Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

A OBESIDADE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA E RELAÇÃO NO CONVÍVIO ESCOLAR

Por:   •  26/10/2018  •  8.422 Palavras (34 Páginas)  •  369 Visualizações

Página 1 de 34

...

obesidade.

Certamente a obesidade não ocorre da noite para o dia e manter o peso não é uma tarefa fácil, principalmente em casos que se constate uma propensão para engordar.

Para que se possa compreender o processo no qual ocorre a obesidade e avaliar a repercussão da mesma na vida, na saúde e no relacionamento da criança e do adolescente, resolvemos fazer uma revisão literária com o propósito de compreender a forma com que a criança e o adolescente obeso se relacionam dentro de um grupo. Para melhor entender a questão, será retomada brevemente a construção social do conceito de obesidade, de infância e adolescência, e da obesidade na infância e na adolescência, objetivando identificar, avaliar e relacionar com a Psicologia, com o intuito de melhor compreendê-la e avaliar de que forma esse fenômeno, considerado epidêmico, afeta a criança e o adolescente em nossa cultura.

As bases teóricas, para relacionar a obesidade na infância e na adolescência com a Psicologia, estarão pautadas nos estudos e pesquisas de Albert Bandura , Lev Vygotsky e Aaron Beck .

2 A OBESIDADE

Considerada um problema de saúde pública devido a sua alta incidência na população em geral, a obesidade é uma doença complexa e que atinge indivíduos de ambos os sexos e todas as idades apresentando graves dimensões sociais e psicológicas afetando praticamente todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos (LOPES; PRADO; COLOMBO, 2009). É definida como o aumento do peso corpóreo em relação ao peso ideal devido ao acúmulo de tecido adiposo (gordo) no organismo, provocado pelo desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrinos metabólicos (GOC, 2010).

Caracterizada como uma doença crônica e como uma das doenças não transmissíveis

que mais cresce em todo o mundo, a obesidade tem se apresentado nas diversas faixas etárias, podendo ser decorrente de causas endógenas ou exógenas (SOUZA et al, 2006). Segundo a Organização Mundial de Saúde (O.M.S) apud Sapatéra (2005) é um transtorno metabólico que resulta frequentemente em um comprometimento significativo da saúde, que exige urgente atenção e tratamento eficaz.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (2005), resultados de diversos estudos realizados nas últimas três décadas confirmam a obesidade como a epidemia do mundo contemporâneo e têm mostrado que a prevalência da obesidade e sobrepeso vem crescendo assustadoramente entre a população brasileira, não somente entre os adultos, mas também entre as crianças e adolescentes, indicando de um aumento gradativo desde a infância até a idade adulta.

A obesidade é uma doença crônica em expansão, com grau de armazenamento de gordura corporal associado a riscos para a saúde devido a sua relação com várias complicações metabólicas e concomitância de fatores de risco genéticos e ambientais. Vários fatores são importantes na gênese da obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos, no entanto, as situações ambientais podem diminuir ou aumentar a influência desses fatores ocasionando, particularmente em crianças e adolescentes, baixa autoestima e afetando o desempenho escolar e os relacionamentos (LOPES; PRADO; COLOMBO, 2009).

Para Souza et al, (2006) a obesidade é resultado da ação de fatores ambientais sobre indivíduos com predisposição genética, o sedentarismo e desequilíbrio alimentar são fatores determinantes para o aumento dos casos de obesidade entre as populações.

De acordo com Guimarães (2005) a obesidade é uma doença universal, considerada como sendo um dos principais problemas de saúde pública que acarreta o risco de inúmeras doenças crônicas como dislipidemia, doenças cardiovascular e cerebrovascular, alterações da coagulação, doenças articulares degenerativas, neoplasias estrogênio-dependentes, neoplasia de vesícula biliar, esteatose hepática com ou sem cirrose, apneia do sono, dentre outras.

A obesidade também pode ser desencadeada por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbio de comportamento alimentar e da relação familiar. Pode iniciar em qualquer idade, especialmente nos períodos de aceleração do crescimento e pode estar associada com hipertensão arterial, doença cardíaca, osteoartrite, diabetes mellitus tipo II e alguns tipos de câncer (LOPES; PRADO; COLOMBO, 2009). Segundo dados da COG (2010) as duas complicações da obesidade que podem levar a risco de vida são a coronariopatia e o diabetes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria-Departamento de Nutrologia (2008) o diagnóstico de obesidade é clínico e se baseia na história familiar do indivíduo, no exame físico e em dados antropométricos. Os exames subsidiários serão utilizados para obter dados mais precisos sobre a composição corporal, com o objetivo de investigar possíveis causas secundárias e para diagnosticar repercussões metabólicas mais comuns da obesidade.

O diagnóstico pode ser realizado através de vários métodos e equipamentos tecnológicos, como o ultrassom, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, o infravermelho, a impedância bioelétrica e a desintometria óssea. Porém, métodos antropométricos como o Índice de Massa Corporal (IMC) , circunferências corporais e pregas

cutâneas são os mais utilizados no diagnóstico clínico-nutricional (SOUZA et al, 2006).

Conforme Guimarães (2005) a obesidade é conhecida e remetida a uma doença, porém, pouca ênfase é dada ao comportamento alimentar. Neste sentido, o comportamento alimentar, os mecanismos de armazenamento de gordura, a regulação do aporte e gasto energético, influências genéticas e psicológicas são fatores que estão envolvidos na patogênese da obesidade e apesar de não haver uma psicopatologia específica, o obeso sofre psicologicamente por decorrência de problemas relacionados ao preconceito social com a obesidade e por seu comportamento alimentar.

Saito e Silva (2001) apud Oliveira (2008) acreditam que a obesidade decorra do aumento de gordura celular e do número de células gordurosas, havendo três períodos do desenvolvimento humano em que este aumento se verifica de maneira fisiológica: último trimestre de vida intrauterina, primeiros anos de vida e início da adolescência. Estes períodos se constituem épocas críticas para o estabelecimento da obesidade.

Vista como fenômeno multifatorial, a obesidade pode ter um conjunto de causas isoladas ou não, sendo as principais delas advindas de origem genética, endócrina, hipotalâmica, comportamental (maus hábitos alimentares,

...

Baixar como  txt (56.2 Kb)   pdf (114.9 Kb)   docx (36.5 Kb)  
Continuar por mais 33 páginas »
Disponível apenas no Essays.club