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EFEITOS DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO SOBRE EDEMA DE PATA POSTERIOR INDUZIDO POR CARRAGENINA

Por:   •  17/8/2018  •  1.477 Palavras (6 Páginas)  •  404 Visualizações

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Grupo

Variação do volume (ml)

Δ30

Δ60

Controle: carragenina

0,2 ± 0,03

0,4 ± 0,03

Teste: AAS + carragenina

0,1 ± 0,03

0,2 ± 0,04

LEGENDA: (AAS): Ácido acetilsalicílico; (Δ30): média mais erro padrão da média da variação de volume da pata após 30 minutos; (Δ60): média mais erro padrão da média da variação de volume da pata após 60 minutos.

FONTE: Laboratório de Farmacologia da Universidade Federal do Piauí. 78ª Turma de Medicina. 1º período de 2013.

FIGURA 01. ANÁLISE TEMPORAL DA VARIAÇÃO DO VOLUME DA PATA TRASEIRA DIREITA EM Rattus norvegicus APÓS ADMINISTRAÇÃO INTRAPLANTAR DE CARRAGENINA ISOLADAMENTE (0,1 ML/PATA) E ÁCIDO ACETILSALÍCÍLICO (100 mg/kg; VIA INTRAPERITONEAL) SEGUIDO DE POSTERIOR APLICAÇÃO DE CARRAGENINA(0,1 ML/PATA). TERESINA, 2013.

[pic 1]LEGENDA: (AAS): ácido acetilsalicílico, grupo teste.

FONTE: Laboratório de Farmacologia da Universidade Federal do Piauí. 78ª turma de Medicina. 1º período de 2013.

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DISCUSSÃO

A inflamação é um fenômeno complexo caracterizado principalmente pela presença de dor, eritema, aumento de temperatura e edema no local do estimulo lesivo, independente da origem do mesmo (microrganismos, lesões físicas como queimaduras, irritantes químicos. (SILVA, 2006).

A carragenina, na sua forma original, é um polissacarídeo ramificado e de alto peso molecular. Trata-se de uma droga que possui o efeito de induzir a liberação dos principais mediadores químicos da resposta inflamatória (histamina, bradicinina, serotonina, prostaglandinas e leucotrienos). Estes mediadores, por sua vez, promovem duas importantes alterações no local onde se desenvolve o processo inflamatório: vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Com a vasodilatação tem-se um aumento do fluxo sanguíneo para o local da resposta inflamatória. A permeabilidade vascular aumentada em associação com o maior fluxo sanguíneo (devido a vasodilatação) acarreta a saída de líquido e proteínas do meio intravascular para o espaço intersticial, proporcionando a formação de edema. (BRUNTON, et al., 2012).

A vasodilatação ocorre por ação direta das prostaglandinas, e através dela tem-se um aumento do fluxo sanguíneo para o local da resposta inflamatória. O aumento da permeabilidade vascular, por sua vez, ocorre de modo indireto, uma vez que as PG's potencializam a ação de outros mediadores (como a bradicinina, histamina e leucotrieno C4) na contração das células endoteliais das vênulas pós-capilares, com consequente separação dos limites celulares e exposição da membrana basal, que é livremente permeável à proteína e ao líquido do plasma. Assim, a soma do maior fluxo sanguíneo com a maior permeabilidade vascular produz o edema observado nas respostas inflamatórias (BRUNTON, et al., 2012). No experimento, após administração subcutânea do flogógeno, de fato se observa o fenômeno inflamatório e o edema sobre a pata posterior direita do animal (TABELA 01; FIGURA 01).

Os salicilatos e outros fármacos similares utilizados no tratamento da doença reumática compartilham a capacidade de suprimir os sinais e sintomas da inflamação. Esses fármacos também exercem efeitos antipiréticos e analgésicos, porém as suas propriedades antiinflamatórias é que os tornam de grande utilidade no tratamento de distúrbios em que a dor está relacionada com a intensidade do processo inflamatório. (KATZUNG, 2007).

O ácido acetilsalicílico (AAS), por sua vez, é o protótipo dos anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE), diferindo destes por não inibir a COX por competição reversível com o ácido araquidônico, mas sim por acetilar a enzima (na porção serina-530 da COX-1 ou serina-516 da COX-2), tornando-a inativa de modo irreversível. Ao atuar sobre as COX de modo não-seletivo, este salicilato impede a produção de prostaglandinas, bloqueando de maneira indireta a vasodilatação e a facilitação da formação de edemas provocadas pelas PG's (BRUNTON, et al., 2012) de modo a reduzir a formação e o progresso do edema ( TABELA 01 ; FIGURA 01).

O aumento médio na variação do volume do edema na pata dos ratos durante os períodos de 30 e 60 minutos foi consideravelmente menor nos animais que receberam previamente a dose do antiinflamatório, evidenciando a ação inibitória deste sobre a síntese de prostaglandinas e consequente desenvolvimento do edema, quando comparado com o grupo controle, que apresenta elevada progressão temporal da edemaciação da pata traseira (TABELA 01; FIGURA 01). Pode-se prever, ainda, uma ação do AAS que vai além da inibição da COX, dada “a capacidade dos salicilatos de suprimir uma variedade de reações antígeno-anticorpo” (BRUNTON, et al., 2012, p. 978). Assim, o AAS poderia atuar também inibindo a produção de anticorpos, a interação antígeno anticorpo ou mesmo a liberação de histamina induzida por antígeno. Porém, esses efeitos dependem de doses elevadas da droga, de modo que no experimento em questão o mecanismo de ação que prevalece é o de inibição enzimática já referido (BRUNTON, et al., 2012).

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CONCLUSÃO

O ácido acetilsalicílico apresenta potente ação como anti-inflamatório evidenciado através da redução do edema quando administrado previamente a um agente flogógeno (carragenina).

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