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A DOENÇA DE ALZHEIMER

Por:   •  28/5/2018  •  4.671 Palavras (19 Páginas)  •  416 Visualizações

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- ASPECTOS MÉDICOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER

- Conceito

A D.A. também conhecida como Mal de Alzheimer é a principal causa de demência, sendo uma doença que foi descrita pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer no ano 1906. Ela é caracterizada como uma doença incurável, porém tratável. Tem uma evolução lenta, é neurodegenerativa e progressiva, que acaba consequentemente destruindo os neurônios e prejudicando as funções mentais importantes, dentre elas a capacidade de raciocinar, o julgamento e a memória, além de provocar a manifestação de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais (CAVALCANTE; ENGELHARDT, 2012; COSTA, 2013; PINHEIRO, 2016; SERENIKI; VITAL, 2016; VITOR; ANADÃO, 2014).

Este psiquiatra acompanhou o caso de uma jovem senhora de 51 anos que lentamente foi regredindo sua capacidade cognitiva e vindo a tornar-se dependente para as atividades diárias. Após seu falecimento alguns anos depois ele analisou o cérebro dela e descreveu algumas características anatômicas que a doença provocou neste órgão, bastante descrito na literatura científica da área hoje (ABRAZ, 2015).

Os neurônios de uma pessoa com D.A. acabam se sucumbindo, ou seja, as células neurais e a conexão que existem entre elas se degeneram e morrem. O conteúdo cerebral vai sofrendo uma redução e começa a se atrofiar lentamente com a evolução da doença, ao ponto de toda a esfera cerebral se encolher e formar cavidades em suas entrâncias (VITOR; ANADÃO, 2016), como pode-se observar na Figura 1.

[pic 1]

Figura 1 – Imagem de ressonância ilustrativa do cérebro de uma pessoa com DA e a comparação dos neurônios afetados e saudáveis.

É uma doença que acomete principalmente idosos e trás sérios comprometimentos a realização das atividades diárias destes, pois os impedem de realizar atividades que antes conseguiam fazer. Começa a interferir discretamente na memória de curto prazo ate avanças para as outras funções cognitivas e motoras, até deixar o idoso totalmente dependente e acamado nos estágios finais da doença (OLIVEIRA et al., 2005; SERENIKI; VITAL, 2016). Segundo Pinheiro (2016) a DA é o tipo de demência mais comum que atinge os idosos em idade avançada, muito raramente atinge pessoas com idade inferior a 60 anos (ROLINS, 2005).

- Etiologia

Apesar de já ter mais de um século do conhecimento sobre esta doença, a sua causa exata ainda não foi identificada (OLIVEIRA et al., 2005; ROLINS, 2005). Vários estudos (X) vêm apresentando considerável compreensão dos mecanismos bioquímicos e genéticos que envolvem a doença. Conhece-se apenas os fatores de risco que são potencializadores para o seu desencadear.

Segundo Gomez-Isla, Prince e Mckee (1996, apud CAVALCANTI; ENGELHARDT, 2012), os estudos pré-clínicos nas ultimas décadas tem sido o alvo, pois existe a compreensão que a D.A. pode manifestar sinais primários, sub-clínicos precoces, bem antes dos sintomas mais evidentes da doença.

Sobre os fatores de risco que envolve a possibilidade do desenvolvimento da D.A. estão: ter idade avançada e histórico da doença na família (carga genética) são fatores bem estabelecidos pelo meio científico (ROLINS, 2005). Outros fatores como o analfabetismo e a baixa escolaridade, síndrome de Down, nível de colesterol elevado, trauma craniano e ser do sexo feminino, também têm sido cada vez mais investigados pelos pesquisadores (CAVALCANTE; ENGELHARDT, 2012; OLIVEIRA, et al, 2005). Este último fator ainda é controverso para vários pesquisadores, mas não tem como negar certo predomínio na incidência da doença nas mulheres (OLIVEIRA, et al, 2005).

Existem também os fatores protetores os quais podem ser citados: ter alta escolaridade e a prática de exercícios físicos. Pessoas que apresentam uma boa reserva intelectual têm mais chances de se prevenir ou retarda o aparecimento dos sintomas de demência. Quanto às atividades físicas, vários estudos têm apresentado os benefícios delas enquanto recurso protetor (CARRETA; SCHERER, 2012).

- Sinais e Sintomas

A Doença de Alzheimer é uma demência que acomete a pessoa de forma insidiosa. Os primeiros sinais manifestados são os esquecimentos, dificuldades para memorizar informações recentes, certo desinteresse pelos acontecimentos diários e isolamento social. Estes sinais, a principio, são percebidos pelos familiares do idoso como mudanças da própria idade e acabam sendo menosprezados até ser percebida a gravidade da situação (OLIVEIRA, et al, 2005).

Progressivamente o idoso vai exercendo com dificuldade e\ou, aos poucos, deixando de exercer as atividades mais complexas do dia-a-dia que envolvem: o manejo das finanças, preparo das refeições, administração do horário da própria medicação, dirigir, cuidar da casa, dentre outras. As últimas atividades que vai deixando de exercer são as relacionadas com o auto-cuidado, como a habilidade para se vestir, a higiene pessoal, a maneira para se alimentar, e outras (OLIVEIRA, et al, 2005). É um longo processo de sofrimento onde gradativamente o idoso vai perdendo habilidades antes aprendidas.

A perda da memória recente vai a cada estádio da doença se tornando mais severa em contraste com as memórias mais remotas que são mais facilmente lembradas, mas que acabam se sucumbindo também com o avançar da doença. Acaba acontecendo a perda da própria identidade, do reconhecimento se si mesmo, o idoso aos pouco vai deixando de reconhecer a própria imagem no espelho.

São três os estágios que envolvem a D.A. cada um apresenta sintomas que são marcadores da evolução temporal da demência. A literatura da área (BOTTINO et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2005; PAIVA, 2013; ROLINS, 2005) aponta três fases: leve, moderado e grave. O período de permanência em cada fase é singular a cada pessoa, difícil prever quanto tempo um idoso permanecerá em cada fase. Mas estudos vêm mostrando que em média, o primeiro estágio tem duração de 2 a 10 anos; o segundo, de 1 a 3 anos; e o terceiro, de 8 a 12 anos.

Quanto aos sintomas manifestados eles são variáveis e pode acontecer de evoluir mais lentamente ou mais rapidamente em cada uma das fases. Em outros casos pode acontecer surtos esporádico, seguidos de períodos de estabilidade que podem chegar a durar um ano ou mais.

Na fase leve, segundo Bottino et al. (2002) e Vitor e Anadão (2016), os sintomas mais evidenciados são dificuldade para memorizar fatos recentes,

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