IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística)
Por: Juliana2017 • 23/12/2017 • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 468 Visualizações
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Dependendo do tempo de permanência no leito alteram-se a sua classificação onde temos de 7 a 10 dias caracterizado como período de repouso, 12 a 15 dias período de imobilização e 15 dias ou mais decúbito de longa duração (REDONDO, 2005).
É observada, na imobilização prolongada, a proliferação do tecido conectivo fibroso dentro do espaço articular, adesões entre articulações sinoviais, aderência do tecido conectivo fibroso e superficial da cartilagem, atrofia ou bloqueio da cartilagem, “ulceração” nos pontos entre cartilagem de contato, desorganização das células e fibras ligamentares, enfraquecimento no local de inserção dos ligamentos e reabsorção osteoclástica.
A força muscular, resistência à fadiga são afetados diretamente na inatividade. Na posição deitada à atividade muscular é mínima e a força exercida pela gravidade nos ossos e nos tecidos de apoio é reduzida.
No repouso completo e prolongado um músculo perderá 10 a 15% de força por semana e 50% em três ou cinco semanas. Em dois meses o volume do músculo poderá diminuir para a metade do trabalho original.
As principais consequências da imobilidade em cada sistema são:
1. Sistema cardiovascular: Aumento da frequência cardíaca de repouso. Aumento do retorno venoso e do volume intravascular, com aumento da diurese e diminuição do volume plasmático. Há diminuição da tolerância ao exercício e dimnuição da tolerância ao ortostatismo, hipotensão ortostática. Há estase venosa nos membros inferiores com a ausência de contração dos músculos da panturrilha e aumento da viscosidade sanguínea, e nesse caso a imobilidade é um importante fator de risco para a trombose venosa profunda e suas complicações.
2. Sistema respiratório: redução do volume corrente e da capacidade vital; hipersecreção brônquica; tosse ineficaz; atelectasia; pneumonia; retenção de secreção; embolia pulmonar; insuficiência respiratória;
3. Sistema digestório: anorexia secundária a restrição dietética, doença de base, efeito de medicamentos, alterações psíquicas; desidratação por redução da ingestão hídrica; alto risco de aspiração pulmonar por engasgo, tosse ou refluxo associados a posicionamento inadequado; doença do refluxo gastroesofágico; constipação intestinal e fecaloma;
4. Sistema geniturinário: aumento do volume residual da bexiga e alto risco de retenção urinária (“bexigoma”); alto risco de incontinência urinária de urgência, transbordamento e/ou funcional; alto risco de infecção urinária aguda ou recorrente e bacteriúria assintomática; nefrolitíase (hipercalciúria da imobilidade e pouca ingestão de água);
5. Pele: intertrigo nas regiões de dobras cutâneas, particularmente nas regiões inframamária e interglútea; dermatite amoniacal da “fralda”; escoriações, lacerações e equimoses, frequentemente causadas por manipulação inadequada do idoso; xerodermia; prurido cutâneo; úlcera de pressão por compressão prolongada da pele, levando a comprometimento da circulação local; redução do tônus e da força muscular (3 a 5% ao dia), encurtamento e atrofia muscular; redução da elasticidade das fibras colágenas com hipertonia, encurtamento muscular e tendinoso e contraturas. A imobilidade pode associar-se a todos os gigantes da geriatria, inclusive a própria imobilidade agrava ainda mais o grau de imobilidade prévia.
6. Sistema Músculo esquelético: Há alterações musculares com perda de força e atrofia muscular, a intensidade da atrofia parece estar relacionada com o posicionamento músculos encurtados sofrem mais atrofia. Há diminuição da síntese protéica e da produção de colágeno.
7. Sistema Nervoso: Podem ocorrer neuropatias compressivas. A privação sensorial pode levar à deterioração das funções cognitivas. Pode ocorrer uma perda de coordenação e equilíbrio. São descritas alterações emocionais, como ansiedade e depressão, assim como inversão do ritmo do sono.
Em função de posicionamentos viciosos é frequente a instalação de contraturas musculotendinosas. Quanto às alterações ósseas, com a imobilização há um predomínio da atividade osteoclástica, com redução da massa óssea e osteoporose. Há aumento do cálcio urinário com pico em cinco semanas.
Em relação às modificações articulares há diminuição do líquido sinovial, com prejuízo da nutrição da cartilagem articular. Ocorre espessamento sinovial, degeneração cartilaginosa e hipertrofia do tecido conectivo periarticular. Como consequência, teremos as contraturas e anquiloses.
Na fisioterapia, muitos recursos são utilizados para reverter as alterações que ocorrem na síndrome do imobilismo.
Um dos tratamentos descrito na literatura é o uso do da Estimulação Elétrica Funcional (FES) sendo uma ferramenta terapêutica utilizada para restaurar funções motoras e sensoriais.
Segundo Rushont o uso de corrente elétrica produz contração muscular favorecendo o fortalecimento e hipertrofia muscular. Consiste na estimulação elétrica de um músculo privado de controle normal para produzir uma contração funcionalmente útil. Esta estimulação despolariza o nervo motor, produzindo uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo estimulado, melhorando o trofismo.
A mobilização precoce diminui a incidência de fenômenos tromboembólicos e de além de permitir a melhor oxigenação e nutrição dos órgãos internos.
Atualmente, uma das funções mais importantes do fisioterapeuta é a retirada precoce do paciente do leito, evitando, diversas patologias associadas ao repouso prolongado.
Portanto, é importante se conhecer e entender o grande número de comorbidades que envolvem o paciente idoso submetido à imobilidade ou inatividade, pois o tornam mais suscetível as complicações, perda funcional e incapacidades, sendo que a atividade física em paciente acamado é necessária, pois as articulações sinoviais necessitam de atividade física para estimular o homeostase e manter a composição biomecânica matricial.
CONCLUSÃO
O Imobilismo pode causar problemas de saúde que acarretam alterações e complicações em quase todos os sistemas do organismo.
Diante de tantas alterações conclui-se que o Imobilismo é de grande sofrimento tanto para os pacientes quanto aos familiares.
O conceito de repouso necessita ser mais estudado, de tal forma que permita a
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