Relatório Modelo Vírus em Planta
Por: Lorena Oliveira • 17/12/2024 • Relatório de pesquisa • 1.744 Palavras (7 Páginas) • 7 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA
RELATÓRIO REFERENTE A AULA PRÁTICA:
TRANSMISSÃO VÍRUS MODELO PLANTA
VIROLOGIA GERAL 2024.2
Relatório da aula prática apresentado à disciplina Virologia geral, fornecida pelo curso de bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia, no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ
2024
- INTRODUÇÃO
O vírus do mosaico do tabaco (TMV) foi o primeiro vírus vegetal identificado e o primeiro vírus descoberto pelo ser humano, no final do século XIX; ele afeta diversas plantas de fumo, como da família Solanaceae, principalmente da espécie Nicotiana tabacum, planta do tabaco. A transmissão do vírus ocorre de forma mecânica, de uma planta para outra ou pelo contato direto de agricultores.
O próprio homem desempenha um papel central nesse processo, atuando como principal transmissor especialmente durante o manejo ou durante os tratos culturais. Um dos sintomas da infecção desse vírus RNA (+) são os padrões e manchas de descoloração ocasionadas por danos na produção de clorofila.
Esse vírus é de grande importância econômica pois afeta diversos produtores, danificando suas plantações. A Nicotiana tabacum é uma planta herbácea perene encontrada em todos os continentes, exceto Antártica, principalmente na América do Sul e Central.
No experimento foram utilizadas duas variedades cultivadas da espécie Nicotiana tabacum, a SR1 e Xanthi. A primeira mais suscetível a infecção pelo TMV e a segunda, mais resistente por desenvolver uma resposta de hipersensibilidade (HR), gerando uma lesão necrótica por um acúmulo de substâncias, como citocinas e etileno, que impede o espalhamento do vírus na folha e a nível sistêmico.
2. OBJETIVO
Observar a infecção pelo TMV (vírus do mosaico do tabaco) e sintomas característicos nas plantas infectadas, e verificar resistência e susceptibilidade de plantas Nicotiana tabacum CV. Xanthi e Nicotiana tabacum CV. SR1 ao vírus do mosaico do tabaco.
3. MATERIAIS
- Cadinho e pistilo
- Folhas contaminada (1g) com o vírus (antes armazenadas no freezer -80 graus)
- Abrasivo celite
- Tampão fosfato
- 2 Plantas da espécie SR1 (MOCK e infectadas)
- 2 Plantas da espécie Xanthi (MOCK e infectadas)
4. MÉTODOS
4.1. Maceração da Folha Infectada
O processo se iniciou com a separação do material necessário para a realização do experimento. Em seguida, em um cadinho foram adicionados cerca de 1g (quantidade imprecisa, visto que, a retirada foi dificultada pelo congelamento) de folha infectada, 9 mL de tampão fosfato. Com isso, iniciamos a maceração. A folha infectada, que foi utilizada, estava mantida em nitrogênio líquido a -80°.
4.2. Passagem do macerado infectado para folhas saudáveis
Na etapa seguinte, implementamos cuidadosamente o processo de inoculação, começando pela preparação do macerado e a diluição adequada. Inicialmente, realizamos uma diluição utilizando 1g de folha infectada com o vírus em 9 mL de tampão fosfato (1:10). Essa diluição foi essencial para atingir uma concentração apropriada do vírus, proporcionando condições ideais para a transmissão eficiente para as plantas saudáveis.
Para potencializar a entrada dos vírus nas células vegetais, aplicamos manualmente a celite nas folhas de cada planta demarcada após a diluição. A celite desempenha o papel de um abrasivo, contribuindo para criar microlesões na superfície foliar, favorecendo a infecção viral nessas plantas.
Em seguida, procedemos à aplicação do macerado de folha infectada. Utilizando uma pipeta, cuidadosamente aplicamos 100μl do macerado nas folhas preparadas previamente com o abrasivo. Esse processo foi realizado de forma mecânica, espalhando o macerado com os dedos e exercendo uma leve pressão na folha para garantir uma distribuição homogênea do vírus.
Esse protocolo resultou na infecção de duas folhas selecionadas de cada planta (SR1 e Xanthi).
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Figura 1: Grupos experimentais usados na prática: plantas Xanthi, Mock e infectada, e SR1, Mock e infectada.
4.3. Preparo da planta controle
Selecionamos uma planta de cada espécie para ser o MOCK, ou seja, sem a infecção do vírus. Foi adicionado o abrasivo em 3 folhas das duas espécies MOCK e em seguida realizamos a passagem de uma solução tampão, de forma cuidadosa nas folhas selecionadas.
4.4. Passagem do macerado não infectado para folhas saudáveis do MOCK
Nesta parte do processo, colocamos o abrasivo nas folhas das plantas mock SR1 e Xanthi e em seguida, suavemente, passamos o macerado não infectado em cerca de 3 a 4 folhas e reservamos em um local com certa distância das plantas que foram infectadas, para que não houvesse contaminação. Ao final de todo o processo, molhou-se as plantas Mock, SR1 infectada e Xanthi infectada.
5.1. Resultado 1
Após 3 dias da infecção, observou-se nas folhas da planta Xanthi resistentes lesões necróticas no formato de anéis por meio da resposta imune gerada, com a liberação de espécies reativas de oxigênio. Isso ocorre porque o sistema imunológico da planta detecta o capsídeo viral como um PAMP, e a resposta é ativada com sinalização em minutos, mas em aproximadamente 12 horas as células são induzidas à apoptose, liberando espécies reativas de oxigênio e formando essas lesões, como pode ser visto nas figuras abaixo.
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