RELEVÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS
Por: YdecRupolo • 8/3/2018 • 2.496 Palavras (10 Páginas) • 479 Visualizações
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No decorrer do tempo analisando as condutas aplicadas, a interação dos profissionais e principalmente a negação em aceitar as terapias e a falta de vontade de viver, foi identificado o déficit primeiramente nos profissionais da área de saúde mental, eles em sua grande maioria não observam o indivíduo como uma pessoa que possue sentimentos, como um ser emocional que além de um organismo prejudicado há uma mente perturbada, e talvez até uma pessoa que perdeu a vontade de viver. Como ajudar alguém se não o vê como um todo?
Acredita- se que a implementação de terapias que busquem estimular o indivíduo a refletir sobre o sentindo da vida, venha a surtir um bom efeito e a trazer a melhora do quadro no paciente como mais eficiência.
1.1OBJETIVOS
1.1.1Objetivos gerais
O estudo tem por objetivo abordar sobre a importância do incentivo a práticas espirituais, para o tratamento de pacientes com transtornos mentais.
1.1.2Objetivos específicos
Abordagem espiritual durante o tratamento;
Identificação da relação entre a Espiritualidade e a melhora no quadro clínico do paciente;
Demonstrar a importância de um olhar mais humano para estes pacientes.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1. HISTÓRICO E CONCEITOS DE SAÚDE MENTAL E ESPIRITUALIDADE
O modelo de atenção em saúde mental passou por grandes mudanças na década de 70, impulsionadas pela crise no modelo assistencial, que se resumia apenas a internação em hospitais psiquiátricos, onde o tratamento era desumano e violento, acreditava- se que se tratavam de "loucos".
O movimento psiquiátrico no Brasil era formado por profissionais da saúde, familiares, sindicatos e até mesmo pessoas com longo histórico de internação (BRASIL, 2005), nesse sentido, a Reforma Psiquiátrica referiu-se à ruptura da centralidade do procedimento psiquiátrico que separava do convívio social parte da população considerada doente mental, os restringiam de ser livres e andarem pelas ruas, eram encarcerados e maltratados até a morte. Seguindo no modelo Italiano de mudanças iniciado por Franco Basaglia, proposta seria por desinstitucionalização das pessoas com sofrimento mental, e, humanização no tratamento buscando novos modelos assistenciais.
Houve a criação de uma rede de atenção a partir das diretrizes da Reforma Psiquiátrica constituindo melhorias na reintegração da pessoa em sofrimento, pois foi fundamentado que estes precisam de tratamento humano, com base na ressocialização, buscando a autonomia deles em suas atividades diárias e o contato com outras pessoas e até mesmo com seus familiares, sendo assim foi pensado em despertar uma relação diferente com objetivo de levar novos conceitos as pessoas responsáveis pelo cuidado direto com o doente mental, o alvo de mudanças profissionais e família, buscando que vissem esse outro lado de forma humana (BRASIL 2004).
Defini-se por saúde mental a capacidade do indivíduo de enfrentar as dificuldades, e a busca por mecanismos e determinação individual de encontrar formas de lidar com as decepções e sofrimentos, sem que isso desequilibre seu bem estar, é como ter um eixo para lidar com as adversidades e equilibrar seu Eu com as cobranças externas (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005). Pode-se entender que ser saudável mentalmente é ter resiliência, conseguir controlar suas emoções diante de acontecimentos dolorosos, e apesar de grandes sofrimentos não perder a vitalidade, ter estratégias para sobressair de momentos difíceis.
Dietrichkeit (2010), baseados nesta definição e na experiência clínica, que ter saúde mental implique em apresentar algumas características como: ser flexível às mudanças, tolerante às diferenças, estar inserido no âmbito social sem perder a individualidade, possuir relacionamentos construtivos e saudáveis, bem como atuar criativamente nas diversas ocasiões da vida. Com base nessa ideia, a maneira de trabalhar objetivando a avanços na saúde mental das pessoas não pode restringir-se ao espaço dos consultórios ou salas de grupos, e nem limitar-se ao tratamento, mas atuar também na prevenção. Nesse sentido, parece essencial a busca por espaços e formas mais abrangentes de "cultivos" da saúde mental, aliando os conceitos psicoterápicos aos educacionais, sociais, culturais, e espirituais dentre tantos outros que possam enriquecer os debates sobre novas maneiras de se viver em uma sociedade sempre em construção e transformação.
Tendo em vista que o portador de um transtorno mental é mais que uma pessoa doente e sim o ser humano que está em sofrimento constante, passamos a perceber não apenas como uma deficiência maquinaria de um organismo, mas também existe toda uma subjetividade que faz parte do homem, sendo assim se faz necessário trabalhar a espiritualidade na assistência humanizada (LEITE; SEMIOTT,2013).
Na sociedade contemporânea é evidenciado que pessoas estão sujeitas a diversas ocasiões que lhes causam sofrimento psíquico, que por muitas vezes trazem sentimento de fracasso de uma auto-realiazação e uma grande carência de estar bem no meio social e emocional, levando os indivíduos a buscarem diversas formas de enfrentar o sofrimento (ALVES, et al. 2012).
2.2. CONTRIBUIÇÃO DA RELIGIÃO PARA ALCANÇAR A ESPIRITUALIDADE
Para Murakami e Campos (2012), a espiritualidade se constitui em um sentido intimo individualizado de uma busca pelo sentido de viver e estar no mundo, e que não necessariamente estará relacionado a alguma crença em algo maior. alar em espiritualidade compreende a dimensão individual, a essência do indivíduo, pode ser definida como um sistema de crenças que transmite vitalidade e significado a eventos da vida, ela pode mobilizar energias e iniciativas extremamente positivas, com potencial ilimitado para melhorar a qualidade de vida da pessoa.
Existe uma grande relação entre a espiritualidade e a religiosidade, visto que, muitos encontram o sentido da vida ou a razão de viver em suas crenças e naquele ser supremo que é devocionado em suas religiões, sendo assim, diante das formas de alcançar à espiritualidade a religião em suas diversas crenças é a mais relacionada pelos autores. A crença religiosa constitui uma parte importante da cultura, dos princípios e dos valores utilizados pelos clientes para dar
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