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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

Por:   •  17/9/2018  •  2.638 Palavras (11 Páginas)  •  312 Visualizações

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A parte endócrina do pâncreas tem como função a produção de hormônios que são lançados na corrente sanguínea e vão regular funções metabólicas de extrema importância. É constituída por um conjunto de células que se apresenta na forma de uma "esfera" e encontram-se distribuídas por todo o pâncreas. Essas células são conhecidas como Ilhotas de Langerhans. Nestas ilhotas existem quatro tipos de células, que embora sejam difíceis de serem distinguidas, podem ser classificadas de acordo com sua secreção:

- Células Beta (50% a 80% das células da Ilhota): secretam insulina e amilina;

- Células Alfa (15% a 20% das células da ilhota): secretam glucagon;

- Células Delta (3% a 10% das células da ilhota): sintetizam somatostatina. Sua função é inibir a secreção da insulina e do glucagon. A secreção da somatostatina é regulada pelos altos níveis de glicose e de glucagon. Seu déficit ou excesso provocam indiretamente transtornos no metabolismo dos carboidratos;

- Células PP (1% das células da ilhota): produzem polipeptídeo pancreático. Sua função é inibir o pâncreas exócrino e reduzir a liberação da somatostatina;

A insulina e o glucagon são dois hormônios importantes na regulação da taxa de glicose (açúcar) do sangue. O glucagon aumenta a glicose na corrente sanguínea e a insulina diminui (GUYTON, 2006).

A glicose é um dos carboidratos mais simples (monossacarídeo) e a principal fonte de energia do corpo. É a partir desses monossacarídeos, glicose, frutose e galactose que todos os outros carboidratos são formados.

Quando comemos, essas moléculas maiores são quebradas em várias moléculas de glicose, por isso, após as refeições o sangue apresenta picos glicêmicos. Nesse momento, o pâncreas produz insulina, hormônio responsável por transportar glicose do sangue para dentro das células. Enquanto todo o corpo consome glicose para manter-se vivo, o fígado armazena parte desse açúcar na forma de glicogênio. Sendo assim, a insulina é encarregada de retirar a insulina presente na corrente sanguínea e transporta-la para dentro das células do corpo e para o fígado, evitando a hiperglicemia.

Já o glucagon faz o papel inverso da insulina. Esse hormônio é produzido pelas células alfa das Ilhotas de Langerhans do pâncreas nos momentos de hipoglicemia sanguínea, ou seja, quando o nível de glicose presente nas células começa a cair. O glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue ao se ligar aos receptores do glucagon nos hepatócitos (células do fígado), fazendo com que o fígado libere glicose - armazenada na forma de glicogênio - através de um processo chamado glicogenólise. Assim que estas reservas acabam, o glucagon faz com que o fígado sintetize glicose adicional através da gliconeogênese. Esta glicose é então lançada na corrente sanguínea. Estes dois mecanismos levam à liberação de glicose pelo fígado.

O mecanismo de glucagon é especialmente ativado durante exercícios físicos intensos e períodos de jejum, pois ambos agem no sentido de fazer baixar a glicemia. Uma função importante do glucagon é manter as concentrações de glicose alta o suficiente para o bom funcionamento dos neurônios e por tanto, impedir convulsões e o coma hipoglicêmico. (GUYTON,2006)

4. Pâncreas Exócrino

O pâncreas exócrino é uma glândula acinosa ramificada, envolvida por um fino tecido conjuntivo que forma lóbulos em seu interior. É composto por grupos de células reunidas em estruturas, denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos fabricam o suco pancreático e estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. A regulação da secreção do suco pancreático obedece a dois mecanismos, um neurológico (pertencente ao sistema nervoso autônomo, mediante o controle de uma substância denominada gastrina produzida pelo estômago) e outro hormonal (hormônios produzidos pelo intestino delgado com a chegada do alimento).

A principal função do suco pancreático é a digestão das 3 principais espécies de alimentos -carboidratos, lipídios e proteínas- permitindo que estas substâncias sejam adequadamente clivadas em moléculas absorvíveis e utilizadas para diversos fins. Ele também contém sódio, bicarbonato e substância alcalina que neutralizam o suco gástrico. (MOTTA, 2003).

As principais enzimas presentes no suco pancreático são a amilase (produzida pela glândula salivar e no pâncreas, participa na quebra do amido e glicogênio em maltose e dextrinas), a tripsina (quebra as proteínas em peptídios mais simples) e a lipase (transforma lipídeos -gorduras- em ácidos graxos e glicerol).

A digestão de carboidratos que ocorre na boca ou no estômago é muito pequena, pois, na maioria das vezes os alimentos são ingeridos tão rapidamente que a amilase salivar tem pouco tempo para fazer seu trabalho e o suco gástrico não possui enzimas necessárias para a digestão dos carboidratos. Então, é quando o alimento chega no intestino delgado que os sucos pancreáticos e intestinais vão digerir esse amido em açúcares. O processo começa quando a enzima, amilase, transforma o amido em maltose (açúcar). Então, as três enzimas intestinais – maltase, sucarase e lactase – transformam os mesmos em açúcares simples, principalmente glicose. A lactase digere a lactose (açúcar do leite), a maltase digere a maltose (açúcar do malte), a sucarase digere a sacarose (açúcar da cana).

A maior parte da digestão de gorduras é feita no intestino. A lipase gástrica, enzima do suco gástrico, faz a digestão de parte da gordura no estômago, mas a maior parte segue não digerida até que a bili, no intestino delgado, quebre os grandes glóbulos de gordura. Então, a lipase pancreática decompõe as moléculas em glicerol.

5. DISTÚRBIOS PANCREÁTICOS

PANCREATITE

A Pancreatite é comumente definida como um contínuo processo inflamatório do pâncreas, caracterizado pela alteração da estrutura e do funcionamento do pâncreas que pode ser causada por vários fatores, como nutricionais e metabólicos, operatórios traumáticos obstrutivos, infecciosos, medicamentoso e outros. (HUFFMAN, 2012)

Pode ser classificada em 2 categorias: Pancreatite Crônica e Aguda.

- Pancreatite Aguda: Pode ser causada pela migração de pequenos cálculos biliares que obstruem a porção terminal do colédoco, interrompendo

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