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NECESSIDADES NUTRICIONAIS NAS ATIVIDADES AERÓBIAS: UM ESTUDO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Por:   •  1/5/2018  •  8.575 Palavras (35 Páginas)  •  393 Visualizações

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A nutrição é uma importante ferramenta dentro da prática desportiva, pois, quando bem orientada, pode reduzir a fadiga, permitindo que o atleta treine durante mais tempo ou que se recupere melhor entre os treinos. Como vários nutrientes alimentares fornecem energia e regulam os processos fisiológicos relacionados ao exercício, seria tentador associar as modificações dietéticas ao aprimoramento do desempenho atlético (MCMURRAY; ANDERSON, 1996).

O desempenho atlético resulta de uma combinação de herança genética favorável, vontade, treinamento e uma abordagem consciente da nutrição. Seja o atleta amador ou profissional, iniciante ou avançado, a importância da nutrição como um fator que contribui para o sucesso durante os treinos e as competições vem sendo reconhecida há décadas (KRAUSE; LISA DORFMAN, 2012).

Foi alcançada uma concordância quase universal de que o estado nutricional precário prejudica o desempenho nas atividades laborativas. Existe também considerável concordância, apesar de não ser universal, de que uma boa nutrição (a dieta balanceada recomendada para praticamente todos os indivíduos) é adequada e provavelmente até mesmo ideal para a maioria dos indivíduos ativos assim como para os indivíduos sedentários (BURKE; READ, 1989).

Para ter um desempenho com eficiência máxima, um atleta (quem quer que seja) deve ser bem nutrido-isto é, adotando uma dieta que seja bem balanceada e rica em nutrientes adequados. No entanto, a boa nutrição compreende mais que os simples nutrientes “energéticos”, tais como quilocalorias de carboidratos, gorduras e proteínas, e incluem nutrientes “sem energia”, como os elementos igualmente importantes representados por vitaminas, minerais e água (FOX, 2002).

A energia é fundamental para a manutenção dos sistemas biológicos e da própria vida. Ela é obtida no organismo a partir dos nutrientes energéticos, carboidratos, lipídios e proteínas. Cada grama de proteína ou carboidratos da dieta é capaz de fornecer ao organismo 4 kcal de energia, e cada grama de gordura ou óleo fornece 9 kcal. Quanto à fonte de energia, estima-se que uma dieta equilibrada deve-se obedecer aproximadamente às seguintes proporções em relação ao valor energético total (VET) diário (RICARDO DE OLIVEIRA ET. AL TIRAPEGUI, 2000).

O corpo faz uso da energia a partir dos carboidratos, proteínas e lipídios na dieta; essa energia é armazenada em ligações químicas do alimento e é libertada por meio do metabolismo. A energia deve ser fornecida com regularidade para suprir as necessidades do organismo e para sobrevivência. Embora toda energia eventualmente assuma a forma de calor (que é dissipado na atmosfera), os processos celulares únicos primeiramente tornam possível seu uso para todas as atividades necessárias para a vida. Esses processos envolvem as reações químicas que mantém os tecidos corporais, condução elétrica da atividade nervosa, o trabalho mecânico dos músculos e a produção de calor para, manter a temperatura corporal (KRAUSE; CAROL, 2012).

O corpo humano deve ser suprido continuamente com energia para realizar suas complexas funções. Com o aumento das necessidades de energia induzidas pelo exercício físico, o corpo deve fornecer energia adicional, ou o exercício será interrompido. Dois sistemas metabólicos fornecem energia para o corpo: Um depende de oxigênio (metabolismo aeróbico) e o outro independente de oxigênio (metabolismo anaeróbico). O uso de um sistema em detrimento do outro depende da duração, da intensidade e do tipo de atividade física (KRAUSE; LISA DORFMAN, 2012).

Sabemos que a energia nós é fornecida pelos alimentos que ingerimos; portanto, o importante é compreender como essa energia é transformada em ATP (Adenosina Trifosfato). Os monossacarídeos são absorvidos pelo intestino delgado e se dirigem ao fígado, onde são transformados em glicose. A seguir, a glicose é armazenada no fígado como glicogênio ou é lançada no sangue. Depois, a glicose sanguínea pode ser usada e captada pelas células ou, se necessário, armazenada como glicogênio intramuscular. Essa duas formas de carboidratos (glicose e glicogênio) funcionam como importantes combustíveis que entram nos processos metabólicos celulares pela glicose anaeróbia ou aeróbia. Através dessas vias, os carboidratos que ingerimos resultam em ATP (FOX; WOLFFE, 2000).

Segundo as Recomendações de Ingestão Dietéticas (RID), do (National Research Council Subcommitee, 1989), em uma dieta equilibrada os carboidratos devem representar a maior parte da ingestão energética. Mesmo sendo pequenas as reservas de glicogênio do organismo, elas são importantes durante o período de jejum e também durante a situação de exercício prolongado, na qual a glicose e os ácidos graxos são oxidados para fornecer energia para a contração muscular.

O organismo prefere extrair energia dos carboidratos que ingerimos do que proteínas e da gordura. Sem entrar nas explicações químicas dos motivos pelos quais os carboidratos recebem um tratamento especial, por exemplo, vamos dizer apenas que o organismo reconhece que os carboidratos contêm maior potencial para gerar energia. O organismo sabe de algum modo, que após a ingestão de carboidratos acabará com mais glicose na corrente sanguínea do que após a ingestão de proteínas ou gorduras (JOHANNA BURANI; LINDA RAO, 2004).

O carboidrato dentro do organismo se apresenta principalmente de três maneiras: glicose sanguínea; glicogênio hepático e glicogênio muscular, sendo este último à fonte primária e mais disponível e energia para o metabolismo muscular (BACURAU, 2001).

A glicose, o “combustível” do organismo, é o açúcar mais importante do nosso organismo. É a forma de açúcar que flui pelo sangue para levar energia às células, além de servir como a unidade estrutural do glicogênio, uma das formas de energia armazenada no organismo. Em nosso organismo, desempenha um papel vital: nenhuma outra substância é mais essencial. A glicose é a forma de energia que trafega pelas nossas células, permitindo-lhes desempenhar suas funções. Toda atividade realizada pelas células do corpo ocorre por causa da glicose. Sem glicose, não existe vida. Tal é a sua importância (JOHANNA BURANI; LINDA RAO, 2004).

As proteínas os lipídios e os carboidratos são possíveis fontes de combustíveis para contração muscular. A via glicolítica é restrita à glicose, a qual se origina do carboidrato proveniente da dieta ou do glicogênio armazenado ou poder ser sintetizada a partir dos esqueletos de carbono de certos aminoácidos por meio da gliconeogênese. O ciclo de Krebs é abastecido por fragmentos de

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