tal forma, indivíduos progridem intelectualmente a partir do ato de exercitar e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam.

As observações de Piaget põem em foco as condições intelectuais que tornam a pessoa capaz de cooperar e explicam o efeito da cooperação na formação de sua mente. A estruturação do pensamento em agrupamentos e em grupos móveis permite que cada indivíduo adote múltiplos pontos de vista. Outro tipo de comportamento que a atividade grupal desenvolve, segundo a linha de Piaget, é chamado de reciprocidade. No momento em ocorre contribuições de ajuda mútua, colaboração. O indivíduo raciocina com mais lógica quando discute com os outros, em reciprocidade. (MINICUCCI, 1997). Frente ao companheiro, a primeira coisa que se procura é evitar a contradição. Por outro lado, a objetividade, o desejo de comprovação, a necessidade de dar sentido ás palavras e ás idéias são não só obrigações sociais, como também condições de pensamento operatório. (MINICUCCI, 1997).

Mediante experiências em grupo, o indivíduo aprende que, ante algo objetivo, pode - se adotar diferentes pontos de vista correlatos e que as diversas observações extraídas não são contraditórias, mas complementares. O indivíduo que intercambia em grupo suas idéias, com seus semelhantes, tende a organizar de maneira operatória seu próprio pensamento, portanto, o grupo favorece o desenvolvimento do chamado pensamento operatório. (MINICUCCI, 1997).

- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão do desenvolvimento humano equivale à compreensão de como se dá o processo de constituição do pensamento lógico-formal, matemático. Esse processo, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma relação entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer, envolve mecanismos complexos, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio, conceito percebido no filme com as mudanças de posições pelos

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