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Alzheimer: Quando a memória falha... Quem? Eu?

Por:   •  2/7/2018  •  1.127 Palavras (5 Páginas)  •  297 Visualizações

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Paciência é a palavra-chave, o lema, o mantra diário.

É preciso ter paciência para ouvir os diagnósticos médicos, que geralmente preveem o pior, por que para essa doença não existe cura, não há meios de regredir, pode-se apenas estabilizar e esperar que ela progrida.

Maria Teixeira do Amarante, 77 anos, foi diagnosticada com Alzheimer há quatro anos, porém a doença avançou significativamente no último ano, deixando-a acamada na maior parte do tempo e necessitando de cuidados para tudo. Natalina Amarante, 46 anos, se divide entre seu trabalho como professora e os cuidados com sua mãe. “Nos horários em que estou trabalhando, uma acompanhante atende minha mãe, mas nas horas vagas quem se dedica e cuida dela sou eu”, diz Natalina.

No caso da Maria, que por alguns períodos do dia necessita de acompanhante, nota-se um entra e sai constante de pessoas para esse emprego. Em menos de um ano, já passaram em média seis mulheres que cuidaram de Maria por um curto período de tempo. Natalina tem sua opinião: “Acho que elas não estão preparadas para aguentar a rotina difícil e inquietante, quando elas chegam aqui acham que é fácil cuidar de uma pessoa doente, e com o tempo decidem que não é esse o tipo de trabalho que elas querem”.

As vidas de Ires e de Natalina estão sobre uma constante montanha- russa, para ambas o trabalho é árduo, vive-se a espera de algo novo que pode aparecer a qualquer momento. Espera-se que os médicos tenham um novo diagnóstico, um novo remédio que ao menos sirva para retardar o avanço da doença.

Mas elas afirmam, o pior de tudo é o descaso e o desinteresse vindo por parte de parentes próximos. A falta de apoio e compreensão é a parte mais dolorosa, ter que lidar com uma doença tão devastadora e cruel é desgastante. Apesar de existirem diversos casos em que os portadores da doença não contam com o apoio e cuidado de suas famílias, para Ires e Natalina, o que as mantem firmes nessa luta pela saúde de suas mães é essencialmente o amor e a fé.

A psicóloga Rosemari Corrêa, formada em Psicopedagogia Clinica e Psicopedagogia Institucional, conta que os casos que presenciou foram os momentos finais da pessoa, onde a família se nega a pensar que a fala desconexa do doente, o não alimentar-se, dentre outros sintomas, são consequências da doença. “Não cheguei a atender nenhum caso de familiares, porque as pessoas não tem esta cultura de que devem ser acompanhados por profissionais que os ensinam a conviver com esta situação. A família tem de se dispor a adaptar-se a uma nova e dura realidade, os familiares ficam depressivos e não admitem que foi por esta razão, eles citam outros motivos pessoais.”

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