A Reprodução Animal - Calopsita
Por: kamys17 • 9/6/2018 • 2.374 Palavras (10 Páginas) • 439 Visualizações
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A reprodução em cativeiro depende de diversos fatores, entre eles: formação de casais compatíveis, maturidade sexual, disponibilidade de ninho, monitoramento constante de ovos e filhotes (sem muita interferência humana), suplementação nutricional, condição sanitária adequada, ambiente calmo e tranquilo e com pouca visitação e sem barulho. Quanto aos ninhos artificiais, ressalta-se a importância da escolha adequada de materiais para sua confecção, do tamanho e seu posicionamento dentro do recinto; da pequena abertura na entrada do ninho para manter o ambiente escuro, com escada na parte interior para auxiliar na escalada dos pais e dos filhotes; e da necessidade de cama de maravalha e de porta de acesso lateral para observação dos filhotes e dos pais. A postura de ovos no chão do recinto é um exemplo de comportamento alterado, que resulta na diminuição da eclodibilidade decorrente de contaminações ou rachaduras na casca do ovo (CUBAS, SILVA & CATÃO-DIAS, 2014).
A retirada de ovos em condições de cativeiro é um processo normal em criadouros e tem por objetivo aumentar a produção, o que foi encontrado neste estudo, com uma produtividade de ovos significativamente maior que em vida livre. Apesar da maior produtividade de ovos, os psitacídeos caracterizam-se por baixas taxas de fertilidade, observadas também no presente estudo. As diferenças encontradas explicam-se, em parte, pelo fato de que os psitacídeos realizam posturas dessincronizadas, o que pode explicar porque algumas espécies realizam posturas maiores do que supostamente podem cuidar. Essas aves podem iniciar a incubação já com a postura do primeiro ovo, fazendo com que o desenvolvimento dos ovos e o nascimento dos filhotes ocorra de forma dessincronizada (FRANCISCO, VALDUGA & MOREIRA, 2014).
A retirada de filhotes não demonstrou influência na indução de novas posturas. A retirada de um filhote em uma ninhada que conte com dois ou três indivíduos em cativeiro, é comparável a uma perda natural em vida livre, como óbito ou predação, uma das razões pelas quais se acredita que os psitacídeos tenham postura dessincronizada. Apesar da perda, os pais prosseguem nos cuidados da prole restante. Nesse momento, as taxas de prolactina da fêmea e do macho podem estar em concentrações elevadas o suficiente para que a retirada do filhote ou mesmo da ninhada não represente estímulo para uma nova sequência de posturas. Em aves altriciais, a prolactina normalmente se mantém elevada enquanto os filhotes são termicamente dependentes dos adultos. Em calopsitas (n. Hollandicus), as concentrações de prolactina são elevadas durante a postura dos ovos e prosseguem elevando-se, até atingirem o pico no meio da incubação, tanto nas fêmeas como nos machos. Ainda, a simples visualização dos ovos na postura é um fator responsável pela diminuição de testosterona do macho, o qual pode reduzir-se a menos de 2% dos valores pré-postura (FRANCISCO, VALDUGA & MOREIRA, 2014).
Em um trabalho realizado em lavras (mg), Assis et al (2015) não encontraram diferença significativa em relação à postura de ovos viáveis em calopsitas criadas em cativeiro quando alimentadas com ração comercial ou formulada, porém verificaram que o consumo de ração na fase pré-postura foi maior quando alimentadas com ração comercial.
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Escolha da Patologia
Após uma profunda pesquisa sobre reprodução em aves, foi decidido que, por ser uma doença relativamente comum na rotina das criações comerciais e amadoras, sendo muitas vezes desastrosa, quando afeta as aves de modo agressivo e fulminante, a patologia abordada será distocia, relacionado à hipocalcemia. Serão abordados também ovos atravessados e ovos anormais.
Hipocalcemia é um grande problema, causando ovos virados (atravessamento de ovos, levam a fêmea em debilitação e se houver progressão da doença, pode evoluir para a morte do animal.
A peritonite por gema de ovo ocorre quando há gema de ovo livre na cavidade celomática. Esta alteração é comum em aves mantidas em cativeiro e pode ocorrer principalmente por trauma e ou obesidade (CARVALHO, 2004).
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Relato de caso
Foi realizada uma visita a um criatório de aves com foco na espécie nyamphicus hollandicus – calopsita.
As queixas do proprietário referente à criação foram:
- A alta quantidade de ovos não galados produzidas por várias de suas fêmeas;
- Recentemente ocorreram com duas de suas fêmeas um quadro de distocia;
Após escutar as queixas do proprietário, iniciou-se a vistoria do criatório.
O local onde ficavam as criadeiras era coberto, com temperatura e luminosidade adequada, porém foi observado que as calopsitas do criatório não tinham contato direto com os raios solares.
Todas as gaiolas possuíam ninho; o proprietário do estabelecimento foi questionado a respeito da sexagem das aves, que então relatou que não fazia exames laboratoriais para determinar o sexo das calopsitas, apenas observava e definia o sexo de acordo com sua experiência como criador.
Questionado sobre a dieta dos animais, o criador informou que a nutrição era à base de mistura de sementes: alpiste, painço, painço vermelho, senha, sorgo vermelho, cevada; eventuais substitutos: sorgo branco, painço branco.
De acordo com as informações prestadas pelo dono do estabelecimento faremos um estudo do caso e com as informações obtidas e assim solucionar os problemas relatados.
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Sobre hipocalcemia:
O cálcio, mineral mais prevalente no organismo das aves, e essencial para a constituição do sistema esquelético, coagulação sanguínea, permeabilidade das membranas celulares e manutenção da excitabilidade normal do coração, músculos e nervos (GRESPAN, FREITAS, 2014), associado com o fósforo mantém o equilíbrio ácido–básico das células. (BENEZ, 1999)
A exigência do cálcio varia de acordo com a idade e o estágio da vida da ave, sendo maior durante a fase de crescimento ou na estação reprodutiva. Assim como nos mamíferos, o metabolismo de cálcio nas aves e regulado pela vitamina d, calcitonina e paratormônio (GRESPAN, FREITAS, 2014), tanto o cálcio quanto o fósforo dependem da presença de vitamina d para manter seu nível normal. (BENEZ, 1999)
Muitas
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