O lobo insular: a ilha escondida nas profundezas do côrtes cerebral

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Lobo insular: o quinto lobo, no século XVIII, um anatomista e fisiologista alemão, chamado Johann Christian Reil, descreveu uma espécie de ilha do córtex localizada nas profundezas do manto cerebral, a qual chamou de ínsula. O termo ínsula vem do latim e significa "ilha". Tal como uma ilha está envolta por águas oceânicas, a ínsula está envolta por tecido cortical, o lobo insular do cérebro é, portanto, uma porção cortical localizada nas profundezas do córtex cerebral considerada o quinto lobo. Apesar de escondida, possui uma posição privilegiada, que viabiliza uma participação integrativa importante no circuito neural cortical. Em decorrência de sua localização interage com circuitos múltiplos que abrangem praticamente todas as partes do cérebro e, nessa posição privilegiada, mente e corpo parecem se encontrar. Destes inúmeros circuitos, destacam-se as conexões cuja parceria forma o mecanismo de interpretação de símbolos emocionais relevantes, possibilitando não apenas e capacidade de empatia, como também a manipulação e adequação das emoções às normas e às expectativas emocionais. O lobo insular também está envolvido no processamento neural do sentido gustativo e no processamento das informações sensitivas viscerais, originárias de órgãos internos como o intestino, o pulmão e o coração, que chegam ao tálamo e são direcionadas para o córtex insular. O lobo insular é, pois, responsável pela detecção dos estados corpóreos induzidos por emoções, como parte integrante fundamental de um processo contemplado pelo conceito de intercepção que conduz as experiências corporais à consciência. Acredita-se que a ínsula pode estar implicada na vivência do "eu" (self e na consciência de seu limite, viabilizando a diferenciação entre o "eu" e o "outro”. A ínsula pode ser considerada como a ilha escondida da adicção. Estudos demonstraram que a ínsula é ativada quando um indivíduo observa outra pessoa com dor, o que sugere que a ativação da ínsula promove a vivência de sentimentos empáticos.