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INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA ENTRE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E ANTIBIÓTICOS: uma revisão de literatura

Por:   •  24/10/2018  •  4.616 Palavras (19 Páginas)  •  354 Visualizações

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que trata do tema nos mais diversos aspectos. Entre os autores que auxiliaram na elaboração do artigo se encontram Back et al (1982), Gorenstein (1998) e Madigan et al (2016), que esclareceram os mais diversos pontos da teoria.

Entre os meses de setembro e novembro de 2016, foram reunidos artigos, livros e matérias jornalísticas de todas as regiões do país de do mundo que pudessem acrescentar de maneira fidedigna a realidade da interação medicamentosa no Brasil e no mundo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A utilização de medicamentos concomitantemente a outros é prática comum na vida moderna e, muitas vezes, necessária para maximizar o efeito do tratamento desejado (SILVA; ROCHA, 2016, p. 1). É importante, entretanto, se atentar às relações entre os medicamentos utilizados, já que podem ocorrer, com essas interações, efeitos indesejados e imprevisíveis.

Souza (2015, p. 20), no entanto, sugere que a monoterapia deve ser preferida sempre que possível, especialmente quando se desconhece o resultado terapêutico de algumas interações. Segundo a autora, até 5% das internações hospitalares atuais se devem a interações medicamentosas malsucedidas, sendo que, destas, 1,9% corresponde a interações graves.

De outra volta, como afirma Gorenstein (1998, p. 17), em algumas situações a interação é necessária para que o efeito do tratamento atinja os resultados esperados. Em outros casos, é necessário que farmacêuticos, médicos e demais profissionais da saúde estejam atentos aos princípios farmacológicos dos medicamentos utilizados para que possam dar ao paciente todas as orientações fundamentais acerca do uso dos fármacos.

Sucar (2007, p. 37) define as interações medicamentosas como “um fenômeno que se expressa no interior do organismo, quando os medicamentos administrados ao paciente passam a exercer influência entre si”, o que pode acarretar na potencialização ou anulação dos efeitos desejados ou, ainda, em resultados que possam trazer sequelas indesejáveis ao usuário, inclusive ao óbito.

Gorenstein (1998, p. 18) apresenta na Tabela 1 de maneira resumida e didática os tipos existentes de interações medicamentosas:

Tabela 1: Tipos de Interação Medicamentosa

Interações Farmacocinéticas Absorção Formação de substâncias insolúveis;

Alteração de pH;

Alteração da motilidade gastrointestinal.

Distribuição Competição pela ligação a proteínas plasmáticas.

Biotransfor-

mação Indução enzimática;

Inibição enzimática.

Excreção Filtração glomerular;

Secreção tubular;

Reabsorção tubular.

Interações Farmacodinâmicas Sinergismo Adição;

Somação;

Potenciação.

Antagonismo Farmacológico Competitivo reversível;

Competitivo irreversível;

Não competitivo.

Fisiológico

Fonte: Gorenstein (1998, p. 18).

As interações farmacocinéticas ocorrem antes que o fármaco chegue ao local de ação no corpo, podendo ser durante a absorção, distribuição biotransformação ou excreção deste fármaco.

Como a maioria dos fármacos é administrado via oral, Gorenstein (1998, p. 19) ensina que a absorção – que ocorre, em sua maioria, no intestino delgado – é ponto de extrema importância “para a manutenção da concentração plasmática necessária para o efeito terapêutico”.

Após a absorção do medicamento, ele é distribuído pelo organismo através da circulação, sendo, mais tarde, eliminada na urina. No entanto, antes de ocorrer a excreção, a maioria dos fármacos sofre mutações químicas “a fim de transformá-las em substâncias mais polares e hidrossolúveis para facilitar sua excreção” (GORENSTEIN, 1998, p. 22).

Já as interações farmacodinâmicas, aponta Gorenstein (1998, p. 29), podem levar ao sinergismo, ou seja, o efeito da atividade de uma droga é potencializado por outra:

A maior arte das interações sinérgicas são previsíveis devido ao conhecimento da farmacologia das drogas em questão. No entanto, é importante destacar que poucas ou nenhuma dessas drogas têm ação farmacológica única. Assim, interações aditivas podem ocorrer em relação aos efeitos colaterais, bem como ao efeito principal (GORENSTEIN, 1998, p.29).

De outro lado estão os resultados antagônicos das interações farmacodinâmicas. Sucar (2007, p. 37) defende que estes resultados são efetivados quando o efeito de uma medicação é diminuído ou exterminado quando do uso associado com outro.

Ainda pode-se perceber o antagonismo fisiológico ou funcional, que é quando duas drogas têm efeitos opostos. Gorenstein (1998, p. 32) exemplifica:

Por exemplo, a acetilcolina causa contração do músculo circular da íris, diminuindo o diâmetro da pupila, e a noradrenalina contrai o músculo radial da íris, aumentando o diâmetro da pupila. A noradrenalina aumenta a pressão arterial pela atuação no coração e vasos periféricos, enquanto a histamina diminui a pressão arterial através da vasodilatação. Estas substâncias são agonistas para seus próprios receptores, porém antagonistas entre si. A administração simultânea de guanetidina e de psicoestimulantes (anfetamina) leva ao aumento da liberação e inibição parcial da recaptura intraneuronal de catecolaminas, levando à diminuição da eficácia anti-hipertensiva (GORENSTEIN, 1998, p. 32).

No caso dos contraceptivos ao serem utilizados em concomitância com um antibiótico, o antagonismo farmacológico é o tipo de interação que se apresenta e será analisado mais adiante.

2.1 CONTRACEPTIVOS ORAIS

Também conhecidos como pílulas anticoncepcionais, os contraceptivos são utilizados por cerca de cem mihões de mulheres ao redor do globo e representam uma verdadeira revolução na liberdade sexual e na independência dessas mulheres. Em 1960 a FDA – Agência para Alimentos e Drogas Norte Americana –

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