ATIVIDADE INTEREDISCIPLINAR NO AMBULATORIO GERAL DA VEHA NA CIDADE

...

No dia 19 de maio de 2016 (apêndice 6) foi desenvolvido educação nutricional e alimentar com gestantes que realizam o pré-natal pelo SUS (Sistema único de Saúde) no AG. Neste encontro abordou-se os temas diabetes gestacional e hidratação no período gestacional. Desta forma as alunas levaram bebidas processadas e ultraprocessadas. Para cada bebida, calculou-se a quantidade de açúcar presente na embalagem (apêndice 3), conforme a quantidade total do produto. Assim o tema abordado informou-as do que seria diabetes gestacional, a importância de uma alimentação saudável durante todo o período gestacional, dando ênfase para os benefícios, e os malefícios a curto e longo prazo que alimentos industrializados podem causar para a saúde da gestante, e do feto.

No entanto, apenas a pratica da fala não seria o suficiente para alcançar o objetivo de orientá-las a respeito de uma boa alimentação. Para isto, também foram levados algumas bebidas de fácil preparo para que as gestantes pudessem saborear novas opções de bebidas naturais, que podem ser ingeridas durante a gestação. Neste caso, apresentaram-se águas aromatizadas, como jarras com água com laranja, limão e hortelã, e outra com maçã e gengibre.

Ao final do encontro foi entregue as gestantes, um folder (apêndice 1) educativo. O folder apresentava informações a respeito da importância da hidratação das gestantes, orientações da quantidade de água que deve ser ingerida por dia, e o que deve ser evitado, ingestão de água diária recomendada, e ao final do folder haviam duas receitas para preparo de águas aromatizadas. Também foi entregue as gestantes, uma pergunta para identificação do resultado obtido ao final da orientação, e pratica. A mesmas responderam aos questionamentos: A troca de informações de hoje, fará você refletir sobre suas escolhas?.

O terceiro encontro (apêndice 5) aconteceu no dia 09 de junho de 2016, com o grupo de gestantes, neste contato foi abordado o tema de sensibilidade das papilas gustativas aos quatro sabores, salgado, doce, amargo e azedo. Para este encontro explicou-se o que eram papilas gustativas (apêndice 4), com auxílio de uma língua didática, na qual pode-se demonstrar a localização dos quatros sabores citados. Foi abordado também a respeito da substância glutamato monossódico, presente em produtos industrializados e capaz de com o tempo afetar as papilas gustativas fazendo assim que as sensações de sabores possam diminuir com o tempo.

Para tornar o encontro mais dinâmico, utilizou-se atividade de análise sensorial, com ênfase para o paladar. Esta dinâmica teve como referência o Pequeno Manual de Educação Sensorial, da Slow Food. Experiência: O reconhecimento dos quatro sabores primários. Esta atividade fez com que as gestantes pudessem distinguir os sabores e identificar a intensidade em que sentiam os sabores. Foram utilizados quatro garrafas, cada uma com as soluções preparadas adicionadas, ou seja, para cada 2 litros de água, foram utilizados 20g de sacarose, 2g cloreto de sódio, 0,7 de ácido cítrico, e 0,8g de cafeína. Todas as garrafas pets de 2L foram identificadas com as letras A, B, C e D, em seguida distribuiu-se quatro copos descartáveis para cada gestante com identificação cada copo (A, B, C e D) e um quinto copo sem identificação apenas com água, para que as gestantes pudessem tomar quando acharem que fosse necessário, e uma folha de papel com uma tabela (Tabela.1) que foi preenchida por cada participante durante a atividade.

Tabela 1: Reconhecimento dos quatro sabores primários.

Solução

Sabor

Intensidade

A

B

C

D

Ao final do encontro, foi servido um café de confraternização para as gestantes. E as mesmas responderam a uma pergunta de avaliação do grupo a respeito da prática oferecida, pergunta: O assunto mencionado hoje trouxe novos conhecimentos a você? As gestantes responderam ao questionamento e entregaram para as alunas.

Nos encontros com as gestantes através das cadernetas de acompanhamento gestacional obteve-se informações para avaliação do estado nutricional de cada gestante, sendo eles, peso pré-gestacional, altura e semana gestacional usados para calcular o IMC (Índice de Massa Corporal) pré-gestacional e classificar conforme quadro (Apêndice 2) de avaliação de Atalah et al., 1997.

Resultados

A educação alimentar e nutricional é uma prática contínua que envolve vários profissionais que tem como objetivo fazer com que as pessoas façam suas próprias escolhas. Os pacientes avaliadas no primeiro encontro tinham consulta marcada no AG, portanto eram pessoas de diferentes sexos e idade. Os dados antropométricos coletados mostraram que a maior parte das pessoas que busca atendimento saúde são mulheres, cerca de 72,60 %, homens apenas 27,40 %. Com os dados coletados peso e altura foi possível calcular o IMC, que mostrou que das 29 pessoas avaliadas 24.10% estavam com sobrepeso, 31% eram obesos grau I,7.5% obesos grau II , 3.40% obesos grau III e 34.50% estróficos.[pic 1]

[pic 2]Fonte: OMS, 1997

O perfil dos comensais do primeiro encontro foi bastante diversificado sendo possível verificar o percentual maior de mulheres 72,40%, estudos comprovam uma procura maior pelo atendimento de saúde pelas mulheres. Sendo elas responsáveis pela maior parte das consultas de rotina, preventivas. Homens tendem buscar o atendimento quando já estão com a saúde comprometida.

“De acordo com o discutido em outros trabalhos (Cherry & Woodwell, 2002), mulheres procuram mais os serviços de saúde para exames de rotina ou para cuidado preventivo, enquanto os homens buscam mais o cuidado curativo, perfil este encontrado tanto na região urbana quanto na rural (PINHEIRO; et al 2002)”.

Segundo estudos realizados em 1993 pela Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), onde a obesidade foi definida pelo índice de massa corporal, com 1145 pessoas de 29 a 60 anos, identificou-se que o sobrepeso e a obesidade estavam em uma constante crescente. Os resultados mostraram que 21% apresentaram obesidade e 40% sobrepeso (GIGANTE; et al 1997).

Percebe-se pelos dados que a situação apresentada no gráfico dois é ainda pior sendo a incidência de obesos (total de: 41,4%) maior que a de pessoas com sobrepeso (24,10%).

Segundo a