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A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Por:   •  23/12/2018  •  2.200 Palavras (9 Páginas)  •  491 Visualizações

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A PBO afeta a ambos os sexos sem predomínio e o membro superior mais lesionado é o direito cerca de 50% e o membro superior esquerdo é de 43% (EVANS, et al, 2003; CHAUHAN, et al, 2005 apoud RESZEL, et al, 2012). Em países desenvolvidos a incidência é variável, cerca de 0,42 a 3 a cada 1000 nascidos vivos. Onde essa frequência torna-se três vezes maior quando a criança tem peso igual ou superior a 4,5 Kg (ZAFEIRIOU; PSYCHOGIOU, 2008).

Os fatores de riscos estão relacionados ao parto (parto dificultoso, distócia de ombros, uso de fórceps), a mãe (diabetes, obesidade, idade avançada, baixa estatura, primiparidade, ganho de peso durante a gestação) e ao feto (macrossomia, má adaptação intrauterina, nascimento podálico) (GALBIATTI; FALOPPA in SIZÍNIO; XAVIER 2003; SANTOS in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007; TAVARES, 2009; RESZEL, et al, 2012).

A PBO ocasiona na criança um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, portanto, a estimulação precoce e o estimulo às atividades se fazem necessárias para as conquistas das etapas neuropsicomotoras de acordo com a faixa etária (TAVARES et al, 2009).

O atendimento com equipe multidisciplinar composta por: neurofisiologista, neurologista infantil, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta são de grande importância para uma avaliação completa e assim proporcionar uma boa evolução em crianças com esta lesão. O processo de reabilitação através do atendimento precoce da fisioterapia previne complicações e melhoram a função sensório-motora das mesmas (RUCHELSMAN; et al, 2009 apoud FERREIRA; CONTENÇAS, 2012).

O tratamento Fisioterápico tem como objetivo adaptar as atividades de recuperação da função muscular a fim de favorecer e facilitar qualquer exercício normal e possível da funcionalidade do indivíduo. A mobilização passiva tem o intuito de restabelecer a mobilidade das articulações, prevenindo futuras contraturas musculares (SANTOS, 2007).

O presente estudo teve por objetivo descrever a fisioterapia na lesão do plexo braquial obstétrica.

Metodologia

Tratou-se de um relato de experiência com vivência teórico-pratica realizado com adolescente com diagnóstico clínico de paralisia de plexo braquial obstétrico do tipo Erb, atendida no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), durante o módulo de Fisioterapia na Saúde Funcional da Criança e do Adolescente II, entre os meses de fevereiro e março de 2017, na sala de pediatria do setor de Fisioterapia, primeiro andar, durante 45 minutos, totalizando 10 atendimentos.

Resultados e Discussão

Adolescente M.A.R.R, 12 anos, gênero feminino, estudante do ensino fundamental II, residente em Fortaleza, Ceará. Chegou ao Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) aos 5 anos com diagnóstico cinético funcional de restrição de movimento de membro superior direito, não realizando total extensão de punho e polegar, com tendência a flexão do mesmo, sem alterações sensitivas, sendo assim classificada como paralisia do tipo Erb. Na avaliação, mãe relata parto normal, a termo de 9 meses e 10 dias, sem intercorrências, a patologia foi inicialmente notada por familiar que percebeu que a criança não movimentava o braço.

À avaliação fisioterapêutica, observou-se, na inspeção, marcha normal, semiflexão de cotovelo e punho direito, déficit de amplitude para extensão de punho direito com tendência de manter o mesmo flexionado, apresenta ainda déficit para flexão e extensão de cotovelo, abdução e adução de ombro, flexão e extensão de MSD.

Durante a palpação e mobilização evidenciou dor em trapézio, bloqueios articulares significativos para flexão e extensão de ombro, cotovelo e punho direitos, trofismo normal de membro superior esquerdo (MSE) e hipotrofia leve de braço e antebraço em membro superior direito (MSD). Chegou ao atendimento com dor à palpação em trapézio.

O exame físico constou da análise de força muscular Escala Oxford, pontuando-se para flexão e extensão de punho e flexão e extensão de cotovelo grau 2 negativo em MSD; grau 4 para flexão e extensão de punho e flexão e extensão de cotovelo para membro superior esquerdo (MSE). Apresentava, ainda, hiporreflexia tricipital e bicipital em MSD e normorreflexia em MSE e membros inferiores.

Goniometria: Extensão de punho direito grau 0°, extensão de punho esquerdo grau 45°, flexão de punho direito grau 10°, flexão de punho esquerdo grau 70°, desvio ulnar direito grau 20°, desvio ulnar esquerdo grau 30°, desvio radial direito grau 0°, desvio radial esquerdo grau 35°, flexão de cotovelo direito foi de 110°, flexão de cotovelo esquerdo foi de 140°, flexão de ombro direito foi de 45°, flexão de ombro esquerdo foi de 160°.

A intervenção fisioterápica teve como objetivo, no presente estudo, a melhora da capacidade funcional, prevenindo contraturas de tecidos musculares, deformidades, rigidez, aderências e crepitações ocasionados pelo desuso do membro. Objetivou-se ainda, manutenção de amplitude de movimento do membro afetado e escápulas, fortalecimento de MSE, treino de equilíbrio e propriocepção.

Para contemplar tais objetivos, fez-se uso de técnicas de cinesioterapia, como exercícios passivos e mobilização articular no membro superior lesado (MSD) e exercícios ativo-livres no membro superior sadio (MSE), dissociação escapular com auxílio de polia, mobilização escapular em oito, atividades lúdicas para estimular o uso do membro afetado, eletroterapia e gameterapia com nintendo Wii.

Segundo Hernández, as técnicas de alongamentos e exercício passivo ativo-assistido e posicionamento adequado do membro afetado demonstraram uma perceptível melhoria na amplitude articular, já que o movimento muscular e articular exerce uma ação de bomba mecânica, contribuindo para o retorno venoso produzindo o aumento do volume muscular por hipertrofia das fibras. Concordando com resultado acima citado, no nosso trabalho também foram encontrados resultados que os alongamento e exercícios passivo ativo-assistido, direcionados ao aumento da (ADM) amplitude e movimento.

Para Tavares et al (2009) todos os tipos de lesões do plexo braquial evoluem conforme a severidade da lesão, mas ainda assim a reabilitação deve ser iniciada o mais precocemente possível para uma mais aderente evolução, evitando com que ocorram alterações de esquema corporal, restrição de movimentos, hipotrofias e alterações em nível sensório motores.

Para Shepherd, (1996); Birch, et al (2000); Santos in Cavalcante, et al (2007) quando

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