BASES FILOSÓFICAS E SOCIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO

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Ainda que “inconsciente” Aristóteles já tecia considerações sobre os cuidados com o corpo quando demonstrava sua preocupação com as crianças desde o ventre de suas mães. A recomendação era a não ociosidade, uma boa alimentação e exercícios físicos moderados para as mulheres durante a gravidez e de antemão a prescrição do que deveria ser ensinado às crianças.

Como pode ser observado, em Aristóteles o sentido de corporeidade e de corpo sujeito é “identificado” a partir do parecer de que é importante manter o corpo ativo, praticar atividade corporal consciente e não apenas automática.

Já em outra parte do texto Descartes, criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna, é um dos filósofos que mais desviou da concepção de corpo as características de um “corpo ativo” discutido pelo autor Sílvio Gallo. Para ele o ser humano não é somente uma composição de duas substancias distintas, mas um ser que tem um corpo totalmente incapaz de mover-se por si só; é um corpo que não tem vida própria, mas que é movível por alguma outra coisa alheia a ele, no caso a alma (GALLO, 2006, p. 21).

A filosofia cartesiana tomava o partido da alma em detrimento do corpo em razão do conhecimento. O filósofo advogava que o único conhecimento verdadeiro é aquele produzido pela razão – faculdade da alma–, enquanto que o conhecimento sensível, como sede do corpo, enganava-nos.

Igualmente compartilhada a conclusão de Gallo quando nos diz que “não faz o menor sentido a ideia de corpo ativo” (2006, p.21), não cabe pensarmos em corporeidade nesta proposta dualista cartesiana; pois na contemporaneidade, passamos a tratar o corpo como mercadoria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GALLO, Sílvio. Corpo ativo e a filosofia. Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas: Papirus, 2006.

GALLO, S. Corpo ativo e Filosofia. In: MOREIRA, W. W. (Org.). Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas: Papirus, 2015.